quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tom Gabel – Heart Burns (2008)

O EP Heart Burns é o novo trabalho solo do vocalista e compositor da aclamada banda estadunidense Against Me! Levando em conta as reações dos fãs às inovações sonoras dos últimos discos da banda, parece uma boa idéia Tom Gabel lançar mão de um projeto paralelo para gravar suas composições mais dançantes e pop. O  uso  de  programações de bateria misturadas com guitarras e violões lembra o trabalho solo do ex-vocalista do Face To face, Trever Kieth, mas a voz marcante de Gabel, mesmo que involuntariamente, traz à mente o som do Against Me!

“Anna Is a Stool Pigeon” é o maior destaque e o mais provavel hit do lançamento. Misturando violões, gaita e uma letra de protesto, a faixa também representa bem o trabalho de Tom Gabel. O lado mais folk de Heart Burns é representado por “Harsh Realms” e “Cowards Sing at Night”, que lembram o som do trovador britânico Billy Brag. Minimalistas, ambas confiam nos fortes vocais de Gabel para se destacarem, já que os arranjos se limitam a um violão na primeira, e uma guitarra na segunda.

Já “100 Years of War” é a que mais lembra os primeiros trabalhos de sua banda, e “Random Hearts” é o mais próximo que o compositor já chegou da new wave. A face mais calma do disco é “Conceptual Paths”, que conta com uma bela melodia e palmas de computador ao fundo. Não se pode dizer que esse lançamento seja um masterpiece, mas Heart Burns mostra um pouco do potencial de Tom Gabel como compositor e vocalista e deve agradar aos fãs que não ficarem comparando cada composição com “Reinventing Axl Rose”.

domingo, 2 de novembro de 2008

Alone II: The Home Recordings


No próximo dia 25 de novembro a gravadora Geffen vai lançar o segundo volume das gravações caseiras de Rivers Cuomo, vocalista do Weezer. A incrível foto da capa é mesmo Cuomo, ainda no segundo grau. Do disco, esse blogueiro ouviu apenas "I Want to Take You Home Tonight", que soa bastante com o que o Weezer deveria estar fazendo. Confira abaixo o tracklist do lançamento:

01. "Paper Face"
02. "Thrown It All Away"
03. "Don't Worry Baby" (Beach Boys cover)
04. "The Purification of Water"
05. "I'll Think About You"
06. "Walt Disney"
07. "Oh Jonas"
08. "Please Remember"
09. "Come to My Pod"
10. "The Prettiest Girl in the Whole Wide World"
11. "I Want to Take You Home Tonight"
12. "I Was Scared"
13. "Bad Girl"
14. "My Day Is Coming"
15. "I Don't Wanna Let You Go"
16. "Softies"

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Blackmarket – Blackmarket EP (2008)

O EP de estréia desse quarteto do Arizona (EUA), tem apenas seis faixas, mas mostra uma banda com um potencial enorme. O som dos caras é um indie rock bastante pop, com influencias de Weezer e dos britânicos do Ash e Subways, e conquista o ouvinte de primeira. O single “Sheila”, que aparece tanto em sua versão original quanto na versão para as rádios (absolutamente iguais), tem um ótimo refrão pop que gruda na cabeça e junto com a balada “White Lie”, mostra um pouco da influencia auto declarada de Beatles na composição de melodias grudentas.

“Magic Tricks”, “Drag Addict” e “Bad Call” são mais roqueiras e revelam as boas guitarras de Jason Brindis e do vocalista Daryl Lamont, ainda que a última conte teclados meio desnecessários, um pouco videogame demais. Apesar de marcar a estréia da banda, o EP é muito bem gravado e produzido e mostra que o Blackmarket deve em breve estender o sucesso que já fazem no Japão aos EUA e Europa. Quem sabe até ao Brasil.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Rise Against – Appeal To Reason (2008

Mantendo a regularidade de um lançamento a cada dois anos, os estadudenses do Rise Against estão de volta com seu quinto trabalho, Appeal To Reason. Novamente produzido por Bill Stevenson, também responsável pelo lançamento anterior e pelo fan favourite Revolutions Per Minute, o disco começa muito bem, com duas faixas com a cara do Rise Against, “Collapse (Post-Amerika)” e “Long Forgotten Sons”. O bom single “Re-Education (Through Labor)” aparece em seguida, com um ritmo mais cadenciado, mas com toda a energia que caracteriza a banda.

No entanto, a partir da quarta música, Appeal To Reason pode assustar os fãs. À exceção de “Savior” e “Entertainment”, todas as outras faixas são bastante pop, equilibrando seu lado grudento com os vocais rasgados de Tim McIlrath e, às vezes, letras políticas. Individualmente são músicas boas, mas lado à lado fazem o álbum perder um pouco a energia e a urgência tão características dos outros trabalhos do quarteto. Quando se chega à décima faixa, a balada “Hero Of War”, resta pouco animo para conferir as últimas 3 músicas de Appeal To Reason, que continua decente, mas sem empolgar até o final.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Criticism

A good review doesn't tell you whether you should like or dislike something. It discusses strengths and weaknesses and invites you to make up your own mind based on the information and perspective offered you.

Uma boa resenha não te diz se você deve gostar ou não de algo. Ela discute pontos fortes e fracos e te convida a formar sua própria opinião baseada nas informações e pontos de vista oferecidos a você.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

The Hives em Brasília


Ainda que com um atraso fenomenal, este repórter decidiu escrever uma resenha sobre o show dos suecos do The Hives em Brasília, na última sexta-feira. Antes tarde do que tarde demais.


Com cerca de uma hora de atraso, por volta das 23h o Supergalo, banda brasiliense formada por ex-rockstars locais, subiu o palco dessa edição do Pílulas Porão do Rock para esquentar o público. O Arena já estava bem cheio de fãs da atração principal da noite, devidamente posicionados o mais perto possível do palco. O quarteto tocou seu pop rock sem grandes inovações e com letras típicas de banda iniciante por pouco mais de meia hora. Brasília já revelou grupos melhores.

Segundo relatos, a entrada do Hives foi anunciada no microfone, mas não pode ser ouvida do bar, um pouco distante do palco. O inicio do show do quinteto sueco, portanto, pegou de surpresa um número razoável de pessoas, já que a lógica seria os locais do Móveis Coloniais de Acaju tocarem antes da atração principal. Depois de uma pequena corrida em direção ao palco, o público foi se acomodando. No entanto, à exceção dos fãs mais devotos próximos ao palco, a platéia estava meio fria, demonstrando pouca empolgação e demorando a responder aos comandos e gracinhas do frontman Pelle Almqvist.

O show do Hives é todo coreografado e cada integrante tem sua pose e função no palco. A do vocalista Pelle, mais do que cantar, é bancar o mestre de cerimônias e empolgar o público com sua simpática arrogância teatral. O cara se esforçou bastante, usando todas as 5 palavras em português que tinha aprendido para essa turnê. Alem do clássico “obrigado”, o vocabulário do cara consistia em: “grita aí”, “para”, “senhores e senhores” (impossível saber qual era destinado a que gênero), e um ininteligível “tira o pé do chão”. Engraçado, mas um pouco repetitivo.

Musicalmente, a apresentação foi focada nos dois álbuns mais recentes do quinteto: The Balck and White Album e Tyrannosaurus Hives. No entanto, isso não os impediu de presentear os fãs mais antigos com músicas dos dois primeiros lançamentos, bem distribuídas por todo o show. Do primeiro disco, foi tocada “AKA I-D-I-O-T”. Do segundo, “Main Offender”, “Die, Alright!” e o hit “Hate To Say I Told You So”, já no bis, que foi encerrado com o primeiro single do último lançamento, “Tick Tick Boom”.

Os pontos altos do show foram o novo single “Won’t Be Long”, “Return The Favour”, música muito bem escolhida para o falso encerramento, e os hits, como “Walk Idiot Walk” e as já citadas “Hate To Say I Told You So” e “Tick Tick Boom”. Um pouco ensaiada e teatral demais, a apresentação acaba ofuscando um pouco as próprias músicas, mas nada que estrague o bom show. Talvez melhor que o show em si, tenha sido a oportunidade de assistir uma boa banda internacional da atualidade em Brasília, tão carente de shows do tipo. O Porão do Rock está acertando na produção de shows internacionais em 2008. Tomara que eles continuem vindo.

Ah, sim. Após o show do quinteto sueco, os queridinhos locais do Móveis Coloniais de Acaju encheram o palco para mostrar o último show do seu álbum de estréia, Idem. Boa parte do público já havia deixado o Arena e a parte que ficou parecia mais interessada em encontrar amigos, beber e conversar sobre o show anterior. Por melhores que eles sejam e por maior que seja seu próprio público, o MCA não teria mesmo qualquer chance de se destacar fechando uma noite que na verdade já tinha acabado.

domingo, 31 de agosto de 2008

The Subways em Los Angeles



Localizado na área nobre de West Hollywood, em Los Angeles, o Troubador é uma casa de shows onde cabem cerca de 300 pessoas em frente ao palco. Com um equipamento de som de dar inveja a qualquer venue brasileira, a casa mantém aquele clima intimista de shows underground, sem seguranças ou grades separando o público das bandas. Apesar das muitas bandeirinhas de arco-íris na avenida, o que se via dentro do Troubadour eram roqueiros universitários, alguns adolescentes e poucos adultos comportados, todos convivendo na mais plena harmonia, mantida pelos preços ridiculamente altos do bar. Quando uma long neck de Budweiser custa 6 dólares, quase ninguém segura uma bebida na mão.

Com o maior atraso presenciado por esse repórter em shows nos EUA, a banda de abertura, os ingleses do Spacehog, entrou no palco da casa 4 minutos depois do previsto. Apesar de serem bons músicos, sobra ao quarteto pose e falta consistência musical. Alternando entre glam rock, hard rock tipo Guns N Roses, e até um pouco de grunge, cada música tinha a cara de uma banda diferente e o ponto alto do show foi um bom cover do Faith No More. Um desperdício de talento em meio a tanta pose e falta de direção musical.

