terça-feira, 30 de outubro de 2007

Arctic Monkeys no Tim Festival

Aqui começa uma série de resenhas sobre o Tim Festival 2007, que aconteceu no último final de semana no Rio de Janeiro, em São Paulo, Vitória e Curitiba. Nessa primeira parte, falaremos sobre os shows do palco Novo Rock UK, que aconteceram sexta-feira no Rio de Janeiro.

A edição carioca do Tim Festival deste ano teve uma bela estrutura montada na Marina da Glória na beira da Baía de Guanabara. A área comum era voltada para o mar e reproduzia conteiners de portos, coloridos e iluminados, com alguns bares e lojas. Infelizmente, a chuva intermitente fez com que o público tivesse que se refugiar nas áreas cobertas algumas vezes. Dentro da tenda onde aconteceram os shows de Hot Chip e Arctic Monkeys, no entanto, o calor era intenso. A apresentação do Hot Chip começou com um pequeno atraso e botou o público para dançar. Este resenhista, entretanto, não conhece muito de música de robôs e não pode comentar o show com maior profundidade. A banda é composta por cinco tecladistas que eventualmente cantam, tocam guitarra e baixo, mas na maior parte do tempo se limitam a apertar botões que geram batidas repetidas e barulhinhos eletrônicos. O público já era bem grande e pareceu gostar do som dos ingleses, que saíram aplaudidos do palco.

Após alguma enrolação, a grande atração da noite subiu ao palco. O Arctic Monkeys já entrou em cena com o jogo ganho, mas apesar da empolgação do público, o inicio do show foi meio morno, com algumas falhas no som e uma banda que se mostrava excessivamente quieta. Alex Turner, com seu traje nerd, parecia um pouco tímido demais, mas os problemas do som foram rapidamente concertados e o show foi esquentando a partir da execução de “Brianstorm”, ótima música que abre o segundo disco do quarteto. Daí pra frente a tenda pegou fogo, os espectadores pularam, bateram palmas e cantaram junto até as partes instrumentais, mas tiveram alguma dificuldade em entender o inglês do vocalista nas poucas vezes em que ele tentou se comunicar. O calor aparentemente foi contagiando a banda, que melhorou sua performance, mesmo parando para se enxugar no intervalo de cada canção.

A banda manteve o show animado e os maiores destaques foram as execuções de “I Bet You Look Good On The Dancefloor”, maior hit do grupo, e da ótima “Fake Tales of San Francisco”, emendada com “Balaclava”. O Arctic Monkeys dispensa qualquer elemento cenográfico, e deixa suas boas músicas falarem por si mesmas, lembrando as apresentações de grupos alternativos da década passada. Matt Helders também consegue se destacar. Com sua bateria posicionada meio de lado, entre o vocalista e baixista, o cara bate forte em seu kit e participa do show como poucos bateristas. Após cerca de uma hora e meia de músicas do EP, dos dois álbuns e uma faixa nova, os caras se despediram e foram embora sem bis, sem frescuras, sem encenações. A platéia deixou o local muito suada e com um sorriso no rosto.

Foto por Sidinei Lopes/Folha Imagem

Um comentário:

André disse...

Esse comentarista não entende de música de robôs está entre as grandes pérolas desse blog!