quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Retrospectiva do Dandy Warhols para audição


Os indie rockers estadunidenses do Dandy Warhols lançaram na última terça-feira uma coletânea que, apesar de não levar o nome, pode ser considerada um best of do quarteto de Portland. The Capitol Years 1995–2007, como o nome explica, reúne as melhores músicas dos cinco álbuns lançados pela banda através da gravadora Capitol. Ficam de fora apenas as faixas do sexto e último álbum de inéditas dos caras, …Earth to The Dandy Warhols…, de 2008. Além de sucessos dançantes como "Every Day Should Be A Holiday", "Bohemian Like You" e outras 12 canções, o lançamento conta com a tradicional faixa inédita destinada a fazer os fãs que já tem todos os discos comprarem a coletânea. Nesse caso trata-se de "This Is The Tide", que você pode escutar no player abaixo. Se você quiser conferir em streaming The Capitol Years por inteiro, acesse o site da Spinner, antes que o disco saia do ar.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Escute o novo álbum do Street Dogs

Formada em 2002, a banda americana Street Dogs é o atual projeto musical de Mike McColgan, mais conhecido por ter sido o vocalista original dos famosos Dropkick Murphys até 1998 (é dele o vocal de "Baroom Hero", um dos maiores hits dos Murphys). Como seria de se esperar, o quinteto toca o irish punk rock tradicional da cidade de Boston, casa de muitos imigrantes irlandeses (e brasileiros) nos EUA.

Para divulgar seu próximo álbum, auto-ititulado, a banda decidiu liberar todas as 18 músicas do lançamento para audição gratuita na web. Street Dogs chegará às lojas fisicas e virtuais no proximo dia 31 de agosto, via Hellcat Records (gravadora de Tim Armstrong, vocalista do Rancid, que também já lançou vários trabalhos do Dropkick Murphys). Escute o álbum aqui.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Hurley


Não, não vamos voltar ao assunto 'Lost' aqui no blog. Essa aí em cima é a bizarra capa do novo álbum do Weezer, propriamente nomeado Hurley. Sim, a capa do próximo lançamento do quarteto estatunidense vai consistir apenas no rosto do ator Jorge Garcia, que interpretava o simpático personagem Hurley no finado seriado. Não há nome da banda, do álbum, ou qualquer interferência gráfica. Apenas o rosto do novo Jacob. Também não se trata de uma piada.

Segundo o vocalista Rivers Cuomo relatou a revista gringa Spinner, ele simplesmente adora a foto do ator, por sua energia. "Como não queríamos fazer um quarto álbum com o nome da banda e como as pessoas iam mesmo chamar de 'disco do Hurley', então decidimos chamar o álbum de Hurley logo. Não tem nada escrito na capa porque queríamos preservar esse rosto magnífico", declarou Cuomo. A imagem da capa é um recorte de uma foto do vocalista com Jorge Gracia em um hotel ou algo parecido.

Mas Rivers deixou claro que não há no álbum nenhuma música que faça referencia a série, que ele nem sequer assistia regularmente. Segundo declarações anteriores, o disco deve ter uma pegada heavy metal, dentro do estilo pop/rock alternativo consagrado do Weezer. Também não é o que aponta o primeiro single de Hurley, um pop rock com batida dançante e teclados em profusão. "Memories" vazou na web logo após a sua estréia oficial (em versão remixada) na rádio 98.7, de Los Angeles, cidade natal do quarteto, que decidiu então liberar logo a versão que estará no disco, que sai nos EUA no dia 14 de setembro, via Epitaph Records.

A troca de uma gravadora major pela gigante independente de Mr, Brett pode ser uma indicação de que o Weezer queria mais liberdade para fazer as bizarrices que dessem na telha, como a engraçada e absurda capa de Hurley deixa claro. Se as músicas forem tão boas quanto as do último lançamento dos caras, Raditude (cuja capa é uma foto de um cachorro voando), o álbum pode se tornar um clássico do universo nerd. Escute a novíssima "Memories" aí em baixo.


