sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Os (Outros) Melhores de 2015

Como prova do quão velho e desatualizado estou ficando, uma segunda lista de melhores discos de 2015 se fez necessária após pessoas mais jovens e por dentro das novidades terem listado uma boa quantidade de lançamentos dos quais eu nunca tinha ouvido falar. Verdade, que muitos deles vêm de bandas novas e ainda relativamente desconhecidas em outros países, mas em tempos de internet banda larga, Bandcamp e YouTube essa desculpa não é muito boa, então decidi escrever outro post comentando apenas sobre as coisas legaizinhas ou muito legais que eu perdi no ano passado.

Depois de vários anos, Conor Oberst largou um pouco de lado seus projetos folk e voltou a gravar indie rock político com os Desaparecidos. Payola é o nome do álbum lançado pela Epitaph no verão americano. Nada fantástico, mas é legalzinho. Enquanto isso, o trio Nervosas lançou um bom disco de dark-punk com influencias de Dead Kennedys, The Damned e até um pouco de Cramps. Tem vocais masculinos e femininos se alternando e vale a pena dar uma ouvida.

Em uma onda bem diferente, o Midwestern Emo dos anos 90 está mesmo voltando, ainda que na Philadelphia. No verão, o Dogs On Acid lançou seu disco autointitulado, com musicas que lembram Rival Schools e Weezer das antigas. Em outro canto da cidade, o Spraynard voltou à ativa com Pond, uma boa coleção de canções pop punk / emo com letras bem interessantes. Ambos os discos saíram pela Jade Tree Records, casa do estilo desde seus dias de glória.

Já o Not Scientists, da França, soltou um álbum interessante de pop punk tocado e gravado como se fosse um disco dos Strokes. Junto com o Sport, os caras vêm representando bem a cidade de Lyon. E em Toronto, as canadenses do The Beverleys lançaram Brutal, um bom disco de punk/grunge, com destaque para a música de trabalho “Visions”. Mas apesar de todos os lançamentos acima serem bons, os melhores discos que eu deixei passar em 2015 são os seguintes:

Not On Tour – Bad Habits
A banda é de Tel Aviv, Israel, mas toca o legitimo punk rock californiano, com bateria e guitarras velozes e vocais melódicos. A voz da vocalista Sima lembra a de Cinder Block (Tilt) e Mad Marge (Stonecutters). Na verdade, Bad Habits (que contabiliza 16 musicas em menos de 22 minutos, todas elas boas) foi o disco que as garotas do Bad Cop/Bad Cop prometeram mas não entregaram.

Superheaven – Ours Is Chrome
Superheaven é o novo nome do Daylight, banda americana de grunge / rock alternativo com um pé no punk que perdeu seu antigo nome para uma banda espanhola de pop punk. Ours is Chrome sucede Jar, um dos melhores discos de 2013 de acordo com esse blogueiro, e não muda muito a receita de sucesso, contrabalanceando as guitarras sujas com vocais bem melódicos.

Dilly Dally – Sore
A banda canadense acertou em cheio logo em seu primeiro álbum, com um som totalmente calcado nos anos 90. As influencias de bandas como Hole, Pixies e Smashing Pumpkings ficam claras, mas a maior similaridade que vem a mente talvez seja com o Giant Drag, duo também inspirado no som noventista e que lançou um ótimo disco em 2005 e desapareceu do mundo. Boa surpresa.

Civil War Rust – Help Wanted
Se o Broadway Calls e o Swellers pararam de lançar novidades, o Civil War Rust chegou para matar a saudade dos fãs de pop-punk moderno. A banda da Bay Area de São Francisco busca inspiração na história da região para soltar um trabalho curto e certeiro. Melódico e ensolarado sem soar exageradamente adolescente, Help Wanted é um disco perfeito para tardes do verão que já chegou.