quarta-feira, 27 de junho de 2007

Bad Religion - New Maps Of Hell (2007)

O Bad Religion está de volta, 3 anos após o lançamento de The Empire Strikes First, com seu esperado 14° disco, New Maps Of Hell. Muito se falou sobre este ser um álbum duplo e sobre a banda estar explorando uma nova sonoridade, mas o que se encontra aqui são 16 faixas do famoso hardcore característico dos californianos. As letras, cortesia do acadêmico vocalista Greg Graffin, estão um pouco menos diretas e objetivas, mostrando uma visão mais pessoal dos assuntos sempre explorados pela banda: religião, política e a sociedade norte-americana. Já a musicalidade da banda continua praticamente intocada.

Com seus 58 segundos de duração, “52 seconds” abre os trabalhos com um som tão sujo que chega a assustar. A porrada continua com “Heroes and Martyrs” e “Germs Of Perfection”, repetindo a abertura de The Process Of Belief, de 2002. Juntas, as 3 músicas não somam 4 minutos e prometem um grande álbum. O próximo destaque é o single “Honest Goodbye”, balada bastante radiofônica e levemente influenciada por Weezer. Muito boa. O hardcore volta com toda a força em “Murder”, tão suja e rápida quanto a primeira faixa, seguida pela boa “Scrutiny”. Até aqui, New Maps Of Hell parece ser o melhor lançamento do Bad Religion nos últimos 15 anos, mas assim como aconteceu nos últimos dois discos dos caras, a coisa desanda um pouco no ultimo terço do álbum.

Não que músicas como “Prodigal Son”, “The Grand Delusion”, “Submission Complete” e “Fields of Mars” sejam ruins. Longe disso. Mas não empolgam como suas antecessoras, deixando uma impressão de que estamos na prorrogação do jogo, quando os jogadores, por melhores que sejam, já estão cansados e não conseguem mais produzir grandes jogadas. Nada, porém que estrague a festa. Em resumo, New Maps Of Hell pode não ser tão bom os clássicos dos caras, mas é um grande disco que confirma a ótima fase de uma banda que, mesmo com mais de 25 anos de estrada, não mostra sinais de cansaço. Os fãs não têm do que reclamar.

sábado, 23 de junho de 2007

Strung Out - Blackhawks Over Los Angeles (2007)

Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, e a posterior reação do governo americano, parecem mesmo ter se deixado profundas marcas na sociedade americana e despertado uma geração conhecidamente avessa à política para a importância de ter opiniões e faze-las ouvidas. Não é à toa que bandas como Green Day, NOFX e até Sum 41 passaram a compor canções e álbuns eminentemente políticos de poucos anos para cá. Se a guerra do Iraque se parece cada vez mais com a do Vietnã, os produtos culturais por ela influenciados, também cheiram a 40 anos atrás.

O novo disco dos californianos do Strung Out, Blackhawks Over Los Angeles é, sem sombra de duvidas, fruto de um país em guerra. Todos os elementos estão presentes: os cenários apocalípticos, as citações à história americana, o apoio às tropas em solo estrangeiro, o apelo por paz. Até mesmo uma referência a Bob Dylan pode ser ouvida em “Mission Statement”. Assim como o Bad Religion, o Strung Out também parece ter uma ligação muito forte com Los Angeles, outro tema recorrente do álbum. Desde seu titulo e capa até várias das letras, a cidade é o cenário escolhido pelos caras para fazer seus comentários políticos e sociais.

Em Blackhawks Over Los Angeles, a banda investe fortemente na mistura pela qual se tornou conhecida de metal com hardcore melódico tipicamente californiano, o que dá ao disco uma musicalidade pesada que combina perfeitamente com os temas bélicos e as letras combativas. No entanto, as músicas que mais se destacam são as que têm um clima mais pop punk, com menos influencias metaleiras. “All The Nations”, “Dirty Little Secret” e “Diver” podem soar como tentativas da banda de se tornar comercialmente mais viável, mas são as melhores canções do álbum, principalmente por destoarem do resto. O principal ponto negativo do disco, aliás, é ser um pouco repetitivo, monocromático. Nada, porém, que estrague o bom trabalho do Strung Out.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Entrevista com Bruno do Redial Rocker





Desde 2004 o Redial Rocker vem agitando a cena rockeira de Brasília, da qual não são amigos, e trazendo a diversão de volta aos shows tomados por garotos e garotas tristes e com franjas estranhas. Moreno, alto, bonito e sensual, Bruno Oliveira, baixista e vocalista da banda, respondeu algumas perguntas para o Rock N Cigarettes.