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A invasão das ex-bandas em atividade


Na última quarta-feira, Marco Aurélio Canônico postou no blog da Ilustrada (o caderno de cultura da Folha de S. Paulo) uma previsão do setlist que o Smashing Pumpkins deve apresentar no Brasil em novembro, dentro do festival Planeta Terra. O repórter não chuta nada, apenas comenta sobre um show da atual turnê da banda que presenciou na mesma semana em Nova Iorque, e relata que a apresentação é focada no ultimo projeto dos estadunidenses, Teargarde by Kaleidyscope, cujas canções vêm sendo lançadas on-line gradativamente, como vem fazendo os britânicos do Ash em seu A-Z Series. Mais interessante, no entanto, é a comparação que Canônico faz entre os vários shows da banda que já viu. A melhor parte é essa abaixo:

É curioso notar como a postura de Billy Corgan no palco mudou, certamente um reflexo de tudo que aconteceu na sua conturbada vida e carreira até aqui. Se no show de 1996 ele encarnava totalmente o espírito "despite all my rage I'm still just a rat in a cage" (a cabeça raspada como uma mensagem, assim como o zero que ele vestia, uma mistura de raiva e depressão) e personificava cada letra de suas músicas, atualmente ele parece um "tio" careca que acompanha uma banda de jovens admiradores, meio abobalhado, sem foco, talvez tentando fazer a linha "disarm you with a smile" - fala algumas gracinhas sem graça, algumas coisas desconexas, alguns "God bless", pede desculpas aos fãs "old school", diz que é um "marionete" que faz o que platéia mandar... enfim, um personagem bem menos interessante e carismático.

Pode parecer repetitivo para os poucos que acompanham o blog regularmente, mas não me canso de comentar sobre as ex-bandas em atividade. Infelizmente, o Smashing Pumpkins de 2010 parece se encaixar perfeitamente na categoria. Sabidamente, o quarteto de Chicago acabou em 2000, depois de ter lançado seu 5º álbum, o pesado Machina/The Machines of God, já sem a baixista D'arcy Wretzky. Após o fracasso de seu novo projeto, o supergrupo Zwan, que lançou apenas um disco, o vocalista e compositor Billy Corgan decidiu reativar os Pumpkins, sem o guitarrista James Iha ou Melissa Auf Der Maur, ex-baixista do Hole que havia substituído D'arcy. Hoje, nem mesmo o baterista Jimmy Chamberlin está mais na formação da banda, que se tornou um projeto solo de Corgan, tal qual o Guns N Roses do egocêntrico Axl Rose e o Hole da eterna viúva de Kurt Cobain, Curtney Love.

Em 2010, todos são ex-astros que se recusaram a virar uma página de suas vidas e seguir com novos projetos musicais, em grupo ou sozinhos, e se aproveitam de uma marca da qual são donos para chamar um pouco a atenção da mídia e dos fãs das bandas das quais faziam parte há 15 ou 20 anos. O resultado só podem ser discos novos esquecíveis e apresentações ao vivo nostálgicas, que tentam emular a magia de um passado cada vez mais distante. Podem até ser shows bons, apesar do novo material, se sua intenção for apenas celebrar grandes músicas do passado, mas na verdade, se parecem mais com bandas cover de si mesmas (com músicos contratados, que em geral tem a metade da idade do frontman em questão) do que com os grupos relevantes que já foram um dia.

Mais engraçado (ou triste) ainda é o caso do Sublime, ou Sublime with Rome, como tem que ser chamada agora, por força judicial, a banda californiana que mistura punk rock, ska, reggae e rap, e que apresentara no festival SWU em outubro. Se nos casos citados anteriormente, os vocalistas, compositores e donos das bandas resolveram usar o nome famoso de seus ex-grupos para chamar atenção e continuar ganhando dinheiro com shows pelo mundo afora, aqui os integrantes de uma banda conhecida também resolveram voltar a fazer um dinheirinho com as músicas lançadas há 15 anos atrás, mas sem o vocalista, compositor e guitarrista. Bradley Nowell morreu em 1996, meses antes do lançamento do 3º álbum (e maior sucesso comercial) do Sublime, vitima de uma overdose.

