terça-feira, 31 de julho de 2007

Festival De Férias no Blackout Bar




O Festival de Férias no Blackout Bar deveria começar às 6 horas da tarde com o show do Hangover, mas teve inicio apenas duas horas e meia depois com o show do Dissonicos, que mostrou seu punk rock sem frescuras para um público já ávido por rock. Apesar das piadas do vocalista Álvaro, o Dissonicos está aos poucos formando uma base de fãs. Com o baterista Delton possuído pelo demônio, acelerando as músicas da banda, os caras mostraram sons novos e 3 covers, de The Clash, Operation Ivy e Green Day, com Delton soltando a voz. As atrações não musicais do show ficaram por conta do baixista César, fazendo seu já tradicional beer bong (com direito a replay) e tentando cantar em um microfone que não parava no lugar.

Em seguida foi a vez do atrasado Hangover, que toca um classic rock sem muitas novidades, mas muito bem executado. Meio deslocada em relação ao lineup, a banda tocou para pouca gente, mas não fez feio. Talvez uma performance mais energética dos caras pudesse ter atraído maior atenção. Após o Hangover, o Pólis subiu o degrau para se apresentar a um bom número de fãs bastante empolgados. A banda conta com bons instrumentistas e a carismática vocalista Kízia, que comanda o show como se estivesse em frente a 10 mil pessoas. A banda executa muito bem suas músicas, mas parece ainda não ter encontrado um som próprio, o que deixa a banda meio sem personalidade, um tanto parecida com várias outras nas rádios. Tocando alguns covers (Cramberries e The Offspring), o Pólis agradou em cheio seus fãs, mas não chamou tanto a atenção dos outros presentes, fato que se repetiu com várias bandas durante a noite, talvez por culpa do desinteresse do próprio público em conhecer novos artistas.

Era hora de Rafael Hedwing & Os Intergaláticos mostrarem seu som no Festival de Férias. A banda toca um punk rock influenciado por Ramones e Supla, principalmente por parte do vocalista Rafael, que ensaiou até o sotaque paulistano do filho do senador Suplicy. Cheio de pose, o vocalista comandou o show, mas às vezes parecia mais interessado em chamar atenção do que curtir seu próprio som. Apesar de destruir “Roots Radicals”, do Rancid, a banda tocou para um bom público, que ficou especialmente empolgado com o cover de “Blitzkrieg Bop”, dos Ramones.

Em seguida, O Keshi começou seu show com alguns problemas no som, sendo praticamente impossível ouvir uma das guitarras e os vocais da competente Nana. As meninas estão formando um bom público, que cantou junto vários dos pop rocks (e um cover de Luxúria) que a banda apresentou, mas ainda precisam melhorar um pouco sua apresentação. Às vezes elas parecem estar muito concentradas em tocar corretamente, se esquecendo de aproveitar e transmitir energia para quem as está assistindo, e deixando o show um pouco monótono para quem não conhece suas músicas. Apesar disso, o Keshi tem bastante potencial, inclusive para um dia assinar com grandes gravadoras, já que som é bastante acessível.

Em uma noite com grande presença feminina no palco, era a vez dos garotos e garotas do Lips se apresentarem. A banda fez um bom show, mostrando duas músicas novas e dois covers, de Yeah, Yeah, Yeahs e Weezer. No primeiro, as meninas deixaram o trabalho instrumental para a metade barbada do Lips e dividiram os vocais, como fazem em “Out Of Love”. No segundo, mostraram muita competência executando “Hash Pipe”, com direito a vocais em falsete e uma rara oportunidade de ver a guitarrista Tati empolgada. Também empolgado estava o baterista Thito, chamando a atenção até de quem não conseguia vê-lo.

Já passava da meia noite quando o Comodoro 77 começou a tocar seu punk rock ogro, com integrantes e músicas peso pesado. O público já estava um pouco menor, mas acompanhou de perto a banda tocando suas músicas e covers de Little Quail and The Mad Birds, Cascaveletes, e “R.A.M.O.N.E.S.”, do Motorhead, com direito a vocais estilo Lemmy. Nada que se destaque muito, mas pode agradar alguns. Para fechar a noite, subiram o degrau do Blackout Bar o Papaumas e seu vocalista com chapéu de vaqueiro, de cara tocando um cover do hino surf “Whipe out”. À vontade no palco e tocando um rock n roll com forte pegada rockabilly, os caras fizeram o público ainda presente dançar e curtir mesmo depois de tantas horas de rock. Fica sempre mais fácil tocar sem adolescentes cantando Raul Seixas entre uma música e outra.