Em seguida os estadunidenses do Black Market tomaram suas posições e mostraram um rock muito mais sincero e empolgante do que o do Spacehog, apesar de menos pesado. O quarteto, reduzido a um trio naquela noite, mostrou que os anos 90 continuam vivos e apresentaram um bom repertorio de músicas próprias, que não empolgou muito o público presente, ansioso com a entrada da banda principal. O vocalista Daryl tem uma postura de palco muito parecida com a de Alex Turner, do Arctic Monkeys, e o baterista parece saído diretamente de uma banda alternativa da metade da década passada. O som do Black Market é focado no rock alternativo americano da década passada, com alguma influencia de britpop. Sem grandes inovações, mas muito bom.

Chegou então a hora dos roadies tomarem o palco, com uma eficiência admirável. Poucos minutos depois o Subways tentou fazer uma entrada de impacto a partir de um camarim que fica no segundo andar e cuja saída é uma escada que dá direto no palco. Curioso. Sem enrolação, começaram o show com “Kalifornia”, escolha óbvia, mas muito boa. A baixista Charlotte Cooper e o baterista Josh Morgan tocam bem e são empolgados, mas é o vocalista Billy Lunn que domina o palco e chama o show para si, tentando entreter a platéia desde o início da primeira música. Entre palmas, concursos de gritos e singalongs o rapaz foi aos poucos conquistando o público, que progressivamente ficou mais animado com a apresentação.

Os backing vocals de Charlotte são impressionantemente parecidos com as das gravações, e a interação de palco entre ela e Billy também é muito boa, transmitindo para a platéia toda a empolgação de estar tocando (e ouvindo) rock n roll. Alternando entre músicas de seus dois discos (quase na mesma dose), o Subways fez a clara escolha de privilegiar as faixas mais pesadas e animadas. Das lentas apenas “Mary” foi tocada, ainda assim em uma versão um pouco acelerada, com o público todo cantando junto.

Apesar do espaço pequeno, alguns mais empolgados conseguiram abrir algo próximo a uma roda, onde se podia dançar mais espaçosamente do que em meio ao público blasé. Já no final do show, o energético vocalista Billy Lunn subiu no mezanino e finalmente conseguiu que o público atingisse o mesmo estado de empolgação que a banda. Quando se atirou do segundo andar, no entanto, encontrou apenas o chão. Ninguém na platéia abriu, mas os indies foram incapazes de aparar a queda do cara. Mesmo assim, Billy foi levantado e, sem tanta gravidade, carregado de volta ao palco. Depois de um falso fim de show, o trio voltou para tocar mais 2 músicas, finalizando com o hit “Rock N Roll Queen”. O Subways não entrou com o jogo ganho, mas mostrou competência, profissionalismo, empolgação e um preparo físico de dar inveja. Com isso, conquistou o público bunda-mole norte americano e fez um dos melhores shows que este repórter já assistiu.

sábado, 16 de agosto de 2008

Alkaline Trio em San Diego

foto ilustrativa


O Soma, casa onde o Alkaline Trio se apresentou no último dia 27 de julho na bonita cidade de San Diego, é pouco mais que um galpão que não vende bebidas alcoólicas, mas tem um belo palco e um som muito bom. O local estava bem cheio e pelas contas muito imprecisas desse repórter, cerca de 1500 pessoas (quase todos adolescentes ou universitários) deviam estar presentes para assistir os mais novos astros do pop punk norte-americano.

Mais do que pontualmente, a banda de abertura, a dinamarquesa The Fashion, entrou em ação com alguns minutos de antecedência. Mostrando um pop rock regado com programações e barulhinhos de teclado, o quarteto fez um show animado, apesar da apatia do público que ainda entrava na casa. Claramente, o The Fashion ainda é uma banda inexperiente (principalmente se comparada às bandas que tocariam logo depois), mas mostrou um som e repertório consistentes, e potencial para se tornar um novo Motion City Soundtrack. Com um gostinho de anos 80.

Profissionalíssimos, em seguida subiram ao palco os americanos do American Steel. Com um rock mais adulto e mais condizente com o som da banda principal da noite, o quarteto mostrou experiência desde a rápida passagem de som (que consertou os problemas presentes no show anterior), até a postura de palco que mostra domínio do espaço, passando pelos vocais seguros de Rory Henderson. No entanto, a banda praticamente tocou para ela mesma.

Com pose de banda grande, o Trio demorou bastante para entrar em cena. Após várias checagens e arrumações de palco pelos roadies da banda, o público começou a mostrar sinais de impaciência. No entanto, todo o incomodo da demora desapareceu uma vez que a banda começou a tocar, abrindo o show com "Calling All Skeletons", primeira faixa do novo album dos caras, Agony and Arony. Desse último trabalho foram apresentadas “Do You Wanna Know”, “In Vein”, “I Found Away” e o single “Help Me”, que pode ser ouvido nas rádios rock americanas.

Mas a apresentação dosou de maneira satisfatória musicas de todas as épocas da banda, agradando tanto fãs dessa fase mais mainstream, quanto os que os acompanham a desde o início de carreira. Curiosamente, os caras optaram por não tocar "Stupid Kid", single fan-favorite do álbum From Here To Infirmary. Deste disco tocaram "Private Eye" e "Armagedon", que agitaram o público, como também fez "This Could Be Love" e “Warbrain”. Alternando entre punk rocks e músicas mais lentas, como "Mercy Me" e "Time To Waste", o Trio conseguiu manter o público ligado ao longo de todo o show, cerca de 1 hora e 15 minutos, com direito a falso encerramento para o bis.

A banda mostrou experiência e qualidade na execução das músicas. Ambos os vocalistas seguram bem as partes mais difíceis, mostrando que não precisam de pró-tools. Apesar disso, não demonstram grande empolgação e não se movimentam muito pelo palco. Para sorte deles, nada disso é necessário, já que as composições falam por si mesmas. Isso é especialmente perceptível quando eles voltam ao palco dizendo que esqueceram de tocar uma música e Matt Skiba toca os primeiro acordes de “Radio”, cantada a plenos pulmões pelo público.

O ponto negativo que vale a pena ser comentado é a apatia geral do publico norte americano. A exceção de uma dúzia de empolgados colados na grade e outra dúzia pulando numa roda mais violenta do que é de costume no Brasil, as centenas de fãs se limitam a olhar a banda e balançar levemente a cabeça ou bater o pé. Quando a empolgação toma conta, todos aplaudem e cantam a músicas junto com a banda. Por algum motivo, os punk rockers estadunidenses parecem cachorrinhos adestrados, e não se incomodam com um segurança-macaco plantado no meio da platéia, tampando a visão de outra dúzia de desafortunados que balançam levemente a cabeça. Não é à toa que tantas bandas falam bem do público quando vem tocar no Brasil ou na Argentina.

domingo, 10 de agosto de 2008

De volta

O Rock N Cigarettes continua vivo. Muito em breve estaremos de volta com mais novidades, resenhas e entrevistas. Continuem acessando!

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O Rock N Cigarettes é um blog comunitário sobre o universo Rock N Roll. Se você quiser colaborar, mande um e-mail para rockncigarettes@gmail.com. Boa leitura.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Weezer – Weezer (Red Album) (2008)

Desde seu retorno em 2001, o Weezer deixou de lado a pose e as composições indie e adotou uma postura rock de arena. Nenhum problema, uma vez que o quarteto estava lançando álbuns de qualidade como Weezer (Green Album) e Maladroid. Seguindo a tradição criada pela própria banda, este terceiro disco auto intitulado marca novamente uma mudança de direção no som dos caras. No entanto, parece que o Weezer se perdeu no meio do caminho. A coesão passa longe deste Red Album, que mais parece um amontoado de sobras de estúdio e faz o lançamento anterior dos estadunidenses – Make Believe, de 2005 – parecer um album conceitual.

Logo no início do disco encontram-se duas ótimas faixas que devem (com todo o mérito) bombar nos iPods dos fãs. “Troublemaker” e o primeiro single “Pork & Beans” (acompanhado de um vídeo-clipe fantástico) mostram o Weezer em sua melhor forma, compondo pop rocks aos quais (quase) ninguém resiste. Desnecessário chover no molhado e elogiar a letra da segunda, que dá uma zoada no produtor Timbaland e sua fórmula de sucesso, que pode ser conferida em uns 2423 lançamentos de pop e hip hop este ano. Também logo no início do disco está a épica “The Greatest Man That Ever Lived”. Entre 1584 trocas de ritmo e melodias que vão do metal ao rap, passando por coros, fica difícil saber aonde termina a piada e começa a viagem egocêntrica anunciada pelo título. Desnecessária.

Tão longas quanto “The Greatest Man That Ever Lived” são “The Angel And The One” e “Dreamin'”. A primeira é um bom pop triste que fecha bem o disco. A segunda poderia ser uma boa música se não se perdesse em meio a tantos exageros. Há também 3 faixas compostas e cantadas pelos outros membros da banda. “Thought I Knew”, do guitarrista Brian Bell, é uma boa canção, mas não lembra em nada o rock característico do Weezer. As outras duas são apenas dispensáveis. Mas elas vêm em seqüência, como que pensadas para quebrar em dois e acabar com a unidade do trabalho. O resultado é que com apenas 10 músicas o Weezer consegue transformar o Red Album no pior lançamento de sua estrelada discografia.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Trever Keith - Melancholics Anonymous (2008)

Segundo Trever Keith, ex- vocalista do finado grupo de punk rock Face To Face, Melancholics Anonymous segue de onde Ignorance Is Bliss parou. O cara se refere ao álbum de sua antiga banda que foi um fracasso de vendas e é menosprezado pela maioria dos fãs. Mas Melancholics Anonymous vai muito além do que o álbum de 1999 foi. O primeiro trabalho solo de Keith une a melancolia do título com programações de bateria dançantes, que levam o álbum para longe de um clima simplesmente depressivo. A influencia mais facilmente identificável é o pós punk oitentista (a introdução de “Say Goodbye Again” é totalmente The Cure), mas o trabalho também lembra o som do Garbage em sua mistura de rock e batidas e efeitos eletrônicos.

