quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Weezer - Hurley (2010)

Na metade dos anos 90, o Weezer conseguiu a façanha de agradar indie rockers, a crítica musical e ainda fazer certo sucesso comercial, transformando músicas fáceis (Buddy Holly) e dificeis (Say It Ain't So) em hits das rádios estadunidenses. Após entrar em hiato em decorrência do fracasso comercial de seu segundo álbum, o hoje cult Pinkerton, o quarteto voltou em 2001 com um comportamento e discos menos indie e mais radiofônicos. São assim os bons Green Album, Maladroid e o introspectivo, mas musicalmente fácil, Make Believe. A partir do terceiro trabalho auto-intitulado, de 2008, o vocalista, compositor e nerd Rivers Cuomo decidiu abraçar de vez seu Pinkerton interior (o personagem mulherengo e rockstar que dá nome ao disco de 1996) e começou a posar de baladeiro e amigo de rappers. Se esteticamente o Weezer de 2010 é uma caricatura sem graça do que a banda já foi um dia, Cuomo não perdeu seu talento para escrever ótimas canções pop e disfarçá-las de indie rock, new wave e hard rock.

Hurley mistura um pouco de tudo isso que a banda já fez e aposta em uma novidade: as músicas para as pistas de dança. Por isso mesmo, o álbum é marcado por teclados e sintetizadores, assim como Maladroid era marcado pelas guitarras. As duas primeiras músicas divulgadas, as boas "Memories" e "Ruling Me" são cheias de barulhinhos e efeitos de teclado, assim como a ótima "Where's My Sex?". Mas a faixa que realmente pode assustar os fãs mais conservadores e animar os clubes noturnos de Los Angeles é "Smart Girls", que conta com um batidão inimaginável em um disco do quarteto há uma década atrás. Na mesma veia está "Represent", presente na versão deluxe do lançamento.

Mas o disco de Jorge Garcia também conta com várias baladas. "Unspoken" começa acústica e excessivamente pop e fofinha, mas perto do final explode em um rock vigoroso cheio de distorção. "Times Fly" também é interessante por sua produção. A soma de uma batidona repetitiva com os violões roots e uma gravação propositalmente tosca valoriza o que poderia se só mais uma faixa típica da banda, e funciona bem como fechamento da versão simples do álbum. Já "Run Away" aposta em um clima anos 60, cheio de backing vocals e guitarras de rock clássico. No final, as dez faixas do lançamento fazem de Hurley um álbum bem mais variado que o bom Raditude, do ano passado, mas não esquizofrênico e sem pé nem cabeça, como o Red Album de 2008. Às vezes pode ser difícil engolir um cara de 40 anos, graduado pela universidade de Harvard, cantando letras adolescentes sobre sexo, amor e baladas com rappers, mas com um pouco de boa vontade, o Weezer modo diversão despretensiosa pode ser quase tão legal quanto o quarteto introspectivo do Blue Album e de Pinkerton.

Um comentário:

Jeaninne Doe disse...

carinha simpatica essa do Hurley....
nada a acrescentar do post!
continue postando!
bjks