Que porra é Redial Rocker?

Essa é muito difícil pode ser tanta coisa (risos). Redial Rocker, idiotas fazendo coisas idiotas.

Há quanto tempo a banda existe?

Depende... desde o fim de 2004, mas a formação atual é do finalzinho de 2005. Não, minto, meio de 2006.

Você tocava em outra banda?

Não, eu tocava só com o Lucca, a gente fazia uns covers de Blink, Carbona e etc no quarto dele e só.

Só vocês dois? Trancados entre quatro paredes? Deu certo?

Régis! Ah, depois de um tempo a gente foi começando a se cansar de tocar sem distorção e sem baterista. Aí a gente decidiu chamar um amigo pra tocar com a gente, que nunca foi em nenhum dos ensaios, sempre dava um desculpa diferente. A que fez a gente "tirar" o cara da banda foi ele ter dito que não pode ir pro ensaio porque tinha doado 20 reais pro Tele-Ton, a mãe dele descobriu e deixou ele de castigo.

E como foi o primeiro ensaio?

Cara, não lembro exatamente do primeiro ensaio, mas os primeiros eram muito engraçados. A gente ensaiava no Estúdio Canal, e na parede do estúdio tinha uma caveira de bode pendurada, era muito bizarro. Até que um dia eu pedi pra tirar um foto. "Ou, posso tirar uma foto desse bode?" E o cara me responde: "Sabe o que é isso? Um boooooooooode!" Eu acho que nunca ri tanto.

O primeiro show da banda foi vocês que organizaram?

Não. Foi um show na casa do Gabriel, lá em sobradinho. A gente tocou com o Flanco, Lactobacilos Vivos e outras bandas muito feras.

E vocês tocaram bem?

Cara, até que sim. A gente ensaiava, tínhamos acabado de fazer nossa primeira música, ou seja, foi um show só de covers, com apenas uma música nossa. Nessa época a banda era eu, Lucca, Rafael e Dudu.

E vocês têm material gravado? CD demo? EP? Fita K7?

Pois é, a gente gravou uma demo ao vivo em novembro do ano passado no [estúdio] Original 69, com apoio da Esteria. Tem 8 músicas e custa apenas 3 mangos.

Próximos shows do Redial Rocker?

Tá difícil, a gente tá sem grana pra organizar, então já viu, né...

Qual foi o melhor show que o pessoal da banda viu?

Cara, acho que pra mim, pro Lucca e pro Fill foi o do Millencolin em São Paulo. Pelo menos pra mim foi o melhor de todos. Do Diogo eu não sei, ele curte uns bagulhos muito doidos aí, metal e os hardcores do capeta!

E aqui em Brasília? Qual foi o melhor show que vocês viram?

Cara, mais uma vez vou ficar devendo o do Diogo, mas que o pessoal gostou bastante,
acho que todos os do Dead Fish, Carbona e Noção de Nada.

Vamos falar sobre comida. O que cada um da banda gosta de comer? Ou que você gostaria que eles comessem?

(risos) Qualquer coisa menos eu!

Cite um fato bizarro da banda.

Olha bizarro na banda, tudo é bizarro, a banda é bizarra. Ah, o dia do Sessão de Sábado 1, que uns malucos ficavam dando voadoras nos peitos uns dos outros enquanto a gente tocava. Foi doido!

Algum trabalho paralelo?

Eu não trabalho, o Fill também não, e nem o Lucca. Só o Diogo que faz uns estágios ai na UnB.

Quem na banda tem aquela guitarra doida? Ele mandou fazer? Ele mandou pro Pimp My Guitar?

(risos) O Diogo fez o desenho e mandou pra uma mina que tava começando a fazer esses bagulhos. Ficou doido, né?

Se você ganhar na Mega-Sena, qual o show que você organizaria na sua casa? E como seria esse show? Temático?

José Rico e Milionário, pra combinar comigo e meu novo estilo de vida.

Escolhe 5 cds pra ouvir numa sauna gay.