Por Léo Werneck e Boss Matsumoto

sábado, 28 de julho de 2007

Rock N Books

Há muito tempo o rock é objeto de estudos por várias áreas do conhecimento e sob os mais variados enfoques. Desde reflexões acadêmicas até as famosas biografias de bandas e personalidades rock n roll, passando por livros quase didáticos e o jornalismo rockeiro, que também prosperou e rendeu bons frutos literários, de Lester Bangs até Zeca Camargo, todos querem falar sobre o estilo musical e de vida que mudou (ou criou) a cultura jovem como conhecemos. Tudo isso, entretanto, é só desculpa para comentar alguns lançamentos recentes que, se pouco tem a ver com música, são muito influenciados pela cultura do rock.

001 – Cantor Gourmet – Muitos gostam de música e de comida, mas poucos podem viajar o mundo em turnê, aproveitando o tempo livre para saborear a culinária de vários cantos do planeta. Alex Kapranos, vocalista do Franz Ferdinand, pode. E decidiu escrever sobre isso. Mordidas Sonoras, lançado mês passado pela editora Conrad, é uma coletânea dos textos que o escocês escreveu para o famoso jornal The Guardian e conta com ilustrações do baterista da banda, Andrew Knowles.

002 – Rock N Robots – Os gêmeos quadrinistas Fábio Moon e Gabriel Bá são famosos no Brasil por suas histórias pessoais sobre os sabores do cotidiano, seus 10 pãezinhos. Nos últimos 2 anos, porém, os paulistanos tem se dedicado mais ao mercado americano, desenhando muitas HQs sobre temas bastante diversos. Ambos estão atualmente realizando trabalhos para a editora Dark Horse e você pode conferir algumas histórias curtas no novo projeto virtual da editora, o Dark Horse Presents. Sugarshock, escrita por Joss Whedon e ilustrada por Moon é ficção cientifica cômica sobre uma banda de rock com um robô baixista, assassinatos, agencias governamentais secretas e viagens para outros planetas.

003 – It’s Only Rock N Roll – Ainda no universo das HQs, o inventor do jornalismo em quadrinhos, Joe Sacco, lançou nos EUA há pouco tempo But I Like It, coletânea de histórias curtas sobre músicos, rockstars, produtores de rock, jornalistas de rock e turnês com bandas punks que o cara escreveu ao longo de sua carreira. Conhecido por seus temas políticos e jornalismo de guerra, Joe Sacco já havia dado uma pequena mostra de seu interesse pelo rock na coletânea Derrotista, publicada no Brasil pela Conrad. Sacco é tão legal que vale ser comprado mesmo em dólares.

terça-feira, 24 de julho de 2007

CD e DVD ao vivo do NOFX no horizonte

Os veteranos punks do NOFX anunciaram na semana passada que lançariam ainda este ano um documentário de sua recente turnê mundial e um disco ao vivo, fruto de 2 apresentações dos caras em San Francisco, mas parece que os planos da banda mudaram um pouco. O CD e, subentende-se, o DVD, sairão no início de 2008, ambos registrando a turnê de divulgação de Wolves In Wolves’ Clothing, último álbum do quarteto, e mostrarão a banda tocando em países como Rússia, África do Sul, China, Taiwan, Malásia e Indonésia. A banda já lançou um álbum ao vivo, I Heard They Suck Live!, em 1995.

NOFX – I Heard They Suck Live! (1995)

Logo de cara percebe-se que I Heard They Suck Live! honra as tradições underground às quais o NOFX é tão devoto. Gravado em um pequeno clube em Los Angeles, o álbum exala aquele cheiro típico de pequenos shows punks. Pode-se ouvir através da apresentação o público gritando e xingando a banda, e o encarte, apesar de pequeno, é um tributo à cena punk, com fotos, um pôster e uma capa (cortesia do ilustrador Coop, famoso por seu trabalho com bandas de rock) que traduzem com perfeição a experiência de estar em uma apresentação do tipo. O texto, escrito à mão pelo vocalista Fat Mike, também é digno de destaque, mostrando que o talento do frontman vai além de suas ótimas letras e sua péssima voz.

