terça-feira, 2 de junho de 2009

Rancid - Let The Dominoes Fall (2009)

Se o Rancid tivesse lançado um disco entre o famoso Out Come The Wolves e o multiétnico Life Won’t Wait teria sido esse Let The Dominoes Fall. “East Bay Night”, já avisa logo de cara que este não será um álbum cheio de hardcores e street punks, mas mostrará o quarteto da east bay de San Francisco visitando todos os subgêneros pelos quais já passearam anteriormente sem, no entanto, soarem repetitivos.

O ska e o reggae são marcantes no novo lançamento, deixando as influencias de Clash ainda mais óbvias do que habitualmente. Também muito presentes estão os teclados que caracterizam as músicas menos punks da banda já há algum tempo. “Up To No Good” é muito boa e gruda na cabeça como chiclete. Já “That's Just The Way It Is Now” é quase um dub, com direito a sopros e efeitos para todo lado, mas é “I Ain't Worried” que rouba a cena, com os vocais de todo o trio de frente influenciados por rap e um refrão que lembra bastante “Guns Of Brixton”, do já citado quarteto inglês.

Curiosamente, o lado mais pesado do disco volta ao ótimo Let’s Go, de 1994, ou até mesmo ao primeiro álbum auto-intitulado do quarteto, de 1993. “This Place”, “Locomotive” e a estranha e boa “L.A. River” (com os inconfundíveis vocais do “melhor baixista do mundo”, Matt Freeman) são porradas típicas da banda, que não vão deixar nenhum fã old-school com saudades.

No meio desses extremos encontramos uma ótima coleção de rocks influenciados em diferentes quantidades por punk rock. “Skull City” poderia estar facilmente em um dos discos dos Transplants, finado projeto paralelo do vocalista Tim Armstrong. “Dominoes Fall” e “Last One To Die” são pop até os ossos e em um mundo um pouco melhor do este estariam bombando nas rádios.

Já “Civilian Ways” e “The Highway” marcam o meio e o final do álbum respectivamente e surpreendem. Ambas são faixas acústicas com os vocais de Tim e backing vocals, cuja única referencia na discografia da banda seria a também surpreendente “Arrested In Shanghai”, do disco anterior, Indestructible. A primeira delas usa até bandolins e guitarras slide. Esquisitas e muito boas.

Como nada é perfeito, a presença do também guitarrista, vocalista e compositor Lars Frederiksen é pequena em Let The Dominoes Fall. Apesar de alguns solos de guitarra, ele canta poucas músicas, a maioria dividindo a função com os outros membros, como em “Disconnected”. De qualquer forma, “New Orleans” é tão boa e tão a cara dele que compensa sua participação tímida no conjunto da obra.

Também é uma pena que Tim Armstrong continue um pouco preso nas letras de auto-afirmação do tipo nós-contra-o-mundo. A temática era até compreensível após os incidentes que antecederam a gravação de Indestructible, de 2003. Mas seis anos depois, era de se imaginar que o quarteto já houvesse superado o trauma da morte de familiares e mulheres em fuga. Eles são melhores contanto histórias das ruas e gangsters do que declamando versos cheios de autopiedade. Dispensável, mas nada que tire o brilho de mais um ótimo lançamento do quarteto.

2 comentários:

Daniel Silva disse...

O Rancid nunca foi uma banda que chamou muito a minha atenção, apesar dos bons discos.

Belo blog.

Abraço

www.esteticamusical.com

Anônimo disse...

Rancid é das melhores se não a melhor banda de punk rock de hoje em dia!! sobreviveram ao mainstream!! Rancid tem muito talento!! sao grandeeeeeeeees