segunda-feira, 14 de julho de 2008

Weezer – Weezer (Red Album) (2008)

Desde seu retorno em 2001, o Weezer deixou de lado a pose e as composições indie e adotou uma postura rock de arena. Nenhum problema, uma vez que o quarteto estava lançando álbuns de qualidade como Weezer (Green Album) e Maladroid. Seguindo a tradição criada pela própria banda, este terceiro disco auto intitulado marca novamente uma mudança de direção no som dos caras. No entanto, parece que o Weezer se perdeu no meio do caminho. A coesão passa longe deste Red Album, que mais parece um amontoado de sobras de estúdio e faz o lançamento anterior dos estadunidenses – Make Believe, de 2005 – parecer um album conceitual.

Logo no início do disco encontram-se duas ótimas faixas que devem (com todo o mérito) bombar nos iPods dos fãs. “Troublemaker” e o primeiro single “Pork & Beans” (acompanhado de um vídeo-clipe fantástico) mostram o Weezer em sua melhor forma, compondo pop rocks aos quais (quase) ninguém resiste. Desnecessário chover no molhado e elogiar a letra da segunda, que dá uma zoada no produtor Timbaland e sua fórmula de sucesso, que pode ser conferida em uns 2423 lançamentos de pop e hip hop este ano. Também logo no início do disco está a épica “The Greatest Man That Ever Lived”. Entre 1584 trocas de ritmo e melodias que vão do metal ao rap, passando por coros, fica difícil saber aonde termina a piada e começa a viagem egocêntrica anunciada pelo título. Desnecessária.

Tão longas quanto “The Greatest Man That Ever Lived” são “The Angel And The One” e “Dreamin'”. A primeira é um bom pop triste que fecha bem o disco. A segunda poderia ser uma boa música se não se perdesse em meio a tantos exageros. Há também 3 faixas compostas e cantadas pelos outros membros da banda. “Thought I Knew”, do guitarrista Brian Bell, é uma boa canção, mas não lembra em nada o rock característico do Weezer. As outras duas são apenas dispensáveis. Mas elas vêm em seqüência, como que pensadas para quebrar em dois e acabar com a unidade do trabalho. O resultado é que com apenas 10 músicas o Weezer consegue transformar o Red Album no pior lançamento de sua estrelada discografia.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Trever Keith - Melancholics Anonymous (2008)

Segundo Trever Keith, ex- vocalista do finado grupo de punk rock Face To Face, Melancholics Anonymous segue de onde Ignorance Is Bliss parou. O cara se refere ao álbum de sua antiga banda que foi um fracasso de vendas e é menosprezado pela maioria dos fãs. Mas Melancholics Anonymous vai muito além do que o álbum de 1999 foi. O primeiro trabalho solo de Keith une a melancolia do título com programações de bateria dançantes, que levam o álbum para longe de um clima simplesmente depressivo. A influencia mais facilmente identificável é o pós punk oitentista (a introdução de “Say Goodbye Again” é totalmente The Cure), mas o trabalho também lembra o som do Garbage em sua mistura de rock e batidas e efeitos eletrônicos.

Apesar das referencias, o disco tem identidade própria e mostra Trever canções tão boas quanto os maiores “hits” do Face To Face. “Cross Your Heart And Hope To Die” abre o disco e é a mais roqueira da 11 faixas. Já “Absolution” é a balada mais calminha (ao lado da faixa-título) e une com habilidade violões e batidas eletrônicas. “Half Asleep” segue a idéia do título e tem um clima etéreo, como um sonho, e a boa “Pushover” é a faixa mais alegre dos 40 minutos de Melancholics Anonymous. Mas as melhores músicas do disco são mesmo “Incommunicado”, que tem a melodia mais legal e grudenta, e “Bleeding Out”, que transcorre em um clima tenso até estourar em um rock energético. Melancholics Anonymous é uma bela surpresa e mostra que Trever não precisa ficar preso a “Disconnected” e outras (boas) músicas do Face To Face que marcaram época.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Música e palavras

A noticia não é nova, mas ainda é digna de nota. A editora virtual Mojo Books trabalha com uma proposta bem interessante: "Se música fosse literatura, que história contaria?". Há quase dois anos no “mercado” a editora já publicou adaptações literárias (contos, na maioria dos casos) de 68 músicas e álbuns de artistas tão diversos quanto Pantera, Mundo Livre S/A, Madonna, Beatles e My Chemical Romance. Desde maio a Mojo também publica adaptações em quadrinhos. O primeiro trabalho em quadrinhos da editora é “Bela Lugosi’s Dead”, da banda gótica inglesa Bauhaus. Todos os livros são gratuitos e em formato PDF e o próximo lançamento será “In Utero”, do Nirvana. Vale a pena conferir.

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O diário Folha de S.Paulo publicou uma nota triste em sua edição do dia 2 de julho:

No Brasil, o equivalente a 77 milhões de pessoas dizem não gostar de ler, segundo a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", divulgada em maio pelo Instituto Pró-Livro. As principais razões para aqueles não-habituados à leitura: lêem muito devagar (17%); não têm paciência para ler (11%); não compreendem o que lêem (7%); não têm concentração para ler (7%). O brasileiro que lê, em média, conclui 4,7 livros e compra 1,2 exemplar a cada ano


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Recomendação do editor do site Zona Punk, Wladmyr Cruz, em seu editorial semanal sempre repleto de vídeos do YouTube: