quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Os Melhores de 2015

Na humilde opinião desse blogueiro, 2015 não foi um grande ano para o rock alternativo no Brasil ou no exterior. Mas mesmo sem lançamentos de muitas das principais bandas da cena punk/hardcore e sem bandas novas que tenham realmente impressionado, vários discos bons foram lançados nos últimos 12 meses.

Ambos os vocalistas e compositores do Alkaline Trio – Matt Skiba e Dan Andriano – lançaram álbuns legais com seus respectivos projetos paralelos (The Sekrets e The Emergency Room). O Motion City Soundtrack quase voltou à sua melhor forma com Panic Stations, enquanto Frank Turner decepcionou um pouco com um disco que é apenas ok, tanto nas letras quanto nas melodias e principalmente nos arranjos excessivamente radiofônicos. No Brasil, o Dead Fish lançou um álbum bom ainda que meio esquecível, da mesma forma que fizeram o Teenage Bottlerocket e o Good Riddance nos EUA. Já as californianas do Bad Cop / Bad Cop bateram na trave com um disco que poderia ter sido muito bom se não fosse tão irregular.

Ainda assim, vale a pena destacar alguns álbuns e EPs que merecem continuar sendo ouvidos no novo ano que se aproxima rapidamente. São eles (em nenhuma ordem):

We are the Union – Keep It Down
Com uma mistura contagiante de pop punk e ska californiano, a banda laçou um EP que seria destaque certo 15 anos atrás. Da animada “Call In Dead” à relaxante “The Dreams That You Forgot” passando pelo bom cover de “Burnout” do Green Day, o grupo de Detroit tem o som ideal para tardes de verão roqueiras.

Hooligans United: A Tribute To Rancid
Em teoria, coletâneas, discos ao vivo e tributos não deveriam entrar nessa lista, mas uma exceção deve ser feita a esse ótimo álbum. Com 54 grupos de estilos completamente diferentes tocando street punk, pop punk, ska, reggae e até psychobilly era de se esperar muita porcaria, mas quase 50 das bandas acertaram na mosca, sejam elas famosas ou obscuras, tenham elas mudado substancialmente ou em quase nada os arranjos originais. Boa surpresa. 

Red City Radio - Red City Radio
Talvez o disco homônimo da nada de Oklahoma (primeiro depois da saída do co-vocalista e co-compositor Paul Pendley) não seja tão bom quanto o anterior, lançado em 2013, mas a voz e as melodias marcantes de Garrett Dale dão conta do recado, criando um álbum menos punk rock que os anteriores, mas ainda assim empolgante cheio de personalidade.

Millencolin – True Brew
Belo lançamento do quarteto sueco, sete anos depois do decepcionante Machine 15. A energia das músicas e da voz de Nikola Sarcevic voltaram para mostrar que mesmo com a idade e os caras ainda sabem fazer músicas perfeitas para embalar rolês de skate por aí. É muito provável que a banda nunca volte a lançar um clássico como Pennybridge Pioneers, mas True Brew poderia bem ter sido lançado entre este e Home From Home, lá pelos idos de 2001, e não faria feio.

Make Do And Mend – Don’t Be Long
Misturando o orgcore do primeiro álbum com o rock mais comercial do Segundo, a banda americana lançou um disco muito bom. Os vocais ora limpos ora rasgados contrabalanceiam bem as melodias pop e os instrumentais energéticos e melódicos já característicos dos caras em um trabalho que se encaixa bem ao lado do de bandas como Red City Radio e Polar Bear Club.

Foo Fighters  – Saint Cecilia
Ótima surpresa de final de ano, o EP funciona quase como um resumo da carreira do quinteto. A faixa-título representa o pop rock de hits como “Times Like This”, a animada “Sean” mostra influencias de Husker Du, “Savior Breath” é uma porrada na linha de “White Limo” e “Weenie Beenie”, “The Neverending Sigh” é inspirada por rock clássico e stoner rock e poderia bem estar em One By One, e “Iron Rooster” é a balada da vez (nada memorável, infelizmente). Ainda mais importante, a pretensão e sem gracisse de Sonic Highways passam longe.

Anti-Flag – American Spring
O veterano quarteto de Pittsburgh tem um som característico consolidado e nunca se aventura muito longe de sua zona de conforto. Ainda assim conseguem produzir bons álbuns a cada dois ou três anos. Em termos de melodias e letras, American Spring é mais do mesmo, mas em termos de produção, esse lançamento apresenta um som um pouco mais limpo que ressalta os refrões e deixa o disco mais leve e pop.

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