sábado, 31 de maio de 2008

Sweet Fanny Adams - Fanny, You’re No Fun (2008)

Sweet Fanny Adams é uma antiga expressão da língua inglesa usada principalmente por marinheiros e que quer dizer “absolutamente nada”. A história ensina que Fanny Adams era uma menina inglesa de 8 anos que foi brutamente assassinada e esquartejada em 1867. A música dessa banda recifense, no entanto, é bem menos macabra, apesar das letras sobre ódio e matança. O som do quarteto está bem inserido no indie rock dos anos 2000, que dá uma bela olhada para trás, principalmente para o dançante rock inglês dos anos 80. Mas dois detalhes destacam a música do SFA. Primeiro, a banda não tem medo de soar rockeira. As guitarras são mais distorcidas e sujas do é comum no rock pós Strokes e Libertines. Em “C’mon Girl”, chega até a lembrar Queens of the Stone Age. O Segundo são os vocais de Leonardo Gesteira, que canta em um inglês claro e bem pronunciado. O vocalista tem também o hábito de aloooongar as sííílaaabas, como faz John McCrea, vocalista do Cake, o que se encaixa bem nas composições da banda. Fanny, You’re No Fun, é o segundo EP dos caras e tem quatro músicas. Não existe aqui um hit, uma faixa que se destaque, mas as quatro mostram que a banda consegue manter a qualidade e coesão por mais do que apenas alguns minutos, algo que falta a muitas bandas desses tempos de mp3, inclusive aos hypes ingleses e norte-americanos. Outro ponto positivo é que a banda vem de Pernambuco, mas não tem nada de manguebeat. Não tem como não simpatizar com o SFA.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Gainesville, Florida

Curiosa a capa do novo álbum do Less Than Jake, essa aí do lado. Bem diferente das capas dos discos anteriores da banda da Florida, essa traz uma leveza que parece marcar também o som do disco, a julgar pela primeira faixa liberada GNV FLA, “Does The Lion City Still Roar?”. Depois de muitos anos de pop punk com poucos sopros, finalmente os caras voltaram ao ska. A música não é simplesmente uma volta às raízes, mas dá passos a frente ao mesmo tempo em que olha para trás. É bem capaz que agrade os fãs novos e antigos da banda, agora totalmente independe, lançando GNV FLA pelo seu próprio selo, Sleep It Off Records. Tomara que o álbum seja tão bom quanto a música.

Falando em músicas novas, o final de semana foi cheio delas. Os australianos do Living End soltaram a primeira faixa de seu quinto álbum de estúdio, White Noise, previsto para 5 de julho. “How Do We Know” é esquisita. Tem um feeling típico da banda, mas deixa passar longe as influencias punk rock e rockabilly do início de carreira e adota guitarras totalmente setentistas. A introdução anuncia algo composto por Jack White, e o miolo da música tem um clima meio hard rock, com algumas orquestrações no refrão. O Living End sempre lançou discos diferentes uns dos outros, mas mesmo levando isso em conta, “How Do We Know” é estranha. Difícil saber o que esperar de White Noise.

Os veteranos britânicos do Wire também lançaram um preview do seu próximo trabalho, Object 47: a música “One Of Us”. Famosos por seu primeiro disco, Pink Flag, de 1977 e pela cópia descarada das guitarras de “Three Girl Rhumba” que o Elastica usou em seu maior hit “Conection”, o Wire lança álbuns raramente e tem pouca atenção da mídia, talvez por ficarem em um limbo entre o punk rock, a new wave e o indie rock. “One Of Us” não deve mudar isso. Não é uma música ruim, mas não tem nada marcante, que a destaque das centenas de faixas que ouvimos por semana na internet. Deve valer mais a pena tirar a poeira de Pink Flag mesmo.

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Aí em baixo estão dois vídeos bem diferentes. O primeiro é “Biggest Lie”, faixa que abre o último disco dos californianos do No Use For a Name. Um bom clipe para uma das melhores músicas do quarteto nos últimos anos. Em baixo dele está o controverso clipe de “Stress”, da dupla francesa de eletrônica Justice. A música é comum, mas o vídeo não. É chocante e polemico e essa parece ter sido a intenção ao mostrar um dia na vida de garotos arruaceiros dos subúrbios de Paris. Sim, aqueles garotos pobres, filhos de imigrantes, que queimaram milhares de carros e fizeram a maior revolta popular da Europa ocidental nas ultimas décadas. Não sei ao certo qual é a mensagem do clipe (ou se existe uma), mas desconfio que a raiva e a violência sem razão concreta ou especifica seja o sentem essas pessoas e o que o vídeo quis passar. Só o fato do governo francês ter censurado a exibição do clipe em TV aberta já vale os seis minutos.




domingo, 25 de maio de 2008

Notícias Rock


Essa aí em cima é capa de Cómo te Llama?, segundo disco solo do guitarrista do Strokes, Albert Hammond Jr. Confesso não conhecer muito do trabalho do rapaz, mas o primeiro single do álbum, “GfC”, é bem legal e pode ser ouvido aqui.

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Os ingleses do Subways também lançaram música nova. “Girls and Boys” é a primeira faixa do segundo disco do trio, All or Nothing, a cair na web. A música segue o estilo do primeiro disco da banda, Young for Eternity, cheia de guitarras distorcidas. O mais interessante da faixa é a alternância de vocais entre o guitarrista Billy Lunn e sua namorada, a baixista Charlotte Cooper. “Girls and Boys” pode ser baixada gratuitamente aqui.

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O vídeo de “Porks and Beans”, primeiro single do quinto disco do Weezer está se espalhando rapidamente pelo web. Não é à toa. O clipe é uma homenagem aos maiores fenômenos do Youtube e à geração internet como um todo, além de ser muito engraçado. Se o Red Album for tão bom quanto essa música e seu clipe teremos um novo clássico da banda.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

Notícias Rock


Os californianos do Offspring, em parceria como YouTube, estão promovendo um concurso para o lançamento do vídeo de “Hammerhead”, primeiro single de Rise and Fall, Rage and Grace. Infelizmente, só podem participar da promoção fãs residentes nos EUA. De qualquer forma, é possível conferir os vídeos postados pelos fãs aqui. Falando em Offspring, há alguns dias o quarteto divulgou a capa de Rise and Fall, Rage and Grace. A arte vai no mesmo rumo de alguns CDs anteriores como Americana e Conspiracy of One. Pode ser só supertição, mas não são os melhores trabalhos da banda.

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Nem só de YouTube vive o rock. O MySpace também está bombando com os novos sons da loiríssima Lily Allen e do Beck. Allen postou em sua página versões demo de "I Don't Know" e "I Could Say". Ambas farão parte do sucessor de Alright, Still, ainda sem nome e data de lançamento. Já a página de Beck trás a chata (e curta) "Chemtrails", que também estará no próximo trabalho do americano.

Os superstars ingleses do Oasis também anunciaram novidades. O novo álbum da banda deve ser lançado em setembro, mas ainda não foi divulgado o nome, data precisa, ou qualquer outra informação. Pelo visto eles não gostam tanto de novidades tecnológicas como Beck ou Lily Allen.

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In other news, esta meio bizarra, os fãs da banda estadunidense My Chemical Romance estão organizando uma passeata em Londres para protestar contra “os meios de comunicação que vêm denegrindo a imagem da banda”. A passeata irá do Hyde Park até o escritório do Daily Mail, jornal inglês que vem associando o suicídio de Hannah Bond, emo britânica de 13 anos, ao suposto “culto Suicida” promovido pela banda.

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A semana que está acabando foi gentil com os fãs de vídeo-clipes. Aí em baixo, você pode assistir “The Western World”, do último álbum dos punk rockers do Pennywise, e "Dig My Own Grave", do New Found Glory, retirado do EP Tip of the Iceberg / Takin’ It Ova!.