Resultado de uma temporada de 3 dias da banda em uma casa de shows desconhecida, o registro tem início com o hit “Linoleum” e mostra a banda bastante entrosada, transmitindo muita energia ao público presente e aos ouvintes do disco, e versátil, passeando pelo hardcore, ska e até pelo metal, em alguns momentos. Em “Bob” e “Life O’ Riley” podemos ouvir uma mescla destes estilos, com direito até a solos de trompete do guitarrista El Hefe. Outras músicas, como “Kill All The White Man” e “Together On The Sand”, servem para quebrar um pouco o ritmo acelerado da apresentação. O tracklist também funciona bem, mostrando todo o trabalho da banda até aquele momento, com destaque para as faixas dos álbuns White Trash, Two Heebs and a Bean e Punk In Drublic. Alguns podem achar que os californianos falam demais entre as músicas, mas os fãs da banda parecem adorar as piadas nonsense ou politicamente incorretas dos caras.

Segundo a própria banda, I Heard They Suck Live! foi gravado apenas porque vários bootlegs da banda tocando ao vivo estavam disponíveis por aí, e todos eles faziam o NOFX soar horrível, daí o nome do álbum. Mas a banda conseguiu bem mais do que apenas provar que não são uma porcaria ao vivo, criando um belo registro da cena californiana que estava estourando naquele exato momento, com bandas como Green Day, Offspring, Bad Religion, Rancid, e o próprio NOFX sendo descobertas pelo grande público mundo afora.

sábado, 21 de julho de 2007

12 músicas para o dia-a-dia

Esse aí do lado é 12 Razões Para Amá-la, comédia romântica em quadrinhos que a editora Devir acabou de publicar no Brasil. Escrita por Jaime S. Rich e desenhada por Joëlle Jones, o livro consiste em 12 histórias curtas e não cronológicas sobre Gwen e Evan, um casal nova-iorquino que poderia estar em qualquer lugar do planeta, ou pelo menos do ocidente. Mas por que uma HQ em um blog sobre rock n roll? Em primeiro lugar porque eu adoro quadrinhos. Em segundo, porque cada conto de 12 Razões começa com uma música, que não necessariamente está diretamente conectada ao capitulo, mas que representa o estado de espírito daquele episodio. Bem naquela linha “a vida devia ter trilha sonora” que todo mundo conhece tão bem.

Isso me lembrou um pouco Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons. Moore é um especialista em rechear suas narrações com milhares de referencias a livros, poemas, filmes e músicas. Um pouco como Tarantino, mas menos pop. Em Watchmen, as pequenas passagens, algumas musicais, vêm ao final de cada edição, fechando o conceito por trás daquele capitulo especifico. Acho que alguns escritores ouvem canções no fundo de suas mentes enquanto escrevem.

Obras em quadrinhos ou literatura também podem ter suas trilhas sonoras escolhidas pelo leitor, o que dá à experiência da leitura um toque mais pessoal. Eu, por exemplo, li On The Road, de Jack Kerouack ouvindo Howl, terceiro álbum do Black Rebel Motorcycle Club, e Alta Fidelidade, livro mais famoso do escritor inglês Nick Hornby, ouvindo Pixies at the BBC. Pensar nestas histórias me faz lembrar das músicas que, pra mim, fazem parte do livro. Uma experiência bastante pessoal para um produto da cultura de massas. Falando em Nick Hornby, alguém aí já leu 31 Canções? Nick Hornby é mesmo muito bom. Acho que vou indo, fazer umas listas de top 5. Postem as suas nos comentários.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Notícias Rock N Roll

O verão americano não é frutífero apenas para Hollywood. A industria musical também reserva para seu mercado bons lançamentos, mesmo no universo do rock pesado. Além dos aguardados álbuns do Bad Religion, Queens of The Stone Age, Smashing Pumpkins e Ash, os emos do Motion City Soundtrack e os veteranos Madball e Reel Big Fish também estão lançando seus novos trabalhos. Os últimos lançaram Monkeys for Nothin' and the Chimps for Free esta semana e já têm o vídeo para o primeiro single "Party Down" disponível no YouTube. Já os nova-iorkinos do Madball disponibilizaram no seu MySpace dois sons novos, “We The People” e “Infiltrate The System”, que dá nome ao disco que sairá dia 21 de agosto. Também no MySpace, o Motion City Soundtrack postou a música e o vídeo-clipe de "Broken Heart", single do terceiro álbum dos caras Even if it Kills Me, que chegará às lojas estado-unidenses em 18 de setembro.

