domingo, 7 de novembro de 2010

Marky Ramone Blitzkrieg no Arena Futebol Clube

A noite da última sexta-feira foi marcada para muitos roqueiros brasilienses pela passagem de mais um revival dos grandes Ramones pela capital federal. O Marky Ramone Blitzkrieg conta com o ex-baterista dos pioneiros do punk rock, com Michale Graves, vocalista de uma das formações do Misfits e com dois argentinos desconhecidos substituindo outros dois membros pouco conhecidos no baixo e na guitarra. Pode parecer uma grande enganação, mas inegavelmente rendeu uma hora e meia de muita diversão para os fãs dos Ramones (e do Misfits), da mesma forma que a apresentação de CJ Ramone ano passado no mesmo Arena Futebol Clube.

Do alto de seus 54 anos, Marky continua com a cabeleira impecavelmente preta e mandando bem com as baquetas. O cara toca quase sem pausas durante cerca de uma hora e nos intervalos entre o setlist principal e os dois bis vem aos microfones para agradecer e apresentar Michale Graves. E apesar do nome do projeto, é o ex-vocalista dos Misfits que se comporta como a estrela da apresentação. Comandando a festa, Graves canta, dá seus pulinhos característicos e tem até um momento sozinho no palco. Os músicos argentinos apenas cumprem seu papel de coadjuvantes e tocam de forma competente os instrumentais ramônicos. Poderia ser qualquer um no lugar dos deles que não haveria diferença, mas também não prejudicam.

A apresentação, que teve início após os shows das bandas locais Gonorants e The Squintz, começou com a clássica "Rockaway Beach" e seguiu lembrando bastante o melhor registro ao vivo dos Ramones, It's Alive, de 1979. Os fãs dançaram, pularam e cantaram junto hinos do punk rock como “Teenage Lobotomy”, “Psycho Therapy”, “Sheena Is A Punk Rocker”, “Havana Affair”, “Beat On The Brat”, “53rd And 3rd”, “Judy Is a Punk”, “Rock N Roll Radio”, “Now I Wanna Sniff Some Glue”, “Poison Heart”, “I Believe In Miracles”, “KKK Took My Baby Away”, “I Wanna Be Sedated”, “Pet Sematary”, “Today Your Love, Tomorrow The World” e “Pinhead”, todos tocados quase sem pausas além da clássica contagem: "1234"!

Após cerca de uma hora a banda se retirou do palco apenas para ouvir o público gritar novamente "Hey Ho, Let's Go!". Na volta, o vocalista Michale Graves subiu sozinho ao palco carregando apenas um violão para executar três faixas dos Misfits, como já vinha fazendo nos outros shows da turnê brasileira. Apesar dos gritos pedindo sons da banda de horror punk, apenas uma minoria na platéia sabia cantar junto “Descending Angels”, “Scream” e “Saturday Night”. Momento emocionante para os fãs da banda e de descanso para aqueles que não os conhecem bem. Em seguida, o restante da banda-tributo volta ao palco para executar uma versão elétrica da ótima "Dig Up Her Bones", hit maior da fase em que Graves esteve a frente dos Misfits e "When We Were Angels", primeira faixa própria do Blitzkrieg, composta pelo vocalista.

A banda saiu mais uma vez do palco, mas todos sabiam que o show ainda não havia terminado, não sem a execução do hino maior dos Ramones. Rapidamente os quatro subiram de volta e tocaram “What A Wonderful World”, na boa versão do disco solo de Joey Ramone e obviamente “Blitzkrieg Bop”, para encerrar a noite. Após uma hora e meia, os fãs que encheram o Arena estavam satisfeitos e com sorrisos no rosto.

Por outro lado, não se pode dizer que não houve falhas no evento. Para começar, o público da noite foi visivelmente menor que o da apresentação de CJ Ramone, apesar de ainda ter marcado presença em bom número. Já Michale Graves parecia empolgado, mas não deixou de reclamar do som do local, já que quase ficou surdo com as interferências do microfone e não pode se aproximar do público e da beira do palco sob o risco de tomar choques. O vocalista também se mostrou incomodado com a dificuldade da mesa de som em equalizar o violão na parte acústica da apresentação. Nada, no entanto, que tenha estragado a ótima celebração ramônica com a banda cover de luxo do Marky. Na saída, fãs comentavam que para a homenagem ser perfeita era só tirar os dois argentinos e colocar CJ e o produtor Daniel Ray no baixo e na guitarra. Difícil discordar.

Um comentário:

Jeaninne Doe disse...

huahauhauhauh
bem humorada essa resenha!!
deve ter sido bem legal...mas eu achei caro pra uma banda q é um revival de duas bandas legais que ja acabaram muito antes de eu nascer... heheheh
curti o desenhinho ai em baixo...
vc nao é o cara from hell...
boboca!