O primeiro é uma superprodução meio clichê, mas bem legal, para dar suporte a uma das músicas mais memoráveis que o Pennywise lançou nessa década. O segundo é engraçado, com o bom humor típico do pop punk pelo qual o New Found Glory é conhecido.


sexta-feira, 16 de maio de 2008

Retração do mercado de discos atinge pequenos lojistas


Grandes cadeias não sofrem, mas fechamento das pequenas lojas deve continuar em ritmo acelerado

Nos últimos anos a queda na venda de CDs tem sido de cerca de 10% ao ano, segundo estimativas da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). No Brasil não é muito diferente e, mais do que as gravadoras, isso tem afetado os pequenos e médios lojistas do ramo. A rede de discotecas 2001, que já teve 14 lojas na cidade, deve fechar seus dois últimos pontos até o final do ano. “Nos últimos cinco anos fechamos oito lojas. Só esse ano já fechamos quatro”, explica Josenei de Sousa, gerente da loja da 108 norte.

Segundo o gerente, vários fatores são responsáveis pelo declínio do mercado. A música digital, a pirataria e o preço dos CDs são os principais. “O preço de CD é uma coisa irreal, não existe. Isso contribui com a pirataria e com os downloads de internet”, defende. Ainda segundo ele, a queda nas vendas na rede 2001 chegou a quase 70% em 2007 em relação ao pico de vendas alguns anos atrás. Josenei prevê que até o fim de 2009 Brasília não tenha mais nenhuma loja que venda exclusivamente discos. “Só lojas de departamento, como a [Livraria] Cultura e a Fnac”, complementa.

De fato, estas parecem alheias à crise. Fábio Herz, diretor comercial da Livraria Cultura diz que as vendas da cadeia não têm caído. Segundo ele, em 2007 a Cultura apresentou um aumento de 23% em número de CDs vendidos. Os recém fechados números do primeiro trimestre de 2008 são ainda mais generosos: um crescimento de 52% em relação ao mesmo período do ano passado.

Herz explica a diferença entre sua loja e o mercado em geral. Segundo ele, a rede não investe em grandes lançamentos ou promoções. “A Cultura sempre esteve focada nos produtos de catálogo, temos um bom acervo de jazz, blues e música clássica”, diz. Para o diretor, ainda há espaço para os discos porque o brasileiro não tem o hábito de comprar pela internet e ainda existe o consumidor que gosta de CDs. “Outra coisa importante é o atendimento. CD é commodity, o importante é pegar o cliente pelo coração”, complementa.

Apesar da realidade conflitante, os números demonstram que a crise do mercado fonográfico é uma realidade, e Josenei de Souza atribui grande parte da culpa às gravadoras. “Elas demoraram muito pra cair na real. Se há cinco ou seis anos as gravadoras tivessem tentado baixar os preços, o mercado não teria chegado onde chegou”, defende. O gerente diz ainda que o preço médio dos CDs de cerca de R$ 30 deveria ser reduzido à metade. “Se tivesse um produto de qualidade com preço bom, as pessoas não iam correr para a pirataria”, defende.

Mas talvez o modo de consumir música esteja mudando radicalmente, independente do preço dos CDs. Josenei e Fábio Herz concordam que o público que consome discos atualmente é de alta renda e de meia idade. Existem também aqueles colecionadores, que até hoje compram discos de vinil. “O público geral consome qualquer coisa. Baixa [da internet], compra pirata, depois joga fora”, diz o gerente da 2001.

Fábio Herz diz que culpar a pirataria é simples e que ela é uma realidade em todo o mundo. Segundo ele, a Livraria Cultura não é muito afetada porque produtos piratas estão muito focados em determinados tipos de música. “Ninguém compra a 9ª Sinfonia de Beethoven pirata”, explica. Apesar disso, o diretor concorda que a forma de consumir música está mudando. Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Discos, o crescimento das vendas de músicas em formato digital –como o mp3- em 2007 foi de 185% em relação a 2006, somando cerca de 8% do faturamento do mercado fonográfico brasileiro.

Provavelmente devido à chamada exclusão digital o mercado brasileiro ainda é pequeno se comparado ao mercado internacional. Segundo a IFPI, o comércio de músicas digitais já é responsável por 15% das vendas da indústria musical de todo mundo, cerca de R$ 5,1 bilhões. Ainda de acordo com as estimativas da IFPI, o “mercado” de downloads considerados ilegais pela industria musical é cerca de 20 vezes maior do que o legal.