Firstations - Punk Rock Station
Lactobacilos Vivos - Ainda Mais Crocante
Dissonicos - não sei o nome
Los Hermanos - qualquer um
Polegar - não sei o nome também

O que você tem a dizer pro nosso amigo "cena roqueira brasiliense"?

Pfff! Pra largar as fraldas e crescer logo, e se quiser ajuda pra aprender a andar, ler e escrever, estamos ai, apesar dele não ser meu amigo.

Um caldeirão com ou sem emos?

Com óleo fervendo e cheio de emos!

5 anos atrás, você ouvia o que? E o resto da banda?


Cara, o Diogo devia ser muito metaleiro! Eu e o Lucca quase as mesmas coisas de hoje,
e o Fill eu não sei.

Manda uma mensagem pra uma banda de Brasília.

Renato Russo, fique com Deus. Tô zoando. recorlactossonicostations, vamos tocar, porra!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Dead Fish – Um Homem Só (2006)

Em Um Homem Só o Dead Fish continua a gradualmente refinar seu hardcore melódico, investindo em um som mais trabalhado e diversificado. Como no lançamento anterior, Zero e Um, o primeiro pela major Deck Disk, a produção e gravação são ótima qualidade, dando à banda um som mais limpo, que funciona bem tanto nas músicas mais pops quanto nas mais pesadas. Aliás, a mistura entre músicas pesadas, rápidas, pops e lentas é a maior qualidade de Um Homem Só, evitando que a coisa toda fique repetitiva, como acontece com muitos álbuns de hardcore. Se “Obrigação”, “Exílio” e “A Recompensa” são canções radiofônicas que mostram a habilidade do Dead Fish para compor refrões que ficam na cabeça, “Old Boy”, “Canção Menor” e “Eleito por Ninguém” são rápidas e puro hardcore, no estilo dos discos independentes dos caras. Ainda mais interessantes são “Diesel”, “Menos do Mesmo” e “Um Homem Só”, músicas mais lentas e pesadas que mostram criatividade e possíveis caminhos para os próximos álbuns da banda. As letras também se mostram mais maduras, substituindo os discursos mais radicais e simplistas por versos menos diretos e mais complexos, que permitem diferentes interpretações pelos ouvintes. O ótimo trabalho dos guitarristas Philipe e Hóspede, que mostra semelhanças com o trabalho dos veteranos do Garage Fuzz, é outro ponto a ser destacado. De forma geral, Um Homem Só é um bom lançamento de uma banda que fica melhor a cada disco.

sábado, 16 de junho de 2007

Duas perguntas para o xLinha de Frentex no Porão do Rock 2007


A ligação da banda com o vegetarianismo tem alguma coisa a ver com religião ou espiritualidade?

Não, cada um na banda tem uma espiritualidade diferente, mas a ligação com o vegetarianismo é moral e ética, não religiosa.

O discurso da banda gera uma divisão no publico e na critica, com apoio e também rejeição muito fortes. Como vocês lidam com essas reações e opiniões?

Te devolvo uma pergunta: que discurso não gera divisão?

Mas diferente de vocês, muitas bandas colocam o som, e não o discurso, em primeiro plano. O discurso parece ser muito importante para a banda.

Como falamos antes, pra gente, a música é mais um meio pra transmitir a mensagem que a gente quer passar: o vegetarianismo e o straight edge.

Quando a gente fala, não fazemos distinção entre as pessoas, estamos falando pra todo mundo. Se uma pessoa ouvir, já está valendo pra gente. Mas é claro que algumas pessoas não vão gostar.

O hardcore é isso. É passar a mensagem. O hardcore é o lugar daqueles que não se encaixam na massa. Quando eu escolhi esse estilo de vida, sabia das dificuldades de ser diferente, de pensar e agir diferente da massa. Na verdade o importante não é gerar divisão, mas gerar discussão, porque se alguém escuta algo que incomoda, isso vai gerar questionamento, independente de concordar ou não com a gente. É isso que é importante: falar sobre assuntos como o vegetarianismo e a libertação animal, que são assuntos muito suprimidos da mídia.