Apesar das referencias, o disco tem identidade própria e mostra Trever canções tão boas quanto os maiores “hits” do Face To Face. “Cross Your Heart And Hope To Die” abre o disco e é a mais roqueira da 11 faixas. Já “Absolution” é a balada mais calminha (ao lado da faixa-título) e une com habilidade violões e batidas eletrônicas. “Half Asleep” segue a idéia do título e tem um clima etéreo, como um sonho, e a boa “Pushover” é a faixa mais alegre dos 40 minutos de Melancholics Anonymous. Mas as melhores músicas do disco são mesmo “Incommunicado”, que tem a melodia mais legal e grudenta, e “Bleeding Out”, que transcorre em um clima tenso até estourar em um rock energético. Melancholics Anonymous é uma bela surpresa e mostra que Trever não precisa ficar preso a “Disconnected” e outras (boas) músicas do Face To Face que marcaram época.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Música e palavras

A noticia não é nova, mas ainda é digna de nota. A editora virtual Mojo Books trabalha com uma proposta bem interessante: "Se música fosse literatura, que história contaria?". Há quase dois anos no “mercado” a editora já publicou adaptações literárias (contos, na maioria dos casos) de 68 músicas e álbuns de artistas tão diversos quanto Pantera, Mundo Livre S/A, Madonna, Beatles e My Chemical Romance. Desde maio a Mojo também publica adaptações em quadrinhos. O primeiro trabalho em quadrinhos da editora é “Bela Lugosi’s Dead”, da banda gótica inglesa Bauhaus. Todos os livros são gratuitos e em formato PDF e o próximo lançamento será “In Utero”, do Nirvana. Vale a pena conferir.

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O diário Folha de S.Paulo publicou uma nota triste em sua edição do dia 2 de julho:

No Brasil, o equivalente a 77 milhões de pessoas dizem não gostar de ler, segundo a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", divulgada em maio pelo Instituto Pró-Livro. As principais razões para aqueles não-habituados à leitura: lêem muito devagar (17%); não têm paciência para ler (11%); não compreendem o que lêem (7%); não têm concentração para ler (7%). O brasileiro que lê, em média, conclui 4,7 livros e compra 1,2 exemplar a cada ano


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Recomendação do editor do site Zona Punk, Wladmyr Cruz, em seu editorial semanal sempre repleto de vídeos do YouTube:

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Alkaline Trio - Agony and Irony (2008)

Apesar de ter agradado a critica e garantido à banda um contrato com uma major, o lançamento anterior do Alkaline Trio, Crimsom, está longe de ser unanimidade entre os fãs. Por isso, o lançamento de Agony and Irony foi cercado de muita expectativa. Em entrevistas recentes, o trio declarou que havia demorado na composição do álbum, mas que as gravações tinham ocorrido em apenas 6 semanas e a produção havia dispensado o uso exagerado de instrumentos como pianos, teclados, cordas e efeitos de estúdio. Isso é verdade apenas em parte, e aqueles que apostavam em uma volta às raízes punk rock do grupo podem se decepcionar.

Apesar disso, Agony and Irony é um álbum mais empolgante do que seu antecessor e mostra uma mistura muito bem dosada de punk rock, pós-punk e pop rock. As letras cheias de imagens ligadas à morte, depressão, sangue e afins continuam presentes, mas embaladas por melodias e arranjos menos soturnos. As palmas na ótima faixa de abertura – “Calling All Skeletons” – já avisam que o dia está amanhecendo para o trio. Os refrões excessivamente pop (e um pouco clichés) de “Help Me” e “Love Love, Kiss Kiss” deixam isso ainda mais claro.

Outro ponto interessante é o fato do subestimado baixista Dan Andriano ter composto uma das melhores faixas de Agony and Irony, “In Vein”. A pesar de ser responsável por uma quantidade menor de canções do que nos primeiros trabalhos da banda, Andriano prova que é um compositor tão talentoso quanto seu companheiro Matt Skiba. Este, por sua vez, continua sua trilha em direção ao rock gótico dos anos 80, como fica claro nas boas “Over And Out” e “I Found Away”, que lembram o trabalho da banda paralela do guitarrista, Heavens.

Também vale a pena destacar “Into The Night” e ”Lost and Rendered” que traz alguma novidade ao som da banda com seu clima industrial, com teclados e guitarras bastante distorcidas. Infelizmente as melhores faixas do trabalho estão concentradas em seu início e final, deixando o miolo do álbum meio esquecido, com faixas menos inspiradas como “Live Young, Die Fast”. Se Agony and Irony não é o melhor trabalho da banda de Chicago, traz uma boa quantidade ótimas composições e mostra que a banda tem qualidade e personalidade suficientes para sobreviver ao envelhecimento e às mudanças de gravadora.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Notícias Rock

Os estadunidenses do Less Than Jake liberaram samples de 30 segundos de todas as faixas de seu novo trabalho GNV FLA, que foi lançado no último dia 24. Ouça a prévia aqui, ou baixe o disco inteiro de graça por aí. Se o álbum for tão bom quanto a faixa de trabalho, “Does The Lion City Still Roar?”, deve valer a pena.

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No maravilhoso mundo do dólar decadente, os shows de bandas internacionais no Brasil não param mais. O TIM Festival anunciou duas atrações esta semana: O Gossip, da diva indie lésbica Beth Ditto, e os new ravers do Klaxons. Ainda devem ser confirmados os ciganos do Gogol Bordello e várias outras atrações de indie rock e jazz. O festival acontecerá no Rio, em São Paulo e em Vitória na segunda metade de outubro.

Em outra praia, os pop punkers ingleses do The Fallout Theory anunciaram 8 datas no país, sete delas no estado de São Paulo (a outra será Curitiba), entre os dias 15 e 31 de agosto. A banda faz um som parecido com o do New Found Glory, que também vem tocar em terras brasileiras em novembro. Um dos shows será na 12456ª edição do ABC Pró HC, em Sampa, outro será no Rio e um terceiro ainda será anunciado.

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In other news, a banda de hardcore Rise Against postou em seu MySpace um pedaço de “Little Boxes”, regravação da faixa tema do premiado seriado Weeds, composta por Malvina Reynolds. Artistas tão diversos quanto Linkin Park, Regina Spektor, The Decemberists, Randy Newman, Billy Bob Thornton, The Shins, Death Cab for Cutie e Joan Baez já regravaram a canção para o programa.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Notícias Rock

A semana guardou algumas boas notícias para roqueiros de todas as matizes.

Conor Oberst (Bright Eyes) lançou um site novo para seu Mystic Valley Band, com o qual se apresentará em São Paulo nos dias 16 e 17 de julho. No site é possível ouvir duas faixas do próximo álbum da banda. “Danny Callaham” e “Souled Out!!!” mostram Oberst em composições mais elétricas e vocais mais comportados do que de costume. A primeira é calma e bonita, seguindo o estilo do Bright Eyes, mas com arranjos mais elaborados e pops. A segunda é bem roqueira, com guitarras distorcidas e até alguns gritos. Ambas são muito boas.

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Vazou a faixa bônus da edição japonesa de Rise and Fall, Rage and Grace, novo álbum do Offspring. A música se chama “OC Life” e deixa a dúvida de porque os caras tiraram ela da edição final do lançamento. Não é a canção mais fantástica que o quarteto já compôs, mas mostra um pouco da energia e do feeling que faltam a várias músicas de Rise and Fall... o destaque vai para as boas guitarras de Noodles.

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A banda sueca The Hives divulgou em seu MySpace as datas oficiais dos shows que fará no Rio, em São Paulo e em... Brasília. Aparentemente o quarteto se apresentará em uma das edições do Pílulas Porão do Rock, no dia 5 de setembro.

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Nem só da Apple vive a música do século 21. O tão falado projeto Álbum Virtual da gravadora Trama realmente saiu do papel. Para quem não sabe do que se trata, o projeto é basicamente uma extensão do bem sucedido Download Remunerado, que a gravadora leva a cabo em seu badalado site Trama Virtual. Nesse projeto, os artistas disponibilizam suas músicas para download no site e são remunerados por patrocinadores. Como na TV aberta, você assiste a novela e o jogo de futebol de graça e os anunciantes garantem o lucro da emissora. O Álbum Virtual é mesma coisa, mas com discos inteiros, com encarte virtual, letras, fotos da banda, informações técnicas e tudo mais.

O músico baiano Tom Zé, símbolo de inovação na MPB, foi o responsável pela estréia do projeto, com um álbum de inéditas chamado Danç-Êh-Sá ao Vivo. Entre os próximos lançamentos estará Donkey, segundo trabalho dos internacionalmente hypados CSS (não tem mais essa de Cansei de Ser Sexy). Notícia em todos os jornais e blogs do país, a gravadora mostra que é possível uma empresa mainstream ser inovadora, olhar para o futuro e agradar seus clientes. O presidente da Trama, João Marcelo Bôscoli, diz que a gravadora não quer revolucionar nada, mas no fundo deve saber que está mudando o mercado musical.

domingo, 15 de junho de 2008

The Offspring - Rise and Fall, Rage and Grace (2008)

Após o fracasso de crítica e público de Splinter, o Offspring demorou quase cinco anos para lançar um álbum novo. Se as 12 faixas de Rise and Fall, Rage and Grace são o melhor que o quarteto conseguiu compor em tantos anos é melhor não esperar mais nada da banda. As duas faixas que os caras haviam divulgado na internet, “Half- Truism” e “Hammerhead”, são muito boas, apesar da segunda ser uma coleção de plágios. Infelizmente, o trabalho como um todo não chega nem perto da qualidade delas. “Half-Truism” abre o disco em grande estilo e, seguida pela ótima “Trust In You”, dá falsas esperanças aos fãs que ainda acreditavam no Offspring.

“Trust In You” cheira a Ixnay On The Hombre, mas é seguida por “You’re Gonna Go Far”, uma faixa dançante que às vezes lembra The Killers. Nada a ver. As várias baladas também ajudam a matar o ritmo do álbum. É até interessante ouvir Dexter Holland cantando em um tom mais grave em “A Lot Like Me” e “Fix You”, mas os pianos e a grandiosidade da gravação não combinam com o som da banda. Parecem mais idéias do produtor Bob Rock. Especialmente “Fix You”, com seus “lalalas” constrangedores. Já “Kristy, Are You Doing Ok?” é apenas uma balada excessivamente pop, com seu arranjo de cordas pronto para as rádios. Há ainda “Let’s Hear It For Rock Bottom”, um ska-core preguiçoso, que dá saudades de “What Happened to You?”

O lado mais roqueiro de Rise and Fall... é bem melhor, mas ainda assim insoso. “Takes Me Nowhere” quase salva o jogo e “Nothingtown” é uma boa música, mas nada memorável na longa discografia dos californianos. Já “Stuff Is Fucked Up” tem uma passagem totalmente System Of a Down simplesmente inexplicável. E “Rise and Fall” fecha o álbum em um clima mais rock n roll, mas too little, too late, não dá mais para salvar um trabalho tão sem direção. É curioso perceber com o Offspring fazia um som mais adulto (pode-se dizer maduro?) em seus primeiros álbuns. O som do quarteto foi evoluído para um rock ensolarado e radiofônico que não é ruim, mas sem graça e, principalmente, sem personalidade. Uma pena.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Shows, muitos shows

por Nicholas Gurewitch


O dólar em queda livre tem feito maravilhas pelos festivais de rock no Brasil. Depois do quase-anúncio dos shows do Suicidal Tendencies e do Muse no Porão do Rock, é a vez de dois outros festivais, ambos em São Paulo, anunciarem suas atrações internacionais.

A 11ª edição do ABC Pro HC traz duas bandas gringas. Emery e Love Hate Hero, ambas dos EUA. O line up também conta com as bandas brasileiras Strike, Envydust, Dance Of Days, Darvin, Rancore, Scracho, Fake Number, Hevo84, Display e Voiced. O festival vai acontecer dia 03 de Agosto no Salão Social do Palmeiras.

Já o novo Orloff Five Festival, que está marcado para o dia 6 de setembro no Via Funchal, vai trazer os suecos do The Hives, os estadunidenses do Melvins e as francesas do Plasticines, além do hypado Vanguart, de Cuiabá. Festa indie para ninguém botar defeito.

Lúcio Ribeiro ainda anuncia em seu blog como certa a vinda para o Brasil de Conor Oberst (Bright Eyes) com seu projeto Mystical Valley Band. É difícil confirmar nesses anúncios do cara, mas se tudo der certo, Oberst se apresentará no Studio SP, dias 16 e 17 de julho.

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Dois dos vídeos de hoje não tem nada a ver com as notícias aí de cima, mas são notícia por si só. O outro é o videoclipe das Plasticines para a música “Loser”.








quarta-feira, 11 de junho de 2008

Porão do Rock 2008

Há algumas semanas vem sendo divulgado na web (e até no Correio Braziliense) a vinda dos ingleses do Muse para o Porão do Rock. Nos últimos dias começou a se ouvir que a edição 2008 do festival contará ainda com outra banda gringa, o Suicidal Tendencies. Se o Muse deve agradar os indies ligados na cena britânica, a contratação da banda norte americana visa os fãs de rock mais pesado. O único problema é que enquanto o primeiro está no auge de sua fama, o grupo de hardcore de Mike Muir está mais decadente do que Axel Rose. Vamos torcer para que eu esteja enganado e a banda mostre a que veio, como o Mudhoney ano passado. Ah, aparentemente o Cachorro Grande e o Matanza também estão escalados. E possivelmente o festival terá 3 palcos. A confirmar.

Errata

Como o Glauber corretamente corrigiu nos comentários, Axel Rose não existe. O correto seria Axl Rose.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Entrevista com a banda Siltu


A banda brasiliense Siltu foi formada em 2000. Há poucos meses lançou seu primeiro CD, Dose Dozes, totalmente independente. O quarteto, que se apresentou na Livraria Cultura no último domingo, é influenciado por diversas bandas de hardcore melódico, pop punk e punk rock. Confira a entrevista com o vocalista Raoni, que falou ao Rock N Cigarettes sobre música, fetiches e o teorema de Cauchy Schwartz.

Quem é você?
Raoni Rodrigues Barros, brasileiro, heterossexual.

Eu não sei o que significa Siltu. Que porra é essa?
No atual contexto, Siltu é um nome próprio, escolhido por mim e um grupo de amigos para nomear o nosso conjunto musical.

Fale dos integrantes, quem são o que e o que tocam. E o que fazem para ganhar o drink de cada dia?
Raoni, baixo e voz; André, guitarra e voz; Leandro, guitarra e Fernando, bateria. Não entendi essa do drink, mas geralmente pedimos pro garçom. Em dias menos badalados compramos no supermercado mesmo. Menos o André, ele não bebe (pasmem!).

Por que você escolheu tocar baixo?
Eu não escolhi essa vida, ela me escolheu.

Lembro de ter visto um show de vocês no Zoona Z em 2001. O que mudou de lá pra cá, além da barriguinha e os óculos do Leandro?
Bom, a principal mudança foi que o André se juntou a nós. E depois que ele entrou a gente começou a se agilizar mais como banda, tocar mais, gravar o CD e etc e tal. Antes era tudo muito desorganizado, como a gente gosta de falar: O Siltu era só o nosso futebol de sábado. Hoje em dia ela invade um pouco da semana também.

Qual foi o melhor show?
Que eu já fui? Less than Jake no Circo Voador. Do Siltu? Pô, cada show tem sua particularidade, mas um dos que eu mais me diverti foi um há algumas semanas atrás, abrindo pro Darvin e Skore, aqui em Brasília mesmo.

Me fale de um show que foi mais ou menos.
A maioria esmagadora. Nós ganhamos uma reputação por sermos medíocres.

Em quais cidades vocês já tocaram?
Só em Brasília e arredores e uma vez em São Paulo. Não somos exatamente a banda mais viajada, mas estamos tentando mudar isso.

O que você ouve no seu carro?
Meu som foi roubado há alguns meses e você não precisava me lembrar disso. Então, sei lá, acho que seriam... sons urbanos?

O que você ouve no banheiro?
O frango cantando.

E na cozinha?
O Leandro reclamando que não tem nada vegan.

Que parada é essa de tampar um olho? É uma campanha contra conjuntivite?
Esse é o tipo de coisa que muitos gostam de chamar de lombra torta. Essa idéia aí surgiu sem querer em uma sessão de fotos e o pessoal resolveu transformar numa marca registrada da banda. Tipo os braços cruzados acima da cabeça do Manowar, sacoé?

Quem da banda ainda é virgem?
Eu e o Leandro somos Touro, o Frango, acho que é de Câncer. Não sei, talvez o Dedé seja Virgem. Vou checar isso com ele e fico de te retornar.

Você tem algum fetiche?
Sim, vários. A maioria envolvendo as mães de amigos meus.

Qual o fetiche do Fernando, do Leandro e do André?
Esses dois últimos eu preciso pedir autorização das namoradas...ou não. (risos) Realmente não sei, só que o do Fernando muito provavelmente envolve pizza e ele dormindo.

O que o Siltu faria se fosse uma banda de pagode?
Cover do Harmonia do Samba, talvez. Mas definitivamente gastaríamos menos dinheiro, teríamos maior popularidade e seríamos mais respeitados. Logo, nos divertiríamos menos.

Quais os planos para o futuro da banda?
Tocar no maior número de lugares possível, viajar e enfrentar novos públicos. Depois disso, se possível, gravar outro álbum e começar tudo de novo. E assim sucessivamente, até que perca a graça.

Suas últimas palavras.
Mantenham a parcimônia.

Valeu. Alguma pergunta?
Sim! Como eu uso o teorema de Cauchy Schwartz para provar as propriedades da matriz de projeção ortogonal num modelo de regressão linear de posto completo?

Por Boss Matsumoto

http://www.siltu.com.br
http://www.tramavirtual.com.br/siltu
http://www.myspace.com/siltu
http://www.fotolog.com/siltu
bandasiltu@gmail.com

sábado, 31 de maio de 2008

Sweet Fanny Adams - Fanny, You’re No Fun (2008)

Sweet Fanny Adams é uma antiga expressão da língua inglesa usada principalmente por marinheiros e que quer dizer “absolutamente nada”. A história ensina que Fanny Adams era uma menina inglesa de 8 anos que foi brutamente assassinada e esquartejada em 1867. A música dessa banda recifense, no entanto, é bem menos macabra, apesar das letras sobre ódio e matança. O som do quarteto está bem inserido no indie rock dos anos 2000, que dá uma bela olhada para trás, principalmente para o dançante rock inglês dos anos 80. Mas dois detalhes destacam a música do SFA. Primeiro, a banda não tem medo de soar rockeira. As guitarras são mais distorcidas e sujas do é comum no rock pós Strokes e Libertines. Em “C’mon Girl”, chega até a lembrar Queens of the Stone Age. O Segundo são os vocais de Leonardo Gesteira, que canta em um inglês claro e bem pronunciado. O vocalista tem também o hábito de aloooongar as sííílaaabas, como faz John McCrea, vocalista do Cake, o que se encaixa bem nas composições da banda. Fanny, You’re No Fun, é o segundo EP dos caras e tem quatro músicas. Não existe aqui um hit, uma faixa que se destaque, mas as quatro mostram que a banda consegue manter a qualidade e coesão por mais do que apenas alguns minutos, algo que falta a muitas bandas desses tempos de mp3, inclusive aos hypes ingleses e norte-americanos. Outro ponto positivo é que a banda vem de Pernambuco, mas não tem nada de manguebeat. Não tem como não simpatizar com o SFA.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Gainesville, Florida

Curiosa a capa do novo álbum do Less Than Jake, essa aí do lado. Bem diferente das capas dos discos anteriores da banda da Florida, essa traz uma leveza que parece marcar também o som do disco, a julgar pela primeira faixa liberada GNV FLA, “Does The Lion City Still Roar?”. Depois de muitos anos de pop punk com poucos sopros, finalmente os caras voltaram ao ska. A música não é simplesmente uma volta às raízes, mas dá passos a frente ao mesmo tempo em que olha para trás. É bem capaz que agrade os fãs novos e antigos da banda, agora totalmente independe, lançando GNV FLA pelo seu próprio selo, Sleep It Off Records. Tomara que o álbum seja tão bom quanto a música.

