terça-feira, 25 de setembro de 2007

Lesto convoca Dead Fish


A inexistência de casas de show em Brasília leva as produtoras locais a procurar todo tipo de alternativa. Dessa vez encontraram a Churrascaria Floresta, na galeria dos estados. Surpreendentemente, o local se mostrou bastante apropriado e com algum aperto, conseguiu comportar toda a fauna presente. Fauna esta bastante diversificada, talvez por conta da localização central da churrascaria, próxima à rodoviária e ao metrô, ou mais provavelmente pelo fato do Dead Fish ser quase unanimidade entre o publico roqueiro. O show estava comemorando o lançamento do segundo álbum do Lesto, Para Todos Aqueles, mas os caras o encaixaram no projeto Lesto convoca (aparentemente nos mesmos moldes do já famoso Móvies convida), e escolheram para essa edição o Dead Fish, mesmo sabendo que os capixabas acabariam sendo a maior atração da noite.

Com um palco que se mostraria mais tarde um pouco baixo, mas com iluminação e som extremamente profissionais, o Ilustra começou sua apresentação pontualmente às 18h30. O público no local já era razoável e a banda mostrou porque tem rapidamente conquistado espaço na cena da capital. Apesar de ser relativamente nova, os caras se postam no palco como se fossem sucesso nas FMs, tocando bem e se comunicando com quem os está assistindo. No screamo do Ilustra quem se destaca de verdade é o vocalista Júlio, que tem jeito de rockstar e comanda a apresentação. A atração seguinte, o Linha de Frente, levou seu público sXe à Floresta para um show de ballet-acrobático-hardcore. O público já estava bem grande, assim como a roda que se formou no meio do salão. Com seus tradicionais discursos, os caras agradaram apesar da ausência do vocalista Maneko que, se não faz muita falta no som da banda (são 3 vocalistas), se mostrou essencial para a apresentação de palco do Linha de Frente.

Era hora dos anfitriões da noite darem continuidade à gritaria. O Lesto mostrou seu novo disco para os brasilienses, além de sons conhecidos do trabalho anterior. O hardcore dos caras é cheio de influencias metaleiras, mas seus genes não deixam dúvida da descendência novaiorquina do som de bandas como Gorilla Biscuits, Madball e Sick Of It All. O vocalista Bruno berrou com toda a força que uma garganta pode berrar na atmosfera desértica da capital. Os 10 por cento de umidade relativa pareceram afetar os vocalistas das 3 bandas, que não fizeram feio, mas já foram vistos em melhores performances vocais. Os 3 shows foram relativamente curtos (cerca de 30 minutos), mas do tamanho ideal para uma noite com 4 bandas. Qualidade é sempre melhor que quantidade.

Ao som de “Ei, Dead Fish, vai tomar no cu”, por volta das 21hs, os capixabas subiram ao palco para seu primeiro show na cidade desde a apresentação no Porão do Rock de 2005. “Sonho Médio” abriu a apresentação levando o grande público à loucura. Gente pulando, berrando, crowd surfing, uma grande roda punk e até Straight Edges pisando na cabeça da galera. Na primeira parte do show houve uma predominância de musicas da fase independente da banda, como “Afasia”, “Proprietários do 3° Mundo” e “Paz Verde”. Quase todo o público conhecia as canções, mostrando que mesmo depois do contrato com a Deck Disk, o Dead Fish continua com uma base sólida de fãs hardcore. A segunda parte foi dominada por músicas dos dois últimos álbuns, como “Zero e Um”, “Você”, “Bem-vindo ao Clube”, “Obrigação” e “Exílio”. Foi nesta parte do show, com composições bem trabalhadas e o som de ótima qualidade, que os guitarristas Hospede e Philippe se destacaram, mostrando do que são capazes.

Nesse ponto do show, com o clima detestável do cerrado em setembro, o salão lotado havia se transformado em uma sauna, mas a empolgação da banda e dos fãs não diminuiu nem um pouco. Os caras tocaram até a antiga “Third World Friendship”, que não estava no setlist. A última parte da apresentação também foi para os fãs old school da banda, com hardcores rápidos como “Molotov”, em que Rodrigo, vocalista da banda, pulou a grade de proteção e entrou na roda, deixando para o público a função de cantar a música. Depois de mais ou menos uma hora de show e frases de efeito como “a gente não vai embora nunca mais” e a clássica “sou eterno nessa Brasíla”, a banda saiu do palco ouvindo pedidos para que voltassem e tocassem o hit “Noite”, mas não foi dessa vez. Um show para ficar na memória dos presentes, muitos deles completamente molhados de suor ao final da noite.

foto roubada de www.fotolog.com/pulsomania

8 comentários:

Boss Matsumoto disse...

Porra!
Excelente resenha!
Mas que merda que eu não fiquei!

Jeaninne Doe disse...

se fudeu!

Anônimo disse...

Eu tava lah!

Voltei roxo e molhado pra casa.
Nem vi o rodrigo na roda, mas devo ter batido nele...

Julio Lapagesse disse...

Caros amigos do Rock N Cigarettes, valeu pela resenha, apesar de não ter gostado do adjetivo "rockstar". Ehehehe...

Mas valeu mesmo.

Ah e uma nota, essa não é a primeira edição do Lesto! Convoca. Ano passado o pessoal do Lesto! fez, lá na sede do PSOL, o primeiro Lesto! Convoca com várias bandas de Brasília.


abração
xJuliox

Anônimo disse...

Ia falar isso que o Julinho falou aí em cima... Essa não é a 1ª edição do Lesto! Convoca...

é isso aí, boa resenha!

Léo Werneck disse...

falha minha. realmente não sabia. valeu pelo toque galera. abraços

Por que não? disse...

Valeu pelo espaço!!! aproveito pra agradecer aqui todos que foram lá e prestigiaram, todas as bandas.. o clima do show estava lindo! É.. esse foi o 5º show Lesto convoca!!! E até o fim do ano tomara que role de fazer mais um! abração!

Anônimo disse...

Excelente resenha!
não conhecia o blog, mas com certeza entrou no link dos favoritos.

parabéns.
abraço