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Acesse o site da Protons e leia a resenha de todos os 26 shows do Porão do Rock 2007, com fotos e vídeos.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Entrevista com o Móveis Coloniais de Acaju no Porão do Rock 2007


Sobre o tamanho da banda

(...) quanto ao fato da banda ser muito grande, acho que a gente tem conseguido transformar isso de uma desvantagem em uma vantagem, até porque as pessoas desempenham outras funções dentro da banda.

Sobre projetos futuros

A gente tá com vários projetos. O primeiro vai ser lançado agora em junho, provavelmente, que é o “Vai Tomaz no Acaju”, um projeto com o Gabriel Tomaz, que vai sair em LP, com o Móveis junto com o Gabriel, tocando músicas do Little Quail [and The Mad Birds] e do Câmbio Negro. Vai sair em vinil, um compacto. A gente também está começando a produção do nosso segundo CD. A previsão de lançamento é para o primeiro semestre do ano que vem.

Sobre o processo de composição

A gente fala de brincadeira que se uma música passar pela aprovação de todos nós, vai ter alguém mais que vai gostar.

A gente sempre prezou muito a democracia dentro da banda. É pelo poder argumentação que a gente convence um ao outro.

Cada um na banda tem referências diferentes, a família de cada um é de um lugar diferente e traz idéias diferentes para a banda. O Móveis é muito Brasília. Cada um tem uma identidade diferente e isso acaba gerando uma identidade muito própria.

A gente também tem identificação com públicos diferentes. Algumas pessoas gostam dos sopros, outras gostam do ritmo, outras gostam das melodias, ou das letras.

Sobre a relação com o público

No inicio, por ser muita gente, uma parte da banda tocava no meio do público, e desde o começo a gente promoveu uma troca muito grande com o público. A gente toca junto com o público.

A gente sempre procura conversar com o público, tocar as músicas novas, ver a reação que eles tem. A gente faz o oposto do que geralmente se faz. A gente toca, vê como foi a interação, aí a gente arruma, melhora, vê como ficou, só depois a gente grava a música.

Eu acho que banda hoje, não só do meio independente, tem que fazer show. Com a crise do mercado fonográfico, a formação do público acontece é nos shows. A gente sempre foi uma banda de show. Sempre investimos nos shows.

Sobre o Porão do Rock

É interessante, porque o Porão sempre marca um momento da banda. Cada uma das 3 vezes que a gente tocou a banda tinha uma característica. No primeiro momento, a média de idade da banda era de 17 anos, isso foi em 2000, e a gente ainda não tinha essa proposta que a gente tem hoje, Isso começou em 2002, 2003. No segundo momento, a gente já tava muito mais ligado ao mercado independente. A gente lançou um disco que vendeu 2000 cópias em duas semanas. Isso tudo assim, a gente panfleta, a gente vende o disco, e hoje tá em 6000 cópias. E eu acho que a segunda vez no Porão refletiu bem esse momento. (...) a gente já tinha um público (...). E agora, eu acho que marcou o auge do trabalho que a gente vem fazendo há dois anos com o disco.

É legal porque o primeiro show no Porão foi a primeira vez que a gente ouviu todos os instrumentos. No inicio, queriam botar os sopros lá atrás, como se fossem músicos contratados. A gente disse não (...). Por isso o show de 2000 foi o mais impactante. Foi importante pra marcar as posições da banda, foi a primeira vez que a gente acreditou que a gente podia viver disso.

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Acesse o site da Protons e leia a resenha de todos os 26 shows do Porão do Rock 2007, com fotos e vídeos.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Rock Sunday no Landscape Pub

Antes do início da leitura desta resenha, vale advertir que o envolvimento pessoal dos resenhistas com as bandas e as circunstâncias destes shows em particular impedem que qualquer dose saudável de imparcialidade seja aplicada a este texto. Não temos aqui quaisquer pretensões jornalísticas, mas apenas de fazer um relato divertido dos acontecimentos da tarde do último domingo, 10 de junho de 2007.