Falando em músicas novas, o final de semana foi cheio delas. Os australianos do Living End soltaram a primeira faixa de seu quinto álbum de estúdio, White Noise, previsto para 5 de julho. “How Do We Know” é esquisita. Tem um feeling típico da banda, mas deixa passar longe as influencias punk rock e rockabilly do início de carreira e adota guitarras totalmente setentistas. A introdução anuncia algo composto por Jack White, e o miolo da música tem um clima meio hard rock, com algumas orquestrações no refrão. O Living End sempre lançou discos diferentes uns dos outros, mas mesmo levando isso em conta, “How Do We Know” é estranha. Difícil saber o que esperar de White Noise.

Os veteranos britânicos do Wire também lançaram um preview do seu próximo trabalho, Object 47: a música “One Of Us”. Famosos por seu primeiro disco, Pink Flag, de 1977 e pela cópia descarada das guitarras de “Three Girl Rhumba” que o Elastica usou em seu maior hit “Conection”, o Wire lança álbuns raramente e tem pouca atenção da mídia, talvez por ficarem em um limbo entre o punk rock, a new wave e o indie rock. “One Of Us” não deve mudar isso. Não é uma música ruim, mas não tem nada marcante, que a destaque das centenas de faixas que ouvimos por semana na internet. Deve valer mais a pena tirar a poeira de Pink Flag mesmo.

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Aí em baixo estão dois vídeos bem diferentes. O primeiro é “Biggest Lie”, faixa que abre o último disco dos californianos do No Use For a Name. Um bom clipe para uma das melhores músicas do quarteto nos últimos anos. Em baixo dele está o controverso clipe de “Stress”, da dupla francesa de eletrônica Justice. A música é comum, mas o vídeo não. É chocante e polemico e essa parece ter sido a intenção ao mostrar um dia na vida de garotos arruaceiros dos subúrbios de Paris. Sim, aqueles garotos pobres, filhos de imigrantes, que queimaram milhares de carros e fizeram a maior revolta popular da Europa ocidental nas ultimas décadas. Não sei ao certo qual é a mensagem do clipe (ou se existe uma), mas desconfio que a raiva e a violência sem razão concreta ou especifica seja o sentem essas pessoas e o que o vídeo quis passar. Só o fato do governo francês ter censurado a exibição do clipe em TV aberta já vale os seis minutos.




domingo, 25 de maio de 2008

Notícias Rock


Essa aí em cima é capa de Cómo te Llama?, segundo disco solo do guitarrista do Strokes, Albert Hammond Jr. Confesso não conhecer muito do trabalho do rapaz, mas o primeiro single do álbum, “GfC”, é bem legal e pode ser ouvido aqui.

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Os ingleses do Subways também lançaram música nova. “Girls and Boys” é a primeira faixa do segundo disco do trio, All or Nothing, a cair na web. A música segue o estilo do primeiro disco da banda, Young for Eternity, cheia de guitarras distorcidas. O mais interessante da faixa é a alternância de vocais entre o guitarrista Billy Lunn e sua namorada, a baixista Charlotte Cooper. “Girls and Boys” pode ser baixada gratuitamente aqui.

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O vídeo de “Porks and Beans”, primeiro single do quinto disco do Weezer está se espalhando rapidamente pelo web. Não é à toa. O clipe é uma homenagem aos maiores fenômenos do Youtube e à geração internet como um todo, além de ser muito engraçado. Se o Red Album for tão bom quanto essa música e seu clipe teremos um novo clássico da banda.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

Notícias Rock


Os californianos do Offspring, em parceria como YouTube, estão promovendo um concurso para o lançamento do vídeo de “Hammerhead”, primeiro single de Rise and Fall, Rage and Grace. Infelizmente, só podem participar da promoção fãs residentes nos EUA. De qualquer forma, é possível conferir os vídeos postados pelos fãs aqui. Falando em Offspring, há alguns dias o quarteto divulgou a capa de Rise and Fall, Rage and Grace. A arte vai no mesmo rumo de alguns CDs anteriores como Americana e Conspiracy of One. Pode ser só supertição, mas não são os melhores trabalhos da banda.

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Nem só de YouTube vive o rock. O MySpace também está bombando com os novos sons da loiríssima Lily Allen e do Beck. Allen postou em sua página versões demo de "I Don't Know" e "I Could Say". Ambas farão parte do sucessor de Alright, Still, ainda sem nome e data de lançamento. Já a página de Beck trás a chata (e curta) "Chemtrails", que também estará no próximo trabalho do americano.

Os superstars ingleses do Oasis também anunciaram novidades. O novo álbum da banda deve ser lançado em setembro, mas ainda não foi divulgado o nome, data precisa, ou qualquer outra informação. Pelo visto eles não gostam tanto de novidades tecnológicas como Beck ou Lily Allen.

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In other news, esta meio bizarra, os fãs da banda estadunidense My Chemical Romance estão organizando uma passeata em Londres para protestar contra “os meios de comunicação que vêm denegrindo a imagem da banda”. A passeata irá do Hyde Park até o escritório do Daily Mail, jornal inglês que vem associando o suicídio de Hannah Bond, emo britânica de 13 anos, ao suposto “culto Suicida” promovido pela banda.

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A semana que está acabando foi gentil com os fãs de vídeo-clipes. Aí em baixo, você pode assistir “The Western World”, do último álbum dos punk rockers do Pennywise, e "Dig My Own Grave", do New Found Glory, retirado do EP Tip of the Iceberg / Takin’ It Ova!.

O primeiro é uma superprodução meio clichê, mas bem legal, para dar suporte a uma das músicas mais memoráveis que o Pennywise lançou nessa década. O segundo é engraçado, com o bom humor típico do pop punk pelo qual o New Found Glory é conhecido.


sexta-feira, 16 de maio de 2008

Retração do mercado de discos atinge pequenos lojistas


Grandes cadeias não sofrem, mas fechamento das pequenas lojas deve continuar em ritmo acelerado

Nos últimos anos a queda na venda de CDs tem sido de cerca de 10% ao ano, segundo estimativas da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). No Brasil não é muito diferente e, mais do que as gravadoras, isso tem afetado os pequenos e médios lojistas do ramo. A rede de discotecas 2001, que já teve 14 lojas na cidade, deve fechar seus dois últimos pontos até o final do ano. “Nos últimos cinco anos fechamos oito lojas. Só esse ano já fechamos quatro”, explica Josenei de Sousa, gerente da loja da 108 norte.

Segundo o gerente, vários fatores são responsáveis pelo declínio do mercado. A música digital, a pirataria e o preço dos CDs são os principais. “O preço de CD é uma coisa irreal, não existe. Isso contribui com a pirataria e com os downloads de internet”, defende. Ainda segundo ele, a queda nas vendas na rede 2001 chegou a quase 70% em 2007 em relação ao pico de vendas alguns anos atrás. Josenei prevê que até o fim de 2009 Brasília não tenha mais nenhuma loja que venda exclusivamente discos. “Só lojas de departamento, como a [Livraria] Cultura e a Fnac”, complementa.

De fato, estas parecem alheias à crise. Fábio Herz, diretor comercial da Livraria Cultura diz que as vendas da cadeia não têm caído. Segundo ele, em 2007 a Cultura apresentou um aumento de 23% em número de CDs vendidos. Os recém fechados números do primeiro trimestre de 2008 são ainda mais generosos: um crescimento de 52% em relação ao mesmo período do ano passado.

Herz explica a diferença entre sua loja e o mercado em geral. Segundo ele, a rede não investe em grandes lançamentos ou promoções. “A Cultura sempre esteve focada nos produtos de catálogo, temos um bom acervo de jazz, blues e música clássica”, diz. Para o diretor, ainda há espaço para os discos porque o brasileiro não tem o hábito de comprar pela internet e ainda existe o consumidor que gosta de CDs. “Outra coisa importante é o atendimento. CD é commodity, o importante é pegar o cliente pelo coração”, complementa.

Apesar da realidade conflitante, os números demonstram que a crise do mercado fonográfico é uma realidade, e Josenei de Souza atribui grande parte da culpa às gravadoras. “Elas demoraram muito pra cair na real. Se há cinco ou seis anos as gravadoras tivessem tentado baixar os preços, o mercado não teria chegado onde chegou”, defende. O gerente diz ainda que o preço médio dos CDs de cerca de R$ 30 deveria ser reduzido à metade. “Se tivesse um produto de qualidade com preço bom, as pessoas não iam correr para a pirataria”, defende.

Mas talvez o modo de consumir música esteja mudando radicalmente, independente do preço dos CDs. Josenei e Fábio Herz concordam que o público que consome discos atualmente é de alta renda e de meia idade. Existem também aqueles colecionadores, que até hoje compram discos de vinil. “O público geral consome qualquer coisa. Baixa [da internet], compra pirata, depois joga fora”, diz o gerente da 2001.

