domingo, 5 de setembro de 2010

Carbona – Dr. Fujita Contra A Abominável Mulher-Tornado (2010)

O Carbona está de volta. Quatro anos após seu lançamento anterior, o apenas bom Apuros em Cingapura, o trio se metamorfoseou em um quarteto com a adição do guitarrista Bjorn Hovland e lança na próxima terça-feira Dr. Fujita Contra A Abominável Mulher-Tornado. Como o vocalista Henrique Badke explicou, Dr. Fujita foi um pesquisador de tornados e inventor da Escala F, que mede a intensidade destes destrutivos fenômenos naturais. Mas será que a famosa escala do cientista nipo-americano é capaz de medir a devastação causada nos corações daqueles que cruzaram com a abominável mulher-tornado?

Como a divertida idéia do título deixa claro, quem também está de volta é o velho e divertido bubblegum punk que tornou o Carbona famoso no meio independente brasileiro. Longe das baladas chapadas de luau e a produção excessiva do último lançamento, o minimalismo é a marca maior desse novo álbum. Trata-se de apenas 11 canções de 3 acordes que juntas somam módicos 24 minutos de rock. Diz a lenda que Dr. Fujita... foi escrito em apenas 10 dias. Mas se o que importa é a qualidade do som, o quarteto acertou em cheio.

Duas das músicas presentes no lançamento já eram conhecidas dos fãs que ouviram a coletânea Quasplit, lançada ano passado. Mas a faixa de trabalho "Valentina" e "Massacre Da Serra Elétrica" foram retrabalhadas e ficaram ainda melhores. Já "Sempre Que Eu Fico Feliz Eu Bebo" é um cover da clássica canção dos candangos do Gramofocas, que o Carbona já toca em seus shows há algum tempo. Não há grandes novidades entre as duas versões, mas a música se encaixa com perfeição no repertório carbônico.

Falando em apresentações ao vivo, a faixa instrumental que abre Dr. Fujita..., "Sopa De Água-Viva", deve também abrir os shows da próxima turnê dos cariocas, tal qual "Durango 95" uma vez abriu os shows dos Ramones. Aliás, encontrar as referências das letras de Badke é uma diversão à parte. Em "Esse Danado Desse Traste De Amor", o vocalista canta "o amor mata mas a gente é teimoso e ressuscita", em clara referencia à "Love Kills" dos Ramones, canção regravada pelo Carbona tempos atrás. Já Valentina está orbitando o planeta enquanto são 3:53 em uma fria Moscou, assim como no quarto do solitário Henrique, na faixa mais minimalista de toda a carreira do quarteto, "3:53".

Entre referências textuais e sonoras à Ramones, The Queers, Screeching Weasel, Groovie Ghoulies e à própria banda, o álbum passa em um piscar de olhos e te deixa com um gostinho de quero mais. Se dermos sorte, a banda também voltará ao antigo hábito de lançar um disco novo todo ano. Rezem para Joey.

5 comentários:

sr araujo disse...

Bacana o blog, abraço.

Léo Werneck disse...

Valeu, Sr Araújo. Abraço

Rafael disse...

E aí, Leo? Realmente é muito bom esse CD. Já estava com saudade de ouvir bubllegum. Como o álbum é curto, também estou ouvindo direto. Agora só falta eles voltarem a essa árida e seca BSB. Até mais.

Léo Werneck disse...

verdade, é bem curto mesmo, mas se der tudo certo, eles lançam outro desse ano que vem. e eles realmente tem que voltar aqui, já fazem quase 5 anos...

Jeaninne Doe disse...

sempre que eu fico feliz eu bebo... BEBO!