terça-feira, 29 de maio de 2007

Fnac no Parque 2007

Domingo aconteceu a quinta edição do Fnac no Parque, evento organizado pela famosa loja de departamentos, no estacionamento do Park Shopping. A organização do show reservou um ótimo espaço no estacionamento, com um palco grande e bem montado e um som de boa qualidade e volume. O evento teve inicio por volta das 18 horas, quando os Sapatos Bicolores subiram ao palco para se apresentar a um público ainda relativamente pequeno, e mostrar algumas músicas novas e várias velhas conhecidas dos brasilienses. Apesar de algumas falhas na guitarra, o som estava muito bom e banda mostrou competência e boa técnica, cativando parte do público, bastante heterogêneo, por sinal. No entanto, o palco pareceu um pouco grande demais para o trio, que consegue empolgar mais em locais um pouco menores, onde o contato com a audiência é mais próximo e caloroso.

Em seguida, foi a vez do Clash City Rockers se apresentar. A banda conta com vários músicos conhecidos da cena rockeira brasilense, como Rafael Farret (Bois de Gerião), Pedro Ivo e Carlos Pinduca (Proto) e Philippe Seabra (Plebe Rude), e é, obviamente, um tributo ao famoso The Clash. Após algumas dificuldades no acerto do som durante as primeiras músicas, a banda, que já existe há quase duas décadas, mostrou toda sua experiência e qualidade técnica, executando muito bem músicas de todas as fases da banda. A parte do público que conhecia The Clash se mostrou bastante receptiva, e os mais empolgados formaram até um mosh pit em frente ao palco (que contou com a presença hilária de um índio bastante empolgado). Aqueles que não conheciam a banda deixavam transparecer algum estranhamento, mas também participaram durante as músicas mais acessíveis. Para quem é fã, é sempre bom ver as apresentações do Clash City Rockers. De resto, serviu para apresentar o grande The Clash a um público que normalmente não consome punk rock.

Por último, subiram ao palco Lafayette e os Tremendões. Lafayette é tecladista e durante a Jovem Guarda, tocou com Roberto e Erasmo Carlos. Agora voltou com uma banda formada por integrantes de grandes bandas como Autoramas, Carbona, Acabou La Tequila, Penélope e Canastra. Com vários músicos se revezando nos vocais, a banda faz uma apresentação dinâmica e divertida, que empolgou o público. Tocando grandes (e nem tão grandes) clássicos da época da Jovem Guarda, os Tremendões botaram todos para dançar. Havia aqueles que realmente admiram o estilo e conheciam as músicas, mas a maior parte apenas entrou no clima e se divertiu junto. É raro (e bom) ver punk rockers, indies, crianças, avós e desavisados em geral, curtindo um mesmo show. E tudo de graça. Que as próximas edições do projeto sejam tão bem sucedidas e divertidas quanto essa.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

AFI - Decemberunderground (2006)

Decemberunderground é o sétimo disco do AFI, banda que vem fazendo uma lenta e gradual transição do hardcore para o rock gótico, desde seu quarto lançamento, Black Sails in The Sunset, de 1999. Portanto, o AFI de 2007 pode soar muito diferente da banda de oito anos atrás, mas este álbum nada mais é do que mais um passo em uma direção que foi tomada ainda na gravadora independente Nitro Records. Muitos dos antigos fãs preferem o som de outrora, mas não se pode negar que, hoje, a banda escreve canções mais memoráveis e corajosas do que os hardcores genéricos dos primeiros albums.

O disco começa com a já tradicional intro, e decola logo em seguida com “Kill Caustic”, música rápida e pesada que deve agradar os antigos admiradores. Já “Kiss and Control”, lembra os sons mais pesados do lançamento anterior, Sing The Sorrow. De forma geral, porém, o álbum se equilibra entre as músicas mais pops e as influencias oitentistas. Entre as primeiras pode-se destacar o single “Miss Murder”, “The Killing Light” e “The Missing Frame”, com batidas que lembram o trabalho de Travis Barker (+44). Entre aquelas mais oitentistas estão “Summer Shudder”, “Love Like Winter” e “37mm”, músicas com forte eco de Depeche Mode. Batidas eletrônicas e sintetizadores, aliás, são ouvidos por quase todo o álbum, dando, juntamente com as letras, um ar muito gótico para Decemberunderground. Dificilmente o AFI irá se tornar o próximo queridinho dos emos com este álbum, nem irá convencer aqueles que não vão com a cara da banda, mas para que gosta do estilo (e da banda), é um prato cheio.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Entrevista com Frango da banda Galinha Preta


por Boss Matsumoto

Fale um pouco sobre o histórico da banda e desse nome lindo: Galinha Preta.