Fábio Herz diz que culpar a pirataria é simples e que ela é uma realidade em todo o mundo. Segundo ele, a Livraria Cultura não é muito afetada porque produtos piratas estão muito focados em determinados tipos de música. “Ninguém compra a 9ª Sinfonia de Beethoven pirata”, explica. Apesar disso, o diretor concorda que a forma de consumir música está mudando. Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Discos, o crescimento das vendas de músicas em formato digital –como o mp3- em 2007 foi de 185% em relação a 2006, somando cerca de 8% do faturamento do mercado fonográfico brasileiro.

Provavelmente devido à chamada exclusão digital o mercado brasileiro ainda é pequeno se comparado ao mercado internacional. Segundo a IFPI, o comércio de músicas digitais já é responsável por 15% das vendas da indústria musical de todo mundo, cerca de R$ 5,1 bilhões. Ainda de acordo com as estimativas da IFPI, o “mercado” de downloads considerados ilegais pela industria musical é cerca de 20 vezes maior do que o legal.

A campeã de vendas digitais em 2007 foi a cantora canadense Avril Lavigne, cuja música “Girlfriend” vendeu 7,3 milhões de arquivos. Neste cenário, os artistas estão fazendo apostas diferentes das gravadoras e lojas de discos, que não ganham nada com os downloads ilegais. Devido à possibilidade de se tornarem mundialmente conhecidos e aumentarem seus ganhos em shows e venda de merchandising, muitos artistas não vêem os downloads chamados ilegais com maus olhos. Mais do que isso, bandas internacionais famosas, como Radiohead e REM, estão adotando a estratégia da venda direta via sites próprios.

As estratégias dos lojistas são outras. De acordo com Fábio Herz, a Livraria Cultura está estudando o que fazer no futuro, quando a mídia CD for substituída. “Talvez vender músicas digitais”, diz. Ainda segundo ele, o espaço em loja deve ser substituído por DVDs ou games. A venda em número de unidades de DVDs na Cultura cresceu 86% no primeiro trimestre desse ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação aos games, Herz diz que estão ganhando muita força. “O público adolescente consome muito. Temos que ficar atentos às novidades”.

Já Josenei de Sousa diz que sua loja ainda aposta em encomendas e em um atendimento diferenciado, mas que a única ação especifica tem sido pressionar as gravadoras por preços menores. “Para vender alguma coisa temos que ter um bom preço. Não tem para onde correr, essa é a verdade”, explica. Mas se as pequenas lojas não tem muita perspectiva, o gerente já fez seus planos para o futuro. “Vou correr pra outro lado. Música não faz mais parte dos meus planos. Pretendo trabalhar no departamento pessoal de alguma empresa”, diz.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Anti-Flag - The Bright Lights Of America (2008)

The Bright Lights Of America é o segundo álbum dos punk rockers do Anti-Flag pela major RCA. Se o lançamento anterior, For Blood And Empire, era uma continuação natural do trabalho dos estadunidenses, aqui a influência mainstream começa a aparecer de verdade, não no processo de composição, mas na produção do álbum. Esse é o maior defeito de The Bright Lights Of America: ele é produzido demais.

Pianos, teclados, sopros, arranjos de cordas, corais de crianças e efeitos como eco, sinos, explosões e trovões simplesmente não combinam com o punk rock do quarteto e quase ofuscam as boas composições. Isso fica evidente em “Shadow Of The Dead”, “The Ink And The Quill (Be Afraid)” e em “Good And Ready”, tão empolgante que sobrevive à sinos, efeitos eletrônicos, um arranjo de cordas e às crianças pentelhas, tudo em menos de 4 minutos de música.

Apesar de todo o exagero, o Anti-Flag vem progressivamente se tornando uma banda melhor, mais completa e menos repetitiva, e as boas composições salvam The Bright Lights Of America do fracasso. As duas músicas que abrem o disco, a já citada “Good And Ready” e “The Bright Lights Of America” são muito boas e se equilibram bem entre o punk rock que fez a fama da banda e o pop punk para o qual estão se encaminhando.

Do lado das músicas que trazem algo novo ao som do quarteto, “Go West” surpreende com uma gaita bem encaixada, apesar de ser uma música um pouco repetitiva. E do lado daquelas que não trazem nada de novo, o destaque é a porrada “Spit In The Face”, que conta com um ótimo solo metaleiro e é surpreendentemente longa para sua velocidade. No final das contas o punk rock sobreviveu à superprodução e o Anti-Flag criou um bom álbum, recheado de temas políticos, para apresentar a seus fãs.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Hammerhead

Os punk rockers do Offspring postaram em seu (novo) site oficial a música “Hammerhead”, que estará no próximo disco dos caras, “Rise And Fall, Rage And Grace”. A faixa pode ser ouvida em streaming ou baixada após registro. O mp3 é de alta qualidade e DRM free. A música, no entanto, não trás grandes novidades. É apenas uma faixa como muitas outras da banda, o que deve agradar aos fãs, mas pode decepcionar aqueles que esperavam algo mais do Offspring após mais de 4 anos de silencio. De qualquer forma vale a pena escutar, nem que seja para ouvir a segunda parte da canção, com instrumental composto por Kurt Cobain.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Independente Futebol Clube

Circuito Fora do Eixo lança portal para expandir e fortalecer a produção musical independente.


No ar desde o início do mês, o portal Fora do Eixo se destina a abastecer produtores, bandas e jornalistas com informações e discussões sobre a produção independente em todo território nacional. Parte de um projeto maior - o Circuito Fora do Eixo - o site obedece à lógica da livre circulação de informação e é gerido por membros dos coletivos que integram o projeto. No entanto, a comunicação externa ainda é fraca.

Fundado em 2005, o Circuito Fora do Eixo é uma associação de produtoras de eventos, bandas, jornalistas e casas de shows, que procura integrar e estimular a produção musical independente principalmente nos estados que se encontram fora do alcance do eixo Rio-São Paulo. “As metas iniciais eram promover ações que estimulassem a circulação de bandas, produtores e jornalistas, bem como estimular o escoamento de produtos culturais”, explica Marielle Ramires, coordenadora de comunicação do Espaço Cubo, um dos coletivos fundadores do projeto.

Além de informar o público geral e os associados, o portal Fora do Eixo tem o objetivo de aumentar a integração dos diversos setores produtivos da industria musical independente em cada estado. Para gerenciar o site, foi criado um conselho gestor e três “núcleos”: marketing, administrativo e de produção de conteúdo, que conta com editores de Web TV, Web Rádio, Fotografia e Redação.

André Kalil, produtor executivo da Torneira Produções Independentes, única representante de Brasília no Circuito, diz que sua empresa é co-responsável pela área de marketing e redação. “Auxiliamos os grupos de edição, enviando pautas à central”, explica. A Torneira lançou recentemente a Web TV Torneira, um canal no site YouTube que, segundo Kalil, fará parte da Web TV Fora do Eixo. “Ali disponibilizaremos vídeos de nossos eventos”.

Apesar de aumentar a troca de informações entre os associados, o portal ainda não cumpre bem a função de informar a imprensa e o público consumidor de cultura. Muito fechado em si próprio, o Circuito reclama, como todos no meio independente, da falta de exposição e espaço na mídia, mas não tem um sistema eficiente de assessoria de imprensa, por exemplo.

Projeto busca novos caminhos

O Circuito Fora do Eixo funciona de forma horizontal, como uma rede de distribuição de informações e produtos, e a representação local é feita pelos associados, que desenvolvem seus próprios projetos, além de participar de iniciativas integradas do projeto. Atualmente, o Circuito tem representação em 18 estados brasileiros, entre eles todos os das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul.

Apesar do nome, hoje o projeto também tem representação no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Há muita gente ‘fora do eixo’ no eixo. A questão transpõe a perspectiva geográfica. ‘Fora do eixo’ revela uma condição política”, defende Marielle Ramires. Ainda segundo ela, qualquer coletivo, produtora ou núcleo de produção que se dedique à cultura independente no país pode participar.

Tornar a produção musical independente auto-sustentável é o objetivo final do Fora do Eixo, que tem um sistema próprio de gestão e moeda, os Cards. Essa moeda se insere no conceito de economia solidária defendido pelo projeto, cujo sistema de créditos é baseado na troca de serviços e produtos. “Por meio da troca de serviços e Cards, artistas, produtores e coletivos podem gerir seu trabalho de uma forma que beneficie a todos”, explica André Kalil, da Torneira Produções.

“Bandas hoje consideradas top no circuito independente nacional, como Vanguart e Macaco Bong, começaram suas carreiras trocando apresentações ao vivo por horas no estúdio de ensaio”, exemplifica Ramires, que complementa: “É bem diferente da disputa férrea estabelecida pelo grande mercado, onde quase não há diálogo entre concorrentes”.

Apesar do discurso oficial conter termos como “características socializantes”, “coletivização dos meios de produção” e “alijados pela lógica do grande capital”, o projeto também tem seu lado pragmático. André Kalil diz que estar integrado ao Circuito aumenta a projeção, divulgação e espaço de atuação de sua produtora. Ainda de acordo com ele, é importante Brasília estar representada no Fora do Eixo, pois isso abre espaço para que as bandas locais se apresentem em outros estados, chamando a atenção da mídia independente. “Além disso, o resto do Circuito está de olho no DF”, diz.

Entre outras iniciativas, o Circuito organiza anualmente o Festival Fora do Eixo e o Grito Rock, que este ano aconteceu quase simultaneamente em quase 50 cidades brasileiras, além das edições estrangeiras em Montevidéu e Buenos Aires. Já o Festival Fora do Eixo acontece anualmente em São Paulo, mostrando para a mídia e público paulista as bandas de outras regiões do país.