Por Boss Matsumoto e Léo Werneck

Muitos gostam de passar um domingo ensolarado vendo o Faustão, o Silvio Santos e o Brasileirão. Outros preferem ir a Chás de bebê, churrascos ou ao Eixão do Laser. Umas 50 pessoas preferiram ir ao Landscape para uma tarde de rock n roll. O 1° Rock Sunday começou com a tradicional pontualidade britânica de quase 2 horas de atraso, com o show do Gran Turismo, um power trio que conta com Macarrão (ex-Fliperama Morfonauta) e Kadu (Brodericks, ex-MF5) na linha de frente. A banda tentou mostrar seu pop rock ensolarado para os amigos presentes, mas junto com o show começaram os problemas técnicos. Macarrão não teve sorte e presenciou a morte de seu amplificador e o suicídio de uma das cordas de sua guitarra. As interrupções quebraram o ritmo da apresentação e a quase ausência de público e de comunicação por parte da banda deram um clima meio frio a coisa toda. Uma pena.

Em seguida foi a vez do Dissônicos, que haviam voltado de Goiânia direto para o Landscape, tentarem animar a galera. Os caras aproveitaram a oportunidade (Show domingão à tarde, praticamente só para amigos), e fizeram uma apresentação meio zoada, com várias participações especiais e um clima de ensaio que divertiu todo mundo. Os principais momentos foram César Garrafa (Opera Volt) tocando bateria, dando oportunidade ao público de ouvir o baterista Delton soltar a voz, o já habitual beer bong protagonizado pelo baixista César, os choques elétricos que o vocalista Álvaro tomou nos dentes ao tentar cantar em um microfone defeituoso, e o final de show quebradeira, a lá Nirvana. Divertido.

Depois do Dissônicos, o Myers tentou mostrar seu trabalho para um público que definitivamente não era o seu. Bastante deslocados em um line up que privilegiou o punk rock, a banda ficou praticamente sem ninguém para assistí-los. Impossível dizer que um show tão vazio tenha sido realmente bom, a banda ainda precisa se movimentar mais no palco e o vocalista poderia soltar um pouco mais a voz, sem medo de ser feliz, mas os caras se mostraram competentes e bem ensaiados, tocando com segurança seu som que mistura influências bem pesadas como Faith No More, Alice In Chains, Korn e Deftones. Provavelmente, o Myers seria capaz de empolgar tocando para o público certo. Destaque para o baterista, que tocou com um kit bastante reduzido, especialmente se tratando de uma banda de metal.

Com o culto evangélico em vias de começar na porta ao lado, o Lips subiu ao palco para fechar a noite. A banda tocou “Come Out and Play” do Offspring e “KKK Took My Baby Away” dos Ramones, além de músicas próprias já conhecidas do público como ”Understanding”, “So Long” e “Out Of Love”, mas curiosamente deixou a porrada “Fuck It All” de fora do set list. A guitarrista Tatiana se irritou e quase tacou fogo em seu amplificador e o baterista Thito, mais participativo, interagiu com a platéia e o resto da banda, mas não roubou a atenção do vocalista Victor 10 centavos e da baixista Maria. Já está a hora do Lips lançar algum material “físico”. Não se pode negar que o evento foi um fracasso de público e que os problemas técnicos aconteceram em número superior ao aceitável, mas, de forma geral, foi uma maneira bastante divertida de passar uma tarde de domingo nesta embrasíla.

sábado, 9 de junho de 2007

Streaming de Era Vulgaris

O novo álbum do Queens of the Stone Age, Era Vulgaris, será lançado nos EUA dia 12 deste mês, mas a banda liberou todas as músicas em streaming no seu site oficial, bem como o doentio vídeo-clipe do primeiro single do disco, "Sick, sick, sick", música que conta com a participação de Julian Casablancas do Strokes. Vale a pena ver e escutar.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Porão do Rock 2007

Depois de várias críticas nos últimos anos, e comemorando sua décima edição em 2007, o Porão do Rock ensaiou um bem vindo retorno às origens, ou pelo menos uma olhada para trás. Foram cortadas da edição desse ano as grandes atrações pops, como Skank, Barão Vermelho e Detonautas, e o festival voltou a ter dois dias, o que se traduz em uma mescla maior de estilos.

Após um primeiro dia dedicado a estilos mais pesados, o sábado foi dominado pelo indie rock e por bandas mais experimentais. A tenda eletrônica estava cheia como no dia anterior, mas desta vez tocando de tudo um pouco, para um publico bem mais eclético. As atrações, de pequeno e médio porte, agradaram e foram capazes de trazer o festival de volta para perto dos porões da cena alternativa.