Outras bandas americanas também anunciaram novidades esta semana. O Anti-Flag vai dar inicio em breve às gravações de seu segundo disco, ainda sem nome, por uma major. O lançamento está previsto para os primeiros meses de 2008. O Less Than Jake também deve entrar em estúdio nos próximos meses. O sucessor de In with the Out Crowd será o primeiro depois da saída da banda da gravadora Warner Bros. Já o NOFX deve lançar ainda este ano um álbum ao vivo, registro de dois shows que a banda fez em San Francisco, casa de Fat Mike e sua gravadora, Fat Wreck Chords. Os californianos, que vieram ao Brasil no inicio de 2007, também vão lançar um documentário mostrando a banda em turnê por vários cantos do mundo. Taiwan, Rússia, África do Sul, Malásia e Indonésia são algumas das paragens que estarão no DVD. Preparem seus bolsos, ou pelo menos, espaço no computador.

PS: Se quiserem as notícias mais fresquinhas, acessem o Zona Punk. Se o Wladmyr pode usar sites americanos como fonte, por que eu não posso usar o site dele?

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Foo Fighters anuncia novo álbum


Semana passada o Foo Fighters divulgou os prováveis nome e data de lançamento de seu aguardado sexto disco, sucessor do duplo In Your Honor, de 2005. O álbum irá se chamar Echoes, Silence, Patience and Grace, e deve chegar às lojas norte-americanas em 25 de setembro. Em entrevista à Billboard, o vocalista Dave Grohl disse que o trabalho mostrará um Foo Fighters bastante eclético, experimentando diversos sons e alternando estilos em poucos segundos. Veja o provável tracklist do disco:

"The Pretender"
"Let It Die"
"Erase Replace"
"Long Road to Ruin"
"Come Alive"
“Stranger Things Have Happened"
"Cheer Up Boys, Your Makeup Is Running"
"Summer's End"
"The Ballad of the Beaconsfield Miners"
"Statues"
"But Honestly"
"Home"

terça-feira, 10 de julho de 2007

Dead To Me – Cuban Ballerina (2006)

Logo após a dissolução do One Man Army, em 2003, os guitarristas Jack Dalrymple e Brandon Pollack formaram o Dead To me, que lançou seu debut em 2006 pela gravadora Fat Wreck Chords. Logo de cara, percebe-se que se trata de disco de punk rock, sem modernices ou frescuras. Apesar disso, Cuban Ballerina é muito bem gravado e produzido pelo conhecido Alex Newport, provando que o underground americano, já há algum tempo, atingiu o mesmo nível técnico do mainstream. A música mais conhecida do Dead To Me, “Don’t Lie”, abre o álbum, mostrando energia de sobra e talento para compor melodias que, mesmo não soando muito pops, ficam na cabeça.

Alternando entre criticas políticas e temáticas mais pessoais, como problemas com drogas, os californianos mostram bastante consistência através das (poucas) 11 faixas do álbum, que somam menos de 30 minutos. Dalrymple divide os vocais com o baixista Chicken (ex-Western Addiction) e os dois se complementam com perfeição, alternando entre o vocal mais rasgado do primeiro e o mais grave do baixista, que por vezes lembra Roger Miret, do Agnostic Front. É verdade que as músicas se parecem bastante entre si, mas são todas muito boas. O destaques, além de “Don’t Lie” são “By The Throat”, “Something New” e “Goodbye Regret”. Cuban Ballerina é altamente recomendavel para fãs de bandas como Rancid, Swingin' Utters e Dillinger Four.

sábado, 7 de julho de 2007

D-Sailors – Lies and Hoes (2004)

Os alemães do D-Sailors tocam um hardcore melódico com algumas doses de ska e reggae, e se tornaram bastante conhecidos no Brasil após as duas extensas turnês que realizaram no país ao lado dos paulistas do Nitrominds. Provavelmente em conseqüência da boa recepção do público, a Nitroala Records decidiu lançar o terceiro álbum dos caras, Lies and Hoes, em terras tupiniquins.

Com produção e gravação bastante superiores aos lançamentos anteriores dos alemães, o disco surpreende. Ao inicio da primeira música, “Uniform”, o ouvinte pode imaginar que se trata de um engano, mas são apenas das influencias metaleiras da banda aflorando sem vergonha nenhuma e abrindo caminho para um belo apanhado de canções que mostram uma evolução, tanto em termos técnicos quanto criativos. Pitadas de metal podem ser ouvidas nas guitarras em várias outras faixas, e junto com as passagens ska, dão ao álbum alguma diversidade, impedindo que a formula “hardcore melódico anos 90” seguida pela banda se torne chata e repetitiva. Dando as caras pela primeira vez em “Worlds Between Us”, o saxofone do vocalista Uli também contribui para diferenciar o D-Sailors da massa de bandas seguidoras da mesma formula. Juntamente com “Crank Up The Stereo”, a música é a candidata da vez a nova “The Devil Stole my Saxaphone”, hit do grupo. O final de Lies and Hoes se mostra um tanto mais acessível, com “Turn The Page”, faixa mais pop do disco, e “My Guitar”, que mesmo com uma passagem totalmente metaleira e sem mostrar nenhuma influencia jamaicana, também é relativamente radiofônica.

