terça-feira, 16 de junho de 2009

NOFX - Coaster (2009)

Quando sua banda existe a mais tempo do que os Ramones, como fazer para inovar e surpreender os fãs? A resposta do NOFX é não inovar, apenas fazer bem feito. Muito bem feito. É por isso que Coaster, o 11º álbum de estúdio da longa carreira do quarteto é tão bom. É o NOFX que todos conhecem, mostrando aquilo que fazem melhor. Entre hardcores, pop punks, skas e as esquisitices habituais, a banda fez um dos melhores álbuns de sua discografia.

A maior diferença de Coaster para os outros discos da banda lançados nessa década é que ele representa o que o SUM 41 tentou fazer em 2001: all killer, no filler. Ou quase isso. Das 12 faixas do lançamento, apenas “Creeping Out Sara” pode ser considerada dispensável. A letra é bem divertida, daquele jeito cheio de ironia e nonsense que Fat Mike faz tão bem. Mas a música é bem fraca e parece ter sido criada às pressas, só para acompanhar as palavras. E ainda deixa a piada um pouco óbvia demais, lembrando até Mamonas Assassinas.

Mas de forma alguma ela representa o disco como um todo. Se há algum componente que marca o lançamento, são as guitarras metaleiras de El Hefe, ainda mais marcantes que de costume. A faixa de abertura, “We Called It America” já demonstra o potencial de criação do guitarrista, mas é na surreal “Eddie, Bruce And Paul” que isso fica absolutamente claro.

Para quem não pegou as referencias, bizarramente a música conta a história do Iron Maden sob a ótica de Fat Mike e sua trupe. Com vocais alternados entre o vocalista e o guitarrista Melvin e sua voz rasgada, a faixa faz referencia clara ao heavy metal britânico sem deixar de soar como NOFX. Pode parecer encheção de saco, mas novamente a banda mostrou aos canadenses como se faz.

Entre patadas nas religiões organizadas, na política republicana e as letras divertidas sobre drogas e bebidas ou povoadas por amigos da banda, destacam-se “My Orphan Year” e “I Am An Alcoholic”. A primeira, mesmo sem inovar musicalmente, surpreende todos os fãs do NOFX. Trata-se da música mais emo que Fat Mike já escreveu. Supondo-se que seja tudo verdade, o vocalista abre seu coração como nunca fez antes para contar a história da morte de seus pais em 2006. Fica transparente na letra o carinho pela mãe e a mágoa guardada ao longo de toda vida pelo pai, que não esteve presente, mas sem quem a música não existiria.

Já a segunda faixa mistura em doses perfeitas as experiências jazzísticas que El Hefe trouxe à banda com o hardcore típico do quarteto. Diferentemente do que fizeram em outras oportunidades, como no cover de “Straight Edge”, hino do Minor Threat em White Trash, Two Heebs and a Bean, de 1992, aqui os sopros e guitarras dedilhadas não são uma piada. Eles estão realmente a serviço da música, que conta ainda com bons vocais femininos, bem encaixados, assim como o refrão roqueiro, com temática clássica do NOFX.

3 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o blog. Li a resenha do cd do RANCID e concordo ta na hora de dar uma mudadinha nas letras *-*

Fica ai uma critica vcs deveriam postar mas, fazer um design de banner legal e um layout que chame atenção e combine com o titulo.

Adoro fazer Banners se vcs quiserem crio um um !!!!

babehscreaming@hotmail.com
Brunah

Thiago Capodeferro disse...

NOFX é fóda demais, e é aquela história, o som dos caras é de qualidade, e eles têm um estilo marcante, não tem porque mudar mesmo. Bela crítica, como sempre, parabéns pelo trabalho ae!

Léo Werneck disse...

valeu thiago. legal que vc voltou a postar no seu blog.

e bruna, a intenção é postar sempre mais. há algum tempo consegui postar quase dia sim, dia não. hoje não estou conseguindo mais isso.

na verdade concebi esse blog para ser comunitário com postagens de vários colaboradores, mas apesar de alguns posts eventuais nunca consegui viabilizar essa ideia de verdade.

assim que der eu entro em contato com vc para falarmos sobre o banner. valeu pelo apoio!

abraços!