sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Tim Volta: a noite de Bjork no Tim Festival carioca



















Com um pouco atraso Anthony and the Johnsons inauguraram o palco da Tim Volta. Infelizmente, o som belo e delicado do grupo foi prejudicado pela qualidade de som. O violoncelo mal podia ser ouvido e o piano levou algumas músicas para conseguir fazer parte dos arranjos. Aparentemente a equipe do festival não tinha muita noção de como equalizar instrumentos essencialmente acústicos como violinos, violoncelos e até mesmo um piano. Talvez o local ideal para uma apresentação do grupo realmente fosse um teatro pequeno com cadeiras como foi em São Paulo. Mesmo com o todo o seu apelo pop, a acústica ideal para este grupo é a de uma apresentação de música de câmara.


Antony Hegarty sorria muito para a platéia e fazia comentários bem humorados o que dava impressão que ele não tinha noção de como o som da sua banda estava sendo escutado ao longo da tenda. A beleza quase etérea das músicas e Anthony chegaram a se tornar arrastada após a primeira meia hora de show e a platéia foi gradativamente perdendo o interesse e começando a conversar, para o desespero dos fãs de Anthony que em vão pediam silêncio. Nem mesmo o cover de Candy says do Velvet Underground funcionou muito bem no final do show.


Após Anthony deixar o palco, veio a espera pela principal atração da noite, a islandesa Bjork Guðmundsdóttir. O palco de Bjork era tão curioso que a espera pareceu muito mais curta do que realmente foi. Bandeiras com brasões medievais dividiam espaço com sintetizadores e laptops e muitos, muitos microfones. O show começou com a introdução do grupo de sopros islandês Wonder Brass, que entraram no palco marchando em fila e vestidas como guerreiras nórdicas carregando bandeiras com brasões às costas. As meninas, que também foram um competente grupo de backing vocals, contribuíram para o clima onírico do show com a sua quase surreal beleza nórdica. Após o Wonder Brass se posicionar uma saltitante Bjork entra ao som da contagiante batida de Earth Intruders. Bjork ao vivo é muito mais linda e simpática do que qualquer meio de comunicação possa fazer parecer. Nem dá pra imaginar que a aquela mulher tão pequena anda agredindo repórteres mundo afora. A cantora queria fazer do seu show um espetáculo e conseguiu. Os canhões de laser desenhando no teto ou refletidos em espelhos para formar polígonos impressionaram, mas o que mais chamou atenção foi a quase alienígena reactable, uma mesa de luz que é tocada pelo movimento de pedras com runas em sua superfície. O instrumento um tanto esquisito, meio tradicional, meio futurista é uma metáfora perfeita para a cantora. Com uma seqüência que incluiu hyperbalad, miss you, army of me e pluto Bjork terminou a sua apresentação transformando a tenda numa grande festa eletrônica encerrada por um bis com declare independence com direito a chuva de papel picado. Após a apresentação a sensação era de que a festival abriu com o seu clímax, o que para boa parte das pessoas naquela tenda não ficou muito longe da verdade.

2 comentários:

Jeaninne Doe disse...

muito do mal essa bjork heim?!
bjks

Léo Werneck disse...

fera o vídeo da reactable...