“Em Brasília o balanço ainda é fraco, mas a nível nacional o Grito [Rock] é muito articulado e forte, contanto com patrocínio de grandes empresas”, explica Kalil. Marielle Ramires também avalia de forma positiva as conquistas do Circuito. “Cada vez há mais agentes produtivos se integrando e investindo força de trabalho na ampliação desta rede”, diz ela.

domingo, 27 de abril de 2008

A “cena” e os “showzinhos”

A cerca de uma semana atrás, postei aqui uma resenha do primeiro dia do Coquetel Anti-tédio, festival organizado pela Ziperona. Infelizmente o evento não encheu muito em nenhuma das 3 datas, apesar de uma escalação variada de bandas que tem se apresentado com freqüência na cidade. Escrevi que era “difícil saber se a falta de público se deve a um encolhimento da cena, a uma superexposição das bandas que tocam na cidade quase todo final de semana, ou a ausência da atração principal da noite, a banda chilena Humana”.

Talvez seja uma soma de tudo isso. É difícil falar de encolhimento de uma cena que sabidamente sofre de um “efeito sanfona”. Ian, guitarrista da banda Ilustra e produtor de shows deixou um extenso comentário no post, que mostra que nem mesmo os próprios produtores e bandas realmente sabem direito onde estão pisando.

Brasília é uma cidade estranha em relação a isso. Não se sabe o que acontece nos shows. Às vezes "lota" e dá a impressão de que a parada está ressurgindo, e às vezes fica tão vazio que despilha de fazer [organizar] qualquer coisa.


Ian também falou sobre as razões da superexposição das bandas:

A superexposição realmente cansa, mas ela existe por diversos fatores. São sempre as mesmas bandas, mas também são os mesmos organizadores. Repito bandas nos shows, a minha sempre. Organizar shows é uma coisa tão cara e trabalhosa, que faço questão de tocar. Ter esse prazer. Entendo que as poucas pessoas que organizam shows preferem não arriscar.

Falta também iniciativa das bandas novas, de organizarem shows e fazerem correrias, para um dia conseguirem "status" e serem convidadas sempre pra tocar, num reconhecimento de seus trabalhos. Minha banda mesmo não brotou de uma árvore. Foi um longo processo, até eu me envolver com shows e com estes shows fazer novos contatos e aparecer na cena.


Não discordo de nada, mas a questão vai além. Acho que a superexposição é natural em uma cena relativamente pequena de uma cidade média. E também tem seu lado positivo, uma vez que se apresentar ao vivo quase todo final de semana ajuda as bandas a evoluírem mais rapidamente. Talvez lineups com bandas de estilos mais diversos pudesse integrar um pouco os apreciadores de diferentes subgêneros e possibilitasse shows maiores. Pode parecer arriscado, mas tem dado certo para o Porão do Rock, nos últimos 10 anos.

Também acho que se soma a tudo isso, o fato de estarmos em uma entressafra de bandas locais “famosas”. Há algum tempo atrás tocavam no mesmo palco bandas iniciantes e conhecidas, como Bois de Gerião, Gramofocas e Móveis Coloniais de Acaju. Infelizmente, hoje nenhuma banda local dura tempo suficiente para lançar 1 ou 2 discos e formar uma base de fãs que vá além dos 200 aficcionados que comparecem toda semana ao Blackout ou ao... Blackout.

O que nos leva ao último ponto. A falta de estrutura. Tem quem ache bom o suficiente, mas os degraus que ousam chamar de palco, o som e iluminação apenas razoáveis da maior parte dos locais afasta parte do público, principalmente aqueles maiores de 20 anos, que preferem escutar rock em casa e ir a um show do Dead Fish a cada 2 anos. Entendo que os custos são altos, que ninguém vive de organizar shows underground e que simplesmente não vale a pena tamanho trabalho e gasto para aparecerem apenas 200 pessoas. Mas não deixa de ser um ciclo vicioso. A quantidade de fãs de punk rock, hardcore, emo, indie rock, e metal de diversos estilos é incomparavelmente maior que a quantidade de freqüentadores de “showzinhos”. Pode não ser nenhuma das citadas nesse texto, mas deve existir alguma razão.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Coquetel Anti-tédio – dia 3

Resenha do 3º dia do Coquetel Anti-Tédio no Blackout Bar, porque no 2º dia nenhum membro da equipe Rock N Cigarettes esteve presente no evento.

Domingo-feira. Já era noite e haviam algumas pessoas no Blackout Bar, não tantas quanto deveriam. Por mais que a segunda-feira fosse um feriado, o dia que passa Faustão estava com cara de uma noite pós Banheira-do-Gugu. Pelo o que eu ouvi de 3 pessoas, muita gente gostaria de ter visto a banda de abertura The Droogies.

A segunda atração da noite foi o Rainha Vermelha, que pareceu agradar muitos transeuntes. Rodrigo e André seguraram muito bem os vocais. Banda entrosada e redonda. A próxima banda, a goiana Atomic Winter, chamou a atenção de pessoas que chegaram, se posicionaram e de lá não mais saíram. O vocalista tem um vocal bem diferente das outras bandas do dia, alternando entre uma espécie de berro tipo Slayer e Garage Fuzz, como eles mesmos falaram. Os guitarristas eram tímidos e suas distorções poderiam ter um pouco mais de punch. Já a cozinha preparou todos os pratos na hora certa.

A segunda atração goiana da noite, a Critical Strike, mostrou uma apresentação mais comportada e um pouco mais experiente que a de seus conterrâneos. Eles mostraram um vocal mais sujo que na apresentação do Colégio Sênior algumas semanas atrás, talvez devido ao equipamento utilizado ou à onda de gripe que percorreu o centro-oeste, mas que soou legal.

Em seguida, a banda Promessa chamou vários curiosos para a frente do palco, que durante o show deram alguns passos para trás, e ao final, novos passos para frente. Durante a apresentação mostraram danças do siri e um cover do Rufio, que segundo eles não foi ensaiado. O vocalista podia olhar um pouco mais para o público, mas talvez cantar de costas e de lado para a platéia fosse uma questão de estilo. O Baixista Gabriel estava possuído pelo demônio, destacando-se bem mais que os outros 4.

O ADI, Amigos do Ivolanda, possui uma força magnética que arrastou boa parte do público para frente do palco. Entendi o porquê. Banda animada, músicas boas, dançantes, redondas e românticas. O baterista Thales estava concentrado até o talo. Sinto que o vocalista está desenvolvendo seu próprio estilo de cantar, deixando para trás os murmúrios breacos. E para finalizar a bela noite de shows se apresentou a banda Falante, de São Paulo. Os 4 integrantes se mostraram bem à vontade no palco, se comunicando razoavelmente com o público brasiliense e tocando músicas que agradaram muita gente, inclusive o Ed, dono do som.

Após o show, o público parecia cansado, mas pouco disposto a voltar para suas casas. Acredito que esse festival organizado pelo Ziperona deixou um gostinho de quero mais. Segundo o bombeiro de amarelo, não ocorreu nada de grave. Apenas alguns bebuns de primeira viagem beberam em excesso de estômago vazio e acabaram chamando colegas como Hugo e o Raul. Estes não foram bem-vindos.

Por Boss Matsumoto

domingo, 20 de abril de 2008

Coquetel Anti-tédio – dia 1

O primeiro dia do Coquetel Anti-tédio levou um público pequeno ao Blackout Bar. Difícil saber se a falta de público se deve a um encolhimento da cena, a uma super exposição das bandas que tocam na cidade quase todo final de semana, ou a ausência da atração principal da noite, a banda chilena Humana. Após a boa estréia do Maltz, que mistura punk rock e música celta, na linha de Dropkick Murphys e Flogging Molly, e uma longa troca de palco, o Ravenna mostrou seu screamo / post-hardcore (ou qualquer que seja o rótulo de preferência) aos presentes. Apesar de tocarem bem e fazerem uma apresentação agitada, fica a sensação de que a banda ainda precisa encontrar uma identidade própria, que os diferencie mais das várias bandas que fazem o mesmo tipo de som.

Dando continuidade a alternância de estilos, o Perfecto tocou seu hardcore melódico para um público que parece cada vez menos apreciar o gênero. Apesar do vocal um pouco fraco e do som embolado (comum no Blackout), o quarteto se saiu bem. Não tão bem quanto a banda seguinte, Ilustra. Sempre profissionais, o sexteto screamo estava desfalcado de seu mais destacado vocalista, Júlio. Felizmente para a banda, os amigos ajudaram, se revezando nos vocais gritados. O improviso resultou em show divertido e surpreendentemente bom.

Com a ausência do Humana ficou a cargo do Cárdia e seu hardcore fechar a noite. A banda toca bem, mas não pareceu muito empolgada com a própria apresentação. É verdade que o pequeno público presente não deu ao show ares de Warped Tour ou coisa parecida. A cerveja ingerida por este resenhista também prejudicou um pouco a observação da última apresentação da noite. Shame on me. Resta torcer para que o bom trabalho da produtora Ziperona seja melhor recompensado nos outros 2 dias de shows.

***

Uma semana antes do Coquetel Anti-tédio aconteceu no mesmo Blackout a versão brasiliense da seletiva do Zona Punk e Vans Apostam, que teve como vencedores o PDG. Como sempre acontece nessas ocasiões em que o voto popular escolhe a banda vencedora, aqueles que conseguem levar um número maior de amigos ao show ganham. Não é algo que desmereça o trabalho de qualquer uma das bandas que se apresentou na noite, mas a votação poderia ser feita na entrada, já que ninguém (incluindo esse blogueiro) assiste as apresentações para depois se decidir pela banda que mais gostou.

De qualquer forma, todos os grupos visivelmente se esforçaram para fazer uma apresentação que chamasse atenção dos presentes. Em meio ao som quase sempre mais ou menos, o Sem Fim se destacou, fazendo a única apresentação em que era possível ouvir bem o som de cada instrumento em ação. Frente à postura quase shoegazer dos outros integrantes, coube ao baixista Gabriel e ao baterista Dudu agitarem o show. Este último, aliás, fez um ótimo trabalho com as baquetas. O outro destaque foi o Under Atlantic, que fez um show muito animado, tocando seu pop punk / hardcore melódico, com direito a cover de No Use For a Name. Viva os anos 90.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Entrevista com a banda Stratum


O Stratum foi formado em 2001 por Daniel (baixo/voz), Vítor (guitarra) e João Guilherme (bateria). Com a entrada de Marcus (guitarra), a banda tomou a forma que tem até hoje. O quarteto diz ter criado a banda para “não apenas escutar, mas também fazer rock”, e toca um som na linha de grupos como Millencolin, MxPx, Dead Fish e Aditive. Confira abaixo a entrevista com o guitarrista Marcus, o Marcão da Boléia.