Quer ler mais? Acesse o site da Protons e leia na integra a resenha da edição 2007 do Porão do Rock.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Quintas Quentes no Landscape Pub

ATUALIZADO


Por Boss Matsumoto

Mais um projeto das quintas quentes no Landscape Pub, pois o rock'n roll não pára. Dia frio, mas nem tão frio como Brasília há uns anos atrás. (tem gente que gosta do final dessa frase).

Lá pelas 23:54 começa a primeira banda, The Pro, invadindo o recinto, tirando o som ambiente do DJ, para começar o rock. Dois guitarristas, um baixista e um batera. O guitarrista e vocalista tinha algo que ainda não conseguiu transmitir ao público, talvez pela qualidade do equipamento do som, pois estava tudo magnificamente alto, bom pra uns, ruim pra outros. Mandaram um som bem moderno, que dava para perceber na cara as influências. Tímidos, mas bem comportados. Destaque para o baixista por tocar o instrumento com gosto, na verdade os instrumentos, chegou uma hora que ele tocou com um outro baixo.

Fim do The Pro, re-começo para o DJ. Entra e sai gente do buraco, que é o local onde o público assiste aos shows. Gente fuma, gente entra, gente sai, gente bebe, gente conversa, gente ri, gente fica puta de estar naquele local de gente estranhas, e eu gosto disso.

Enfim, hora de subirem ao palco as gatas e os gatos do Lips! O guitarrista e vocalista Kikie segura muito bem a onda no instrumento e tem um jeito de cantar excelente para o estilo da banda, que segundo eles, é uma mistura de muita coisa entre punk 77, Yeah Yeahs e até reggae (!). Destaque para "Come Out and Play" do Offspring e "Fuck It All", música própria direta-e-reta do Lips.

Fim do Lips, recomeço do DJ e galera indo e vindo. Sobe ao (alto) palco o Comodoro 77. Som pesado, pesadíssimo, eu diria. Melodias macabras com harmonias ácidas. E no meio disso tudo entra "Aquela", música do Little Quail. "Dotadão" dos Cascaveletes. Grêmio, peso pesado e rock'n roll.

E então acaba mais uma noite de quinta-quente, com pessoas felizes por terem quebrado a rotina e putas por terem que acordarem cedo.


Por Léo Werneck

Na ultima quinta-feira, dia 31 de maio, rolou mais uma Quinta Quente no Landscape, desta vez apresentando as bandas The Pro, Lips e Comodoro 77, em uma saudável mistura de estilos. O bar não ficou lotado, nem tampouco entregue às moscas, e o público parecia realmente interessado em ver as bandas, e não apenas em beber, conversar ou paquerar. Os primeiros a subir no palco foram os novatos do The Pro, que fizeram um bom show, mostrando-se bastante seguros e bem ensaiados em seu indie rock. A banda exala Strokes e The Hives por todos os poros, o que não é necessariamente ruim, já que boas influências são um importante começo para qualquer banda. A falta de uma identidade forte é um problema comum a quem está começando, e que costuma a se resolver com mais shows, ensaios e um pouco de tempo. De qualquer forma, o The Pro mostra um bom inicio e bastante potencial.

Em seguida, os meninos e meninas do Lips mostraram seu som, um cruzamento de punk e indie rock, que algumas vezes lembra Ramones, Green Day e Soviettes, e em outras, lembra mais o trabalho de bandas como Weezer e Ash. Todas essas influências ainda precisam se mesclar de forma mais natural nas músicas do Lips, mas a banda faz um show bem bom, e mostrou uma evolução desde o ano passado. O guitarrista Victor canta a maioria das músicas, e a banda, toda uniformizada, se porta bem no palco, mas quem prende mesmo a atenção da platéia são Maria e Tatiana, baixista e guitarrista do grupo. Outro bom show de outra banda que parece ter futuro. Por ultimo, o Comodoro 77 mostrou seu punk rock, inspirado principalmente pelas primeiras bandas dos movimentos inglês e brasileiro. Tocando para um público um pouco reduzido, os caras se esforçaram para animar o fim de noite, mas suas músicas são muito quadradas, arrastadas e parecidas entre si, deixando a apresentação um pouco monótona e com um feeling de deja vu. No entanto, a banda também é nova e pode surpreender, se firmando com representante de um estilo de punk rock pouco popular nos dias de hoje.