O Galinha Preta foi formado em janeiro de 2002 por Bilis (baixo), Japonês (guitarra), Hudson (guitarra solo), Embass (bateria), e Manel (vocais), lançando um EP de 6 musicas que foi gravado e produzido por mim. No mesmo ano, o Manel saiu da banda e a o Galinha Preta ficou sem vocal, mas ainda ensaiava. Ai o Bives me chamou pra cantar. A principio eu não tinha curtido não, achava muito metal. Mas depois fui colocando, aos poucos, as influencias loucas na parada.

Tudo ia bem ate o Embass ter um problema de saúde com os tímpanos, e ter que ficar sem o barulho. E ficamos sem um cara que tocava muito, e o mais importante de tudo, um dos melhores amigos que tenho. Não dava mais pra ele. Aí a banda acabou. Pelo menos pra mim. Aí o Hells achou o Boro. Moleque doido, muito gente fina. E ele pegou as músicas bem rápido, então nós voltamos a tocar. E vai assim até hoje.

Quais são as influencias de vocês?

As influencias são todas! O Bilis curte punk 77 e esses rocks ai muito doidos. O Hells é death metal. O Japonês curte grindcore, furadeiras e tudo que faz barulho. O Boro curte não sei o que, e eu curto de tudo.

Como foi gravar o primeiro CD?

Gravar o disco? Foi legal, sempre ao vivo, sem muitas horas de gravação. Devem ter sido umas 3 horas pra gravar tudo.

E como anda o segundo CD?

O segundo é mais rápido ainda. É só barulho mesmo. É só zona. Aperte o REC e vai gravando as lombras. (risos)

Cite o pior e o melhor show da banda.

Não tem pior e nem melhor show. Pra gente todos são bons. Porque é pra gente mesmo, sabe? Tocamos pra se divertir. Se o povo quiser se divertir com a gente, isso é ótimo, mas se não, também ótimo. Eu vô tá curtindo do mesmo jeito.

Conte sobre coisas bizarras que já aconteceram com os integrantes.

Coisas bizarras? (risos) Nós somos bizarros! (risos) Só tem bicho torto! (muitos risos) Nós somos as coisas bizarras! (risos)

Vocês comem muita galinha? Nada de frango?

Esse negócio de comer galinha, eu como. Não tenho muito preconceito não. Os caras também comem. Caipira e frita. hummmmm! Mas frango é meio complicado. As granjas dão muito hormônio pros bichos! Se você é o que você come, você é só hormônio de frango hoje em dia. Pode observar, as crianças rapidinho já tão desenvolvidas. Praticamente adultos. Eu acho que é essa porra dos hormônios de frango de granja. Por isso eu não como frango, e recomendo não comer. NÃO COMA FRANGO PELO AMOR DE DEUS!

Frango, quantas camisetas pretas você tem?

Tenho uma, uso a mesma roupa sempre! (risos) Mas troco as cuecas! (muitos risos)

Uma mensagem de amor:

Mensagem de amor!? Nós do Galinha Preta amamos todo mundo! Não odiamos nada! Love, love, love!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Arctic Monkeys - Favourite Worst Nightmare (2007)

Como que temendo que seus quinze minutos acabassem, os hypados Arctic Monkeys decidiram lançar Favourite Worst Nightmare apenas um ano após o seu debut Whatever People Say I Am, That's What I'm Not chegar às lojas britânicas. Entretanto, se depender apenas da qualidade da música feita pelo querteto, os tais 15 minutos terão que ser prorrogados. “Brianstorm” abre o disco com uma verdadeira tempestade de barulho. A música, forte, rápida e mais pesada do que qualquer outra dos Monkeys, é a abertura perfeita para Favourite Worst Nightmare. “Teddy Picker” mantém o nível, com sua base repetida e guitarras que revelam influencias de Queens Of The Stone Age.