Então, que porra é Stratum?
Foi a única das opções de nome que a gente achou que soava bem! (só não sei onde estávamos com a cabeça!) Depois de tanto tempo a gente se acostumou com o nome! (risos)

Faz quanto tempo que vocês tocam?
Como um trio (Daniel, João e Vitor), desde 2001. Em 2002, Marcão da Boléia entrou na segunda guitarra e consideramos esse o primeiro ano de banda. Então já se vão 6 anos tocando juntos!

Qual era a idéia inicial da banda e a atual? Mudou muita coisa? Por que?
Bom, quando a gente começou o legal era estar envolvido com música, tocar o que a gente gostava de escutar, e não simplesmente ver os outros tocando. Até que a coisa foi crescendo e tomando uma proporção diferente. Hoje não somos mais os mesmos moleques inexperientes. Aprendemos um pouco sobre tudo o que envolve o cenário musical e tentamos botar o que aprendemos em prática!

O que vocês fazem da vida?
Bom, além da banda e aulas de música, o Daniel, é servidor público e faz graduação em Computação na Unb. O Marcus faz Ciência da computação e faz cursos de áudio. O Vitor faz Administração na Unb e trabalha com administração. O João trancou a faculdade de computação e estuda para concurso.

Os shows renderam muita mulher?
Bom, nos shows especificamente não. Somos todos ogros. (risos) Mas de vez em quando o Daniel se arrisca a fazer umas músicas pra alguma menina. Isso já rendeu alguns namoros e várias discussões de relacionamento! (risos)

E os shows fora de Brasília?
Cara, nos aventuramos no nordeste brasileiro em dezembro de 2004, mais especificamente no estado de Pernambuco, fazendo um show no interior e outro em Recife. Embora a banda ache que os shows não renderam muita coisa, é divertido poder lembrar das historias que passamos. E que venham mais shows fora!

Quais são as melhores bandas na sua opinião?
Cada um escuta coisas muito diferentes. Mas não pode faltar o velho e (ainda) bom Millencolin.

Marcão, fala mais sobre esse seu esquema de gravar coisas na sua casa.
Meu pai tocava bateria e eu sempre fui fascinado pelo instrumento. Sempre quis ter uma em casa. Mas como moro em apartamento, seria quase impossível. Com isso, tive que escolher um outro instrumento. E foi a guitarra. Comecei a tocar com 14 anos, mas sempre tive muita dificuldade em compor. Eu precisava de uma bateria para me guiar. E com isso, conheci o ultra mega maravilhoso Ezdrummer.

Ezdrummer é um plugin VST que permite criar sua própria bateria. Foi a minha salvação. Faço a linha de bateria e começo a compor em cima. Gravo as guitarras e os baixos com o toneport e depois entrego pro Daniel fazer a letra e a melodia de voz. Tem sido uma mão na roda pra gente. E com isso, percebi que a qualidade da gravação era realmente surpreendente. Comprei mais alguns equipamentos e comecei a gravar como forma de aprendizado. Hoje, faço um curso de áudio no [estúdio] Órbis com o Marcos Paulo e se tudo der certo, começo a trabalhar lá.

O que vocês estão achando dos shows de hoje em dia? Os de antigamente eram melhores?
Cara, é muito importante evitar a superexposição de bandas. E também é muito importante ter autenticidade, porque senão cai na mesmice. O que a gente vê hoje são shows sempre com as mesmas bandas e sempre com o mesmo estilo. O que faz com que os shows hoje em dia sejam meio desinteressantes. Por isso eu acho que os de antigamente eram melhores, pois pelo menos pareciam ser mais diversificados.

Escolha um integrante da banda para falar mal.
(risos) O Vitor. Só não é unânime porque ele vai escolher outro que não ele mesmo pra isso! Até hoje a gente não sabe como um menino do QI dele conseguiu passar na Unb além de tocar guitarra e agitar no show ao mesmo tempo e sem errar. (risos) É muita besteira dita por uma pessoa só em pouquíssimo espaço de tempo! Só convivendo!

Agora falem bem do mesmo.
Vitão é um moleque esforçado demais. E competente! Tem sempre boas idéias de arranjos e melodias, além de ter o dom pra administração de negócios. E na banda ele é o campeão das gatas! (risos)

Se vocês ganhassem 5.000 reais para investir na banda, o que vocês fariam?
Com certeza investiríamos na finalização da montagem do nosso próprio estúdio. Rumo à profissionalização!


Por Régis Matsumoto, com colaboração de Léo Werneck

www.fotolog.com/bandastratum
www.youtube.com/bandastratum
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=563175
www.tramavirtual.com.br/stratum
www.myspace.com/bandastratum

quarta-feira, 9 de abril de 2008

ALK3 e Half-FX

A banda estadunidense Alkaline Trio divulgou ontem o nome e tracklist do seu próximo álbum, o primeiro pela major Epic Records. Agony and Irony será lançado em 1º de julho e terá apenas 10 faixas. Veja abaixo:

01 - Calling All Skeletons
02 - Help Me
03 - In Vein
04 - Over And Out
05 - I Found Away
06 - Live Young, Die Fast
07 - Four Four Four Four
08 - Lost And Rendered
09 - Ruin It
10 - Into The Night

A música de trabalho do álbum é “Help Me”, que já pode ser ouvida no MySpace dos caras. Uma boa música pop, na mesma veia do último disco, Crimson, e com letra menos depressiva do que o habitual para a banda. Há alguns dias o trio postou por 12 horas “In Vein” em seu MySpace, essa sim capaz de empolgar os fãs. Com uma introdução que lembra The Clash e um refrão típico das músicas da banda, a faixa cantada pelo baixista Dan Andriano deve acabar se tornando o hit de Agony and Irony para o público já familiarizado com o som dos caras.

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Também vale a pena conferir o vídeo que a revista estadunidense Alternative Press postou em seu site do show do NOFX no enorme festival South By Southwest, que acontece todo ano em Austin, no estado do Texas. Esse ano o NOFX, sob a alcunha de Half-FX, decidiu tocar nada menos que 56 músicas, todas pela metade. A idéia é estranha e o resultado muito divertido. Para entrar na brincadeira a AP postou apenas metade do show dos californianos. Muito bom.

terça-feira, 8 de abril de 2008

REM – Accelerate (2008)

Muito se falou sobre o novo álbum do REM, Accelerate, ser uma volta da banda a sua sonoridade mais roqueira dos anos 80. Outros trataram o lançamento como uma estratégia bem pensada para reconquistar os antigos fãs. Deve ser verdade. Com quase 30 anos de carreira, o trio não tem nada de inocente e dificilmente teria gravado um disco tão enxuto e roqueiro se não fosse a recepção fria de fãs e crítica a Around The Sun, de 2004. Ao mesmo tempo, nada disso tem a menor importância, porque Accelerate é o melhor lançamento do trio estadunidense em muitos anos. Em menos de 35 minutos, a banda dá seu recado e vai embora. E mostra porque é uma das maiores bandas em atividade.

Naquela que foi definida pela própria banda como “a gravação mais curta de nossas vidas”, o produtor Garret “Jacknife” Lee conseguiu capturar toda a energia das apresentações ao vivo da banda nas 11 faixas do lançamento. Lee já produziu vários grupos do chamado novo rock, mas se mostrou o produtor certo para o REM após ajudar o U2 a voltar ao planeta Terra em How to Dismantle an Atomic Bomb. Quase todas as músicas de Accelerate são construídas em cima de guitarra, baixo e bateria, e pianos e teclados só ganham destaque na 5ª faixa, “Houston”.

A diferença para os discos anteriores é perceptível desde o momento em que a guitarra de Peter Buck abre o disco na boa “Living Well Is The Best Revenge”. Faixas como “Man-Sized Wreath”, “Horse To Water” e o single “Supernatural Superserious”, mantém o pique, trazendo de volta os clássicos backing vocals do baixista Mike Mills. Por mais roqueiro que o álbum seja, algumas baladas estão presentes, como em todos os lançamentos da banda. E são tão boas quanto as músicas mais animadas. “Mr. Richards” e “Until The Day Is Done”, são as melhores e deixam o caminho livre para o peso da ótima e despretensiosa música de encerramento, “I'm Gonna Dj”. Michael Stripe deixa o recado para todos: Ele vai discotecar no fim do mundo. “Yeah!”

terça-feira, 1 de abril de 2008

Anti-Flag + NUFAN

Hoje chegam as lojas norte americanas as versões físicas de “The Bright Lights of America” e “The Feel Good Record of the Year”, novos lançamentos do Anti-Flag e No Use For a Name, respectivamente. Um sinal dos tempos é o fato de que ambas as bandas postaram os álbuns inteiros em suas páginas do MySpace.

O No Use For a Name já havia liberado para audição a faixa de abertura “Biggest Lie”, um hadcore melódico veloz como a algum tempo a banda não fazia. “The Feel Good Record of the Year” não segue exclusivamente essa sonoridade, mas atira em várias direções já exploradas na discografia dos californianos. Após uma primeira audição apressada, a impressão que fica é muito boa.

Já os punk rockers do Anti-Flag haviam liberado 3 faixas de “The Bright Lights of America”, todas ótimas. Entretanto, o restante do álbum soa um pouco sem direção. Aparentemente a banda tentou buscar novos caminhos para seu som, mas se perderam no percurso. Pode também se tratar de um disco um pouco diferente dos anteriores, que revele seu valor aos poucos, após algumas audições. Veremos.