A campeã de vendas digitais em 2007 foi a cantora canadense Avril Lavigne, cuja música “Girlfriend” vendeu 7,3 milhões de arquivos. Neste cenário, os artistas estão fazendo apostas diferentes das gravadoras e lojas de discos, que não ganham nada com os downloads ilegais. Devido à possibilidade de se tornarem mundialmente conhecidos e aumentarem seus ganhos em shows e venda de merchandising, muitos artistas não vêem os downloads chamados ilegais com maus olhos. Mais do que isso, bandas internacionais famosas, como Radiohead e REM, estão adotando a estratégia da venda direta via sites próprios.

As estratégias dos lojistas são outras. De acordo com Fábio Herz, a Livraria Cultura está estudando o que fazer no futuro, quando a mídia CD for substituída. “Talvez vender músicas digitais”, diz. Ainda segundo ele, o espaço em loja deve ser substituído por DVDs ou games. A venda em número de unidades de DVDs na Cultura cresceu 86% no primeiro trimestre desse ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação aos games, Herz diz que estão ganhando muita força. “O público adolescente consome muito. Temos que ficar atentos às novidades”.

Já Josenei de Sousa diz que sua loja ainda aposta em encomendas e em um atendimento diferenciado, mas que a única ação especifica tem sido pressionar as gravadoras por preços menores. “Para vender alguma coisa temos que ter um bom preço. Não tem para onde correr, essa é a verdade”, explica. Mas se as pequenas lojas não tem muita perspectiva, o gerente já fez seus planos para o futuro. “Vou correr pra outro lado. Música não faz mais parte dos meus planos. Pretendo trabalhar no departamento pessoal de alguma empresa”, diz.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Anti-Flag - The Bright Lights Of America (2008)

The Bright Lights Of America é o segundo álbum dos punk rockers do Anti-Flag pela major RCA. Se o lançamento anterior, For Blood And Empire, era uma continuação natural do trabalho dos estadunidenses, aqui a influência mainstream começa a aparecer de verdade, não no processo de composição, mas na produção do álbum. Esse é o maior defeito de The Bright Lights Of America: ele é produzido demais.

Pianos, teclados, sopros, arranjos de cordas, corais de crianças e efeitos como eco, sinos, explosões e trovões simplesmente não combinam com o punk rock do quarteto e quase ofuscam as boas composições. Isso fica evidente em “Shadow Of The Dead”, “The Ink And The Quill (Be Afraid)” e em “Good And Ready”, tão empolgante que sobrevive à sinos, efeitos eletrônicos, um arranjo de cordas e às crianças pentelhas, tudo em menos de 4 minutos de música.

Apesar de todo o exagero, o Anti-Flag vem progressivamente se tornando uma banda melhor, mais completa e menos repetitiva, e as boas composições salvam The Bright Lights Of America do fracasso. As duas músicas que abrem o disco, a já citada “Good And Ready” e “The Bright Lights Of America” são muito boas e se equilibram bem entre o punk rock que fez a fama da banda e o pop punk para o qual estão se encaminhando.

Do lado das músicas que trazem algo novo ao som do quarteto, “Go West” surpreende com uma gaita bem encaixada, apesar de ser uma música um pouco repetitiva. E do lado daquelas que não trazem nada de novo, o destaque é a porrada “Spit In The Face”, que conta com um ótimo solo metaleiro e é surpreendentemente longa para sua velocidade. No final das contas o punk rock sobreviveu à superprodução e o Anti-Flag criou um bom álbum, recheado de temas políticos, para apresentar a seus fãs.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Hammerhead

Os punk rockers do Offspring postaram em seu (novo) site oficial a música “Hammerhead”, que estará no próximo disco dos caras, “Rise And Fall, Rage And Grace”. A faixa pode ser ouvida em streaming ou baixada após registro. O mp3 é de alta qualidade e DRM free. A música, no entanto, não trás grandes novidades. É apenas uma faixa como muitas outras da banda, o que deve agradar aos fãs, mas pode decepcionar aqueles que esperavam algo mais do Offspring após mais de 4 anos de silencio. De qualquer forma vale a pena escutar, nem que seja para ouvir a segunda parte da canção, com instrumental composto por Kurt Cobain.