A partir da terceira música, a mão do produtor James Ford começa a aparecer, dando o tom geral do álbum: guitarras mais limpas, voz e baixo lá em cima, realçado o lado mais funky da banda. Algumas músicas lembram mais o rock dançante do Franz Ferdinand, do que a crueza do Libertines ou as guitarras dos Strokes, criando um disco menos sujo e urgente do que a estréia da banda. Os vocais quase falados de Alex Turner, porém, ainda estão presentes, assim como sua habilidade em escrever boas letras contando histórias do dia-a-dia da juventude britânica, que fazem do vocalista o verdadeiro raconteur de sua geração.

Também se destacam “Flourescent Adolescent”, que conta com ótima melodia, “Only Ones Who Knows”, a balada mais lenta e intimista da discografia da banda, e “505”, que fecha Favourite Worst Nightmare com chave de ouro em um clima muito rock inglês. Provavelmente os fãs mais rockeiros dos Monkeys, que gostam das guitarras sujas e da crueza de Whatever People Say... ficarão um pouco desapontados, mas aqueles que gostam de um rock mais dançante não tem do que reclamar. De forma geral, pode-se dizer que a banda escapou com folga da maldição do segundo disco e parece que vai sobreviver ao hype. Tomara.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Capa de Zeitgeist, novo disco do Smashing Pumpkins

Foi divulgada ontem a capa de Zeitgeist, primeiro disco do Smashing Pumpkins desde Machina / The Machines of God, de 2000. A banda, que hoje conta com dois membros de sua formação original, o vocalista Billy Corgan e o baterista Jimmy Chamberlin, lançará Zeitgeist dia 10 de julho.

A ilustração, que retrata o sol se pondo atrás da Estátua da Liberdade com água nos joelhos, foi criada por Shepard Fairey. O autor explicou que a Estatua representa os valores americanos que estão sendo desrespeitados pelo governo desde os ataques de 11 de setembro de 2001, como os direitos civis, direito à privacidade e a liberdade de expressão. Fairey disse ainda que o líquido vermelho pode ser sangue, o que daria um sentindo de presságio à imagem. Aparentemente nenhum comentário sobre o aquecimento global foi feito.

terça-feira, 15 de maio de 2007



A banda australiana Architecture in Helsinki anunciou o lançamento de seu terceiro álbum, "Place Like This", para o final de julho. Enquanto o disco não sai, o primeiro single, "Heart it Races", já está disponível, com direito até mesmo a clipe no YouTube.

Além disso, o grupo resolveu fazer com a nova música o mesmo que fez com o seu segundo álbum, "In Case You Die", inteiro: pediu para outros artistas a regravarem. No total, são oito versões, sem contar com a original. Sem dúvida bastante coisa para escutar na espera do lançamento do cd.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Seletiva do Porão do Rock 2007

Os shows da seletiva vão rolar dias 14 e 15 de maio no O´Rilley Irish Pub (411 Sul), a partir da 19 horas. A ordem das apresentações ainda não foi definida, e as dezesseis bandas estarão concorrendo à 4 vagas, dividas em 2 grupos da seguinte forma:

SEGUNDA-FEIRA (14/5)
Local: O´Rilley Irish Pub (409 Sul)
Horário: 19h
Entrada: R$ 5,00 (preço único)
Bandas (concorrendo a duas vagas no festival): Cromonato, Fibra, Janicedoll, Lafusa, Rafael Cury, Resistores, Rocan e Superquadra

TERÇA-FEIRA (15/5)
Local: UK Brasil Pub (411 Sul)
Horário: 19h
Entrada: R$ 5,00 (preço único)
Bandas (concorrendo a duas vagas no festival): Dissonicos, Firstations, From Hell, Harllequin, Lesto!, Linha de Frente, Moretools e Vougan

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O Rock N Cigarettes é um blog comunitário sobre o universo Rock N Roll. Se você quiser se tornar um colaborador, mande um e-mail para rockncigarettes@gmail.com. Se quiser nos xingar, elogiar ou apenas expressar suas opiniões, deixe um comentário. A participação dos leitores é muito importante para nós. Boa leitura.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Heavens – Patent Pending (2006)

O Heavens é um projeto paralelo de Matt Skiba (vocalista do Alkaline Trio) e Joe Steinbrick (ex baixista do F-Minus) que tem pouca semelhança com o som de suas bandas originais. Como bem resumiu Skiba, com o Alkaline Trio ele pensa em Ramones e Misfits, enquanto no Heavens, deixa suas influencias de Sisters Of Mercy aparecerem, criando melodias mais depressivas e cantando em tons mais baixos. De forma geral, o trabalho lembra bandas como The Mission, Joy Division, Bauhaus, e o próprio Sisters Of Mercy, e em tempos mais recentes, Interpol e She Wants Revenge.

Steinbrick é responsável por todos os instrumentais e arranjos da banda, que muitas vezes conta com programações de bateria, sintetizadores e cordas, como em "Heather", um dos destaques do álbum. O clima algo gótico dá vazão às sempre perturbadoras letras de Matt Skiba e o disco todo tem um clima introspectivo e levemente depressivo, como se tivesse sido gravado em uma Londres chuvosa, e não em uma sempre ensolarada Los Angeles. Além de Heather, se destacam a própria "Patent Pending", "Annabelle", e "Gardens", música de abertura do disco. Patent Pending é uma ótima pedida tanto para os fãs de Alkaline Trio, quanto de indie rock e das bandas pós-punks dos anos oitenta.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

O Psychobilly Pop

O Grande Livro do Psychobilly diz que bandas que misturam punk rock com rockabilly, mas não têm suas letras e proposta visual ligadas a temas como terror ou ficção científica, devem ser chamadas de punkabilly. Já aquelas que adotam tais temáticas, mas tocam punk rock, sem muitas influencias de rockabilly, devem ser chamadas apenas de psycho. Alheias às recomendações do Grande Livro, várias bandas ao redor do mundo, vêm profanamente misturando sabores e popularizando um estilo que era, até pouco tempo atrás, relativamente obscuro até mesmo para o público punk rock. Alguns estudiosos já cunharam um termo para este novo estilo: popabilly. Outros, porém, reclamaram, argumentando que tais bandas nada têm de rockabilly e, portanto, deveriam de chamar psychopop, ou algo do tipo.

O fato é que bandas como Mad Marge and The Stonecutters, The Creepshow e Zombina and The Skeletones jogaram fora vários mandamentos da cartilha e partiram para experimentações com diversas quantidades de punk rock, pop rock, rockabilly e até algumas pitadas de ska. Todas contam com mulheres nos vocais e, aparentemente, vieram no rastro do HorrorPops, que conta com Kim Nekroman, baixista do famoso Nekromantix, na guitarra e sua esposa Patrícia nos vocais e baixo, e estabeleceu as bases desse Psychobilly Pop. Mantendo-se fieis a temas clássicos do estilo e investindo em um visual mezzo zumbi, mezzo 50’s, todos esses grupos são devotos de Cramps, Batmobile e Stray Cats, mas nem sempre essas são as primeiras referencias que vem à mente dos ouvintes.

Por vezes os vocais de Patricia (HorrorPops) e Hellcat (Creepshow) lembram Gwen Stefani, do No Doubt. Os de Mad Marge lembram mais uma Monique Powell (Save Ferris) versão punk rock. Já Zombina poderia ter cantado em várias bandas de pop rock alternativo dos anos 90. Algumas músicas são fieis ao som do psychobilly mais tradicional, outras são puro punk rock, e outras ainda são descaradamente pops. O certo é que o descomprometimento e o bom humor sempre prevalecem. Certamente alguns tradicionalistas irão torcer o nariz, outros irão se levantar de suas covas para jantar um pedaço do cérebro destas belas moças, mas dificilmente irão conter essa invasão pop à terra dos mortos.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Novidades


Nos últimos dias algumas bandas anunciaram as datas de seus próximos lançamentos. Dia 26 de junho chegará às lojas americanas o Greatest Hits dos veteranos do Social Distortion, que contará com 10 “hits” e, é claro, uma música inédita, chamada “Far Behind”. Já o Strung Out lançará seu novo álbum Blackhawks Over Los Angeles, no dia 12 do mesmo mês, via Fat Wreck Chords. O famoso álbum Energy, clássico do Operation Ivy, será relançado pela Epitaph no dia 10 de julho, mesmo dia em que chegará às prateleiras New Maps Of Hell, o esperado novo disco do Bad Religion. É a chegada do verão norte-americano, sempre tão generoso com a cultura pop.