Circuito Fora do Eixo lança portal para expandir e fortalecer a produção musical independente.
No ar desde o início do mês, o portal Fora do Eixo se destina a abastecer produtores, bandas e jornalistas com informações e discussões sobre a produção independente em todo território nacional. Parte de um projeto maior - o Circuito Fora do Eixo - o site obedece à lógica da livre circulação de informação e é gerido por membros dos coletivos que integram o projeto. No entanto, a comunicação externa ainda é fraca.
Fundado em 2005, o Circuito Fora do Eixo é uma associação de produtoras de eventos, bandas, jornalistas e casas de shows, que procura integrar e estimular a produção musical independente principalmente nos estados que se encontram fora do alcance do eixo Rio-São Paulo. “As metas iniciais eram promover ações que estimulassem a circulação de bandas, produtores e jornalistas, bem como estimular o escoamento de produtos culturais”, explica Marielle Ramires, coordenadora de comunicação do Espaço Cubo, um dos coletivos fundadores do projeto.
Além de informar o público geral e os associados, o portal Fora do Eixo tem o objetivo de aumentar a integração dos diversos setores produtivos da industria musical independente em cada estado. Para gerenciar o site, foi criado um conselho gestor e três “núcleos”: marketing, administrativo e de produção de conteúdo, que conta com editores de Web TV, Web Rádio, Fotografia e Redação.
André Kalil, produtor executivo da Torneira Produções Independentes, única representante de Brasília no Circuito, diz que sua empresa é co-responsável pela área de marketing e redação. “Auxiliamos os grupos de edição, enviando pautas à central”, explica. A Torneira lançou recentemente a Web TV Torneira, um canal no site YouTube que, segundo Kalil, fará parte da Web TV Fora do Eixo. “Ali disponibilizaremos vídeos de nossos eventos”.
Apesar de aumentar a troca de informações entre os associados, o portal ainda não cumpre bem a função de informar a imprensa e o público consumidor de cultura. Muito fechado em si próprio, o Circuito reclama, como todos no meio independente, da falta de exposição e espaço na mídia, mas não tem um sistema eficiente de assessoria de imprensa, por exemplo.
Projeto busca novos caminhos
O Circuito Fora do Eixo funciona de forma horizontal, como uma rede de distribuição de informações e produtos, e a representação local é feita pelos associados, que desenvolvem seus próprios projetos, além de participar de iniciativas integradas do projeto. Atualmente, o Circuito tem representação em 18 estados brasileiros, entre eles todos os das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul.
Apesar do nome, hoje o projeto também tem representação no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Há muita gente ‘fora do eixo’ no eixo. A questão transpõe a perspectiva geográfica. ‘Fora do eixo’ revela uma condição política”, defende Marielle Ramires. Ainda segundo ela, qualquer coletivo, produtora ou núcleo de produção que se dedique à cultura independente no país pode participar.
Tornar a produção musical independente auto-sustentável é o objetivo final do Fora do Eixo, que tem um sistema próprio de gestão e moeda, os Cards. Essa moeda se insere no conceito de economia solidária defendido pelo projeto, cujo sistema de créditos é baseado na troca de serviços e produtos. “Por meio da troca de serviços e Cards, artistas, produtores e coletivos podem gerir seu trabalho de uma forma que beneficie a todos”, explica André Kalil, da Torneira Produções.
“Bandas hoje consideradas top no circuito independente nacional, como Vanguart e Macaco Bong, começaram suas carreiras trocando apresentações ao vivo por horas no estúdio de ensaio”, exemplifica Ramires, que complementa: “É bem diferente da disputa férrea estabelecida pelo grande mercado, onde quase não há diálogo entre concorrentes”.
Apesar do discurso oficial conter termos como “características socializantes”, “coletivização dos meios de produção” e “alijados pela lógica do grande capital”, o projeto também tem seu lado pragmático. André Kalil diz que estar integrado ao Circuito aumenta a projeção, divulgação e espaço de atuação de sua produtora. Ainda de acordo com ele, é importante Brasília estar representada no Fora do Eixo, pois isso abre espaço para que as bandas locais se apresentem em outros estados, chamando a atenção da mídia independente. “Além disso, o resto do Circuito está de olho no DF”, diz.
Entre outras iniciativas, o Circuito organiza anualmente o Festival Fora do Eixo e o Grito Rock, que este ano aconteceu quase simultaneamente em quase 50 cidades brasileiras, além das edições estrangeiras em Montevidéu e Buenos Aires. Já o Festival Fora do Eixo acontece anualmente em São Paulo, mostrando para a mídia e público paulista as bandas de outras regiões do país.
“Em Brasília o balanço ainda é fraco, mas a nível nacional o Grito [Rock] é muito articulado e forte, contanto com patrocínio de grandes empresas”, explica Kalil. Marielle Ramires também avalia de forma positiva as conquistas do Circuito. “Cada vez há mais agentes produtivos se integrando e investindo força de trabalho na ampliação desta rede”, diz ela.
No ar desde o início do mês, o portal Fora do Eixo se destina a abastecer produtores, bandas e jornalistas com informações e discussões sobre a produção independente em todo território nacional. Parte de um projeto maior - o Circuito Fora do Eixo - o site obedece à lógica da livre circulação de informação e é gerido por membros dos coletivos que integram o projeto. No entanto, a comunicação externa ainda é fraca.
Fundado em 2005, o Circuito Fora do Eixo é uma associação de produtoras de eventos, bandas, jornalistas e casas de shows, que procura integrar e estimular a produção musical independente principalmente nos estados que se encontram fora do alcance do eixo Rio-São Paulo. “As metas iniciais eram promover ações que estimulassem a circulação de bandas, produtores e jornalistas, bem como estimular o escoamento de produtos culturais”, explica Marielle Ramires, coordenadora de comunicação do Espaço Cubo, um dos coletivos fundadores do projeto.
Além de informar o público geral e os associados, o portal Fora do Eixo tem o objetivo de aumentar a integração dos diversos setores produtivos da industria musical independente em cada estado. Para gerenciar o site, foi criado um conselho gestor e três “núcleos”: marketing, administrativo e de produção de conteúdo, que conta com editores de Web TV, Web Rádio, Fotografia e Redação.
André Kalil, produtor executivo da Torneira Produções Independentes, única representante de Brasília no Circuito, diz que sua empresa é co-responsável pela área de marketing e redação. “Auxiliamos os grupos de edição, enviando pautas à central”, explica. A Torneira lançou recentemente a Web TV Torneira, um canal no site YouTube que, segundo Kalil, fará parte da Web TV Fora do Eixo. “Ali disponibilizaremos vídeos de nossos eventos”.
Apesar de aumentar a troca de informações entre os associados, o portal ainda não cumpre bem a função de informar a imprensa e o público consumidor de cultura. Muito fechado em si próprio, o Circuito reclama, como todos no meio independente, da falta de exposição e espaço na mídia, mas não tem um sistema eficiente de assessoria de imprensa, por exemplo.
Projeto busca novos caminhos
O Circuito Fora do Eixo funciona de forma horizontal, como uma rede de distribuição de informações e produtos, e a representação local é feita pelos associados, que desenvolvem seus próprios projetos, além de participar de iniciativas integradas do projeto. Atualmente, o Circuito tem representação em 18 estados brasileiros, entre eles todos os das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul.
Apesar do nome, hoje o projeto também tem representação no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Há muita gente ‘fora do eixo’ no eixo. A questão transpõe a perspectiva geográfica. ‘Fora do eixo’ revela uma condição política”, defende Marielle Ramires. Ainda segundo ela, qualquer coletivo, produtora ou núcleo de produção que se dedique à cultura independente no país pode participar.
Tornar a produção musical independente auto-sustentável é o objetivo final do Fora do Eixo, que tem um sistema próprio de gestão e moeda, os Cards. Essa moeda se insere no conceito de economia solidária defendido pelo projeto, cujo sistema de créditos é baseado na troca de serviços e produtos. “Por meio da troca de serviços e Cards, artistas, produtores e coletivos podem gerir seu trabalho de uma forma que beneficie a todos”, explica André Kalil, da Torneira Produções.
“Bandas hoje consideradas top no circuito independente nacional, como Vanguart e Macaco Bong, começaram suas carreiras trocando apresentações ao vivo por horas no estúdio de ensaio”, exemplifica Ramires, que complementa: “É bem diferente da disputa férrea estabelecida pelo grande mercado, onde quase não há diálogo entre concorrentes”.
Apesar do discurso oficial conter termos como “características socializantes”, “coletivização dos meios de produção” e “alijados pela lógica do grande capital”, o projeto também tem seu lado pragmático. André Kalil diz que estar integrado ao Circuito aumenta a projeção, divulgação e espaço de atuação de sua produtora. Ainda de acordo com ele, é importante Brasília estar representada no Fora do Eixo, pois isso abre espaço para que as bandas locais se apresentem em outros estados, chamando a atenção da mídia independente. “Além disso, o resto do Circuito está de olho no DF”, diz.
Entre outras iniciativas, o Circuito organiza anualmente o Festival Fora do Eixo e o Grito Rock, que este ano aconteceu quase simultaneamente em quase 50 cidades brasileiras, além das edições estrangeiras em Montevidéu e Buenos Aires. Já o Festival Fora do Eixo acontece anualmente em São Paulo, mostrando para a mídia e público paulista as bandas de outras regiões do país.
“Em Brasília o balanço ainda é fraco, mas a nível nacional o Grito [Rock] é muito articulado e forte, contanto com patrocínio de grandes empresas”, explica Kalil. Marielle Ramires também avalia de forma positiva as conquistas do Circuito. “Cada vez há mais agentes produtivos se integrando e investindo força de trabalho na ampliação desta rede”, diz ela.