Pouco importa se o garoto Rome Ramirez é um vocalista ou compositor talentoso. Ver o Sublime sem Brad Nowell seria como ver, em pleno 2010, um show do Nirvana sem Kurt Cobain, morto há 16 anos. Na verdade, é ainda pior, já que o baterista Bud Gaugh está muito, mas muito longe de ser um Dave Grohl. Para piorar, a manobra caça-níqueis foi questionada na justiça pelos herdeiros do ex-vocalista do Sublime, e o projeto foi proibido de usar o nome da antiga banda em suas apresentações, daí o nome Sublime with Rome. O negócio todo se torna ainda mais absurdo se o leitor se lembrar que após o fim da banda de Los Angeles, Bud Gaugh e o baixista Eric Wilson formaram junto com vários outros maconheiros californianos o bom Long Beach Dub All-Stars, que lançou dois álbuns muito respeitáveis. Mas sem o nome famoso, o sucesso comercial não veio, o dinheiro foi acabando e a exploração da nostalgia dos fãs se tornou a opção mais lucrativa. Pelo menos bandas como Pixies e Pavement têm a coragem de deixar claro que não pretendem lançar material novo e querem apenas tocar seus sucessos por aí. E com a formação original, que realmente criou o material que executará ao vivo, o que também faz uma grande diferença.

The Devil in Stitches, o novo single do Bad Religion


Nessa semana que passou, os estadunidenses do Bad Religion divulgaram o primeiro single do seu novo álbum, The Dissent Of Man. A música se chama "The Devil in Stitches", e se junta às outras duas novas canções já conhecidas dos fãs, "The Resist Stance" e "Won't Somebody", que vêm sendo executadas em shows há algum tempo e estão presentes no disco ao vivo comemorativo do aniversário de 30 anos do sexteto. Se "The Resist Stance" é mais rápida e pesada, as outras duas são tipicas faixas melódicas de velocidade média que a banda faz tão bem.

Soando quase como uma faixa composta em 2000 para The New America, "The Devil in Stitches" não impressiona, mas é uma boa música, com um refrão que deve grudar rapidamente na cabeça dos fãs e um solo de guitarra no melhor estilo Bad Religion. Com a escolha da faixa (que pode ser ouvida no vídeo abaixo), a banda mostra coerência com a estratégia de divulgação que vem sendo empregada desde que retornaram à Epitaph Records, mega gravadora independente do guitarrista e fundador do Bad Religion, Mr Brett Gurewitz, em 2002. Na ocasião, a faixa escolhida para divulgar The Process Of Belief foi o bom pop rock "Sorrow". Nos dois álbuns que se seguiram, as escolhidas para cumprir a função foram as ótimas "Los Angeles is Burning" e "Honest Goodbye", ambas também longe da velocidade dos primeiros hits do sexteto.

Junto com a nova música, a banda divulgou a capa (aquela ali em cima), o tracklist e a data oficial de lançamento do seu 15º trabalho de estúdio. The Dissent Of Man chegará às lojas gringas no dia 28 de setembro e contará com 15 faixas, entre elas as três já conhecidas. Confira a lista:

01. “The Day That the Earth Stalled”
02. “Only Rain”
03. “The Resist Stance”
04. “Won’t Somebody”
05. “The Devil in Stitches”
06. “Pride and the Pallor”
07. “Wrong Way Kids”
08. “Meeting of the Minds”
09. “Someone to Believe”
10. “Avalon”
11. “Cyanide”
12. “Turn Your Back On Me”
13. “Ad Hominem”
14. “Where The Fun Is”
15. “I Won’t Say Anything”

<a href="http://badreligion.bandcamp.com/track/the-devil-in-stitches">The Devil In Stitches by Bad Religion</a>