Com este belo lançamento, a banda deixou os fãs brasileiros ansiosos pelo seu próximo álbum, Between The Devil And The Deep Blue Sea, que está sendo lançado este mês, paralelamente à terceira turnê dos caras no país. Tomara que seja bom como este.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

The Soviettes

A banda The Soviettes foi formada no ano 2000 em Minneapolis, capital do estado americano de Minnesota. Composta por Annie (guitarra), Sturgeon (guitarra), Suzy (baixo) e Danny (bateria), único cromossomo Y do grupo, a banda ficou conhecida pelo fato de todos seus membros cantarem. O som da é banda mistura de rock alternativo, new wave e, principalmente, punk rock, lembrando o trabalho de bandas como The Muffs, The Epoxies, Sleater-Kinney e Pretty Girls Make Graves.

Com todas as garotas compondo, a banda se mostrou muito prolífica, lançando 3 álbuns em 3 anos. Contratados pela Adeline Records, selo de Billie Joe Armstrong (Green Day), lançaram em 2003 seu primeiro disco, LP I, que apesar de um pouco irregular, contava com boas músicas como “Blue Stars” e “The Land of Clear Blue Radio”. O segundo álbum foi lançado no ano seguinte e mostrou uma grande evolução da banda. Bem mais consistente que a estréia, LP II colocou a banda no mapa da cena alternativa americana. Deste disco podem ser destacadas “#1 Is Number Two” e “Pass The Flashlight”, cheia dos peculiares vocais do baterista Danny. Em 2005, o Soviettes assinou com a Fat Wreck Chords, gravadora de Fat Mike (NOFX), e lançou seu LP III. Assim como no lançamento anterior, as primeiras músicas mostram logo a que vieram os Soviettes. “Multiply and Divide” e “Middle Of The Night” conquistam o ouvinte logo de cara, assim como “!Paranóia Cha Cha Cha!”, que ficou bem conhecida ao ser lançada na compilação Rock Against Bush, também da Fat Wreck Chords. O restante do disco mantém o pique, fazendo deste o melhor álbum do quarteto.

No final de 2006 a banda entrou em “hiato”, o termo dos anos 2000 para dizer que uma banda acabou. A baixista Suzy se mudou para a Califórnia e Sturgeon, que é professoara de matemática, fundou a banda Gateway District e está grávida de seu primeiro filho. Já Annie e Danny continuam tocando juntos na banda Awesome Snakes.

domingo, 1 de julho de 2007

Alkaline Trio – Remains (2007)

Remains é a segunda coletânea do Alkaline Trio em seus 10 anos de existência, mas não existe espaço para oportunismo ou preguiça neste lançamento. A banda é conhecida por gravar muitas músicas para splits, coletâneas com outras bandas e b-sides de seus próprios singles, e decidiu juntar todas essas canções que os fãs já tem em mp3 e lança-las em um álbum, com um DVD bônus.

Apesar do que o bom trocadilho do título sugere, pouca coisa neste disco pode ser considerada sobra. Algumas das músicas aqui compiladas são bastante conhecidas dos fãs, como “Queen Of Pain”, “Warbrain” e “Hell Yes”, que abre o disco. Também estão presentes os bons covers de “Metro” do Berlin, “Wait for The Blackout” do Damned, e “Rooftops” do Hot Water Music, proveniente do famoso split entre as duas bandas. As outras músicas que o Trio gravou para o disco também são encontradas aqui, bem como as do split com o finado One Man Army. Para fechar, 3 músicas ao vivo, que não acrescentam muito ao pacote, já bastante completo com suas 19 faixas de estúdio.

O DVD bônus, segundo a própria banda, consiste basicamente nos membros do Trio dizendo em que cidade estão e zoando nos backstages de seus show. Na verdade, é um pouco mais do isso, já que inclui pedaços de algumas apresentações e os 5 videoclipes dos caras. Analisado sozinho, é um DVD fraco, mas como bônus da coletânea funciona bem. Ótimo aperitivo enquanto os fãs esperam ansiosamente o próximo álbum